O QUE É DESAGRADÁVEL PARA
KALEKELA
Menezes Godinho, o secretário do Kalekela, chegou de Kibala
para Kahumbi, com sua filha Yola. Mas não encontrou Avô Enviado e os Kalekela.
Ele soube que Avô tinha ido à Capunda. Com isso, Menezes aproveitou viajar para
Luanda, levar Yola para Viana onde morava. Ele não avisou a Igreja que o
recebeu e cuidou dele, nem deu à conhecer ao Avô Enviado, cujo grupo onde
exercia a função de secretário, coisa que preocupou muito o Avô Enviado. Mas a
Igreja e os Kalekela oravam por ele e o Eterno o protegeu, até que voltou da
sua viagem. Encontrou Avô Enviado no bairro de Capunda. Os Kalekela receberam-no
com maus olhares; não deram-lhe "Hoié" (boas vindas), porque diziam:
“Ele fez doer o coração do nosso Avô! Merece porrada!” Mas contaram-lhe tudo o
que se passou no dia em que Avô Enviado salvou Beto e mais 15 pessoas das mãos
dos jemeias com uma cassete. Na hora das refeições, Avô quis saber o que
Menezes fez na Kibala. Ele contou toda a história, dizendo: “Eu fui em Kibala
buscar a minha filha; mas também fiz um programa nas classes de Kimone e
Kathamba. O povo nessas classes me recebeu e aceitou o meu programa, porque eu
disse que veio do Senhor. Mas aclasse do Kumbi-calembe não me recebeu nem
aceitou o que eu levei a esse povo encontrei ali um irmão muito arrogante
chamado Alberto Segunda Kissama. Ele se apresentou a mim com bom humor na
primeira vez e disse-me que era secretário da Igreja. Mas quando apresentei
programa. Kissama levantou-se da cadeira com are muito mão e disse-me para não
fazer mais nada na Igreja, porque, segundo ele, o programa era carnal e eu quis
condenar Igreja para morte. Menino Da gama perguntou ao irmão Menezes, dizendo:
afinal qual esse programa que te foi recusado pelo secretário Kissama? E você
não se apresentou também com secretário? Menezes respondeu: Eu disse para ele
que era do Kalekela e eu disse que era Kalekela que mandou-me este programa. Eu
tinha levado uma caixa de fósforo e mandei que um ancião da Igreja acendesse
nove palitos e desse à cada responsável um palito. Da gama perguntou assim: um
palito aceso? Que significa esse fogo que o irmão criou? Afinal Menezes e mesmo
Menezes ele respondeu: eu sou, porque o meu nome conduz este programa. Kimone e
catamba são bem-aventurados; mas Kumbi-calembe, não tem fé, principalmente o
seu secretário. Ele é tão orgulhoso que se dá de mas mão: Kissama pensa que
estudou muito mais que eu e conhecedor da Biblia. Està condenado, porque não
aceitou o bem que lhe levei. Para não negar-me muito, eu me comprometi, junto
para ele e roguei pragas para mim, dizendo: Se o programa que trouxe à vocês
não é do Kalekela, que o fogo de Elias me consuma. O secretário Kissama não
conhece o Kalekela; ele me perguntou, se quem era o Kalekela, e eu afirmei que
Kalekela era o Rei David. Kissama me disse que Avô Enviado que é o Rei David
não era o Kalekela. Ele afirmou, dizendo: Kalekela não é somente uma pessoa;
Kalekela é um povo, uma associação ou um grupo de discípulos de Cristo. Mesmo
nós que estamos nesta Igreja, hoje somos somente responsável do povo, mas
chegará um dia que aliança do filho de homem será feita connosco e seremos
Kalekela. Hoje Kalekela é um pequeno grupo mas será um Reino de fiéis
sacerdotes do Rei dos Reis. Menezes terminou assim: eu Menezes Godinho fui ver
e conheci que o senhor Kissama esta longe do espírito Santo e é um "padre
padecido". Da gama gritou para o irmão Menezes, dizendo: ó pai Menezes!
Kissama esta perto. Kalekela não é só o pai David! É nós todos e o pai Rei é
chefe deste Reino Kalekela. Avô Enviado folheou o caderno de Menezes e
encontrou lá esta frase: "Kissama é interesseiro. Pedir á ele, é orar ao
padre padeciso." Avô perguntou á Menezes, depois de ver no caderno dele: e
assim, o pai Menezes veio também trazer o programa de fogo aqui no Ebo? Deus
queira que não aconteça aos escolhidos do eterno até que a paz chega. Mas quem
sair do nosso meio antes da verdadeira paz, não trabalhou; porem, qualquer
Kalekela que morrer antes da trégua de Lusaka, será o culpado deste fogo. Olha;
O teu nome hoje "Mene Mene tequel." Daniel.5:25.
Outra coisa que os Kalekela não gostavam, é quando Menezes
passou de secretário para chefe do grupo Kalekela. Ele mandava e ralhava de tal
modo que os Kalekela sentiam-se escravizados queixavam-se do comportamento do
irmão e consideravam-no mau, porque gostava de fazer com os Kalekela planos que
eles nunca fizeram nem estavam nos corações deles. Ele quis fazer trato com um
dos Jemeias para trocar diamante e mercúrio com produtos que ia buscar em
Luanda. Também viu ali uma moto que os Jemeias tinham trazido do Bimbe. A moto
estava em bom estado e o irmão Menezes quis retirar dela algumas peças e o
próprio motor. Ele disse: isto é portador de muito dinheiro! Se vendermos essas
peças na Gabela ou em Luanda, teremos dinheiro que sobra; e depois, com o
diamante que esses camaradas darão, o Kalekela jamais se queixará de pobreza
nem pedirá ajuda á igreja, porque haverá muita massa. Guitos e kumbú serão um
só nome e material na mão do grupo Kalekela.Mas o que Menezes pensava não era
para o grupo Kalekela; era para si e para sua casa, pois já tinha contado esse
plano aos seus amigos no Rocha.
O menino Da gama ouviu tudo e levantou-se de onde estava
sentado e correu para Ferreira Domingos, irmão de Zito.
Ferreira era também conhecido por Kassumuna.Da Gama correu
para ele, e repetindo as palavras do irmão Menezes: " Diamante, massa!
kunbú! Esse irmão é mesmo maluco. Quer dar cabo do nosso grupo! Como pode ser
isso? Kalekela não é negócio. " Contou tudo para Cassumuna e este foi
falar ao Avô. Disse: Pai! Vê só O tio "Mene" Ele quer levar o
Kalekela para a desgraça e espalhar os Kalekela para não termos vida
verdadeira! O que é que ele merece, Ó Pai? Vamos " Liaular" (mata
bichar) o homem com surra, para não tornar a fazer o mesmo.Merece tumgo! –
gritou o Da gama, -Ele merece ser liaulado!
Naquele instante,
acercaram-se do irmão Menezes todos os Kalekela, com fins de lhe dar uma sova,
" liaula," como dizem os Kalekela. Menezes não sabia do que se
tratava. Ele pensava que os Kalekela queriam um conselho dele. Mas, o que os
jovens queriam era mesmo um grande " liaula" ou tungo.
Menezes tinha uma maneira de falar, quando estavam à mesa de
refeição; porque vinha variedades de comidas à mesa, ele dizia: Kudiangó!
Kakissumbué; o que quer dizer, aqui é só comer. Nada se compra.
Os Kalekela gostavam muito dele e aprenderam o seu falar.
Mas desta vez por causa do seu mau comportamento, criou ódio para os Kalekela.
Quando dizia: Kudiamgó kaquissumbué, os Kalekela deram – lhe esta resposta:
Kukalala pé! Kukinima. Inji kudiamgó; o que quer dizer, é trabalhar então. Não
é só comer, é semear também.
Os Kalekela esperavam que o Avô Enviado desse ordem para dar
a surra ao irmão Menezes. Mas o Avô deu-lhes este conselho: Não lhe dêem
liaula; esperem só no próximo mês.
No meio daquele mês Deus fará prova aos Kalekela; Quem
apressar com as coisas será apanhado pelos Jemeias; E naquilo, ele será
testado. Se ele for apanhado na armadilha deles, será retirado do nosso meio.
Nisso saberemos quem é o culpado da sua perdição.
Então os Kalekela se retiraram da presença do irmão Menezes
e foram, uns para cozinha e outros para o meio do Bairro. Mas já não gostavam
mais do Menezes.
O que é desagradável para o Kalekela? Três coisas que o
Kalekela não gosta e a quarta não entra na comunhão dos santos.
Primeiro: o egoísmo e
a mentalidade imediatista; quem quer ser Kalekela não pode e nem deve gostar só
á si próprio, mas também dos outros. O Kalekela não deve nem pode querer tudo
só para ele; deve repartir para todos. O Kalekela é uno e indivisível.
Segundo: a pessoa que está no Kalekela não pode se mandar
sozinho.
Tem que dar á conhecer á todos, principalmente ao Avô, o que
faz.
Terceiro: No Kalekela
não há chefe; Todos somos trabalhadores.
Quarto: quem é do Kalekela? É aquele que, pecando, confessa
tudo sem rodeios e fazendo isto, não torna a fazer as mesmas coisas.
Quem nega isto, não é Kalekela e não entra na comunhão do
Yah.
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