kalekela Paz

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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

CENAS NO KALEKELA


 MAIS CENAS 
Digitalizar0007O grupo Kalekela partiu de Capunda para Kahumbi, depois do culto feito lá. Mas os Kalekela não gostavam do que o irmão Menezes fez quando em pleno culto acendeu doze palitos de fósforos e deu à cada um dos responsáveis da Igreja. Os jovens murmuravam, dizendo: “Com esta guerra que destrói o País e principalmente na nossa banda, graças a nosso Deus ainda e ao Avô Enviado que agora estamos bem, porque estamos cercados de anjos da Guarda. Agora ele quer acender outro fogo para queimar à nós e aos nossos haveres?” Chegaram ao Kahumbi quando eram dezoito horas e trinta. Ao entrarem na classe ou aldeia Cristã. Clamavam em alta voz: “Lelo tuapuluka! Mulijina lia Tata, li Mona li Nzumbi ikola nuka lingi tuamaha kolunga. Muenho kaupu Toka kia;” que quer dizer, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, nunca mais provaremos a morte. É vida eterna.                   
 Mas os Kalekela sabiam mesmo que os jemeias estavam no Kahumbi e apanhavam  jovens. Só que vieram em pleno coloque ou casamento tradicional de um jovem do bairro e uma jovem do Casequel. O jovem, por sinal era amigo do comandante Mário, que dirigia a rusga. Também com a vinda do Avô Enviado na área, o povo ficou sossegado e não temeu a presença das tropas Jemeias. Os próprios jemeias também conheciam muito bem os Kalekela e habituavam com o que os Kalekela faziam. Por isso não houve rusga. Mas Avô Enviado não gostou da notícia que escutou na classe do Kahumbi. Soube que o cabrito que era do Kalekela foi comido pelos Jemeias e que os homens que agarraram o cabrito eram Marcos e Maloi. Avô ficou muito zangado e ameaçou os tais com um castigo. A notícia da ira do Avô se espalhou por todo bairro e congregou responsáveis do bairro com dois secretários do partido do jemeias, os senhores Bernardo Kizoje e Chiquito conhecido como Sete. Eles chegaram onde estavam Avô Enviado, os anciãos e os Kalekela. Kizoji tomou a palavra, e disse: “Meu e nosso pai Avô Enviado. Queridos anciãos da Igreja e irmãos Kalekela. Irmãs e irmãos. Nós, como responsáveis do bairro e secretários do nosso glorioso partido, viemos ter com Avô Enviado para expormos as nossas queixas ao nosso pai. Ouvimos tudo o que o pai nos disse, não porque ouvimos dele, mas porque contaram para; nós disseram-nos que o pai ficou irado com o nosso partido e conosco. Prometeu castigo e derrota das nossas FALA. Forças armadas que libertam Angola, só porque agarraram e comeram um simples cabrito pertencente a vossa Igreja. Vocês não sabem que sem nós e sem as nossas forças, não existiria nenhuma pessoa aqui? Teriam dito ao pai que, para alem de Deus e da Igreja, as nossas tropas e o partido, salvam o povo. Agora o pai nos dá pragas e ameaça-nos com grandes castigo; quem estará aqui para defender vocês e os vossos filhos se formos destruídos? Culpados são vocês, porque não explicaram essas coisas ao pai. Pois ele é grande pessoa e um homem especial. Tudo o que diz é verdade, acontece o que ele anuncia. Agora nós pagaremos o cabrito do pai e depois de tudo, vocês elegerão um ou dois secretários da parte de vocês para nos substituir. Mas pedimos ao Rei para que não nos mate ainda. Não gozamos lá.”
 Quando Pedro Maurício ouvio isto o representante da Igreja ficou furioso com Bernardo Kizoji e disse: “Ó irmão Kizoji! Você é maluco! E Quem te elegeu como responsável ou chefe do bairro? Eu falo com você, não como secretário do teu partido, mas como irmão meu e filho deste bairro. Repreendo você, porque errou quando diz que sem você e seu partido, não haveria pessoa viva neste bairro e no Ebo. É insensatez da parte de você ao dizer isso. Você não sabe que o seu partido e as forças militares jemeias precisam de nós? E você? Você é um "cabola"! Um vazio e só quer tomar parte do mal deles, isso acaba e você voltará ao povo. Que será de si, se fizer o mal ao seu povo de onde você veio?”
Avô Enviado baixou a cabeça e humildemente, disse:
“Deixa, pai. Não fales com ele assim. Ele e o movimento dele ainda é que estão no mundo a governar, chegará o tempo que o gozo dele terminará e os que agora têm prazer em ver os outros a padecer, serão, vistos, não a morrer mas a correr de um lugar ao outro a procura de ar fresco e descanso. Vão correndo a procura da família para lhes proteger. E a família que eles mataram? É grande capacete. É agonia!
Mas eu sei quem fez isso. É Maloi e Marcos, seu companheiro. Eles incitaram A população para me odiar. Agarraram a cabra e deram aos jemeias. Mesmo este tio Kizoje que é paciência, não Tem paciência de me ouvir e refletir no que digo. Por isso, kizoje sou eu, porque sou tardio em irar-me. Ele não. Tio Bernardo tem razão de falar a toa; não sabe do que se trata, por isso ele é perdoado agora. Depois ele saberá como é sofrer por blasfemar o nome do nosso protector Jesus.
Mas esses rebeldes verão a espada do Deus Eterno; eles morrerão e os seus corpos serão estendidos sobre a pedra, e todos os verão.” Terminado o encontro, retiraram-se todos para o meio do Bairro uns alegres e outros tristes com medo das palavras do AVÔ. Avó Enviado e os Kalekela estiveram no Kahumbi dois dias. No terceiro dia, o dia da partida, o representante Pedro Maurício e o irmão Menezes Godinho tiveram uma discussão forte e os dois não se entenderam por causa da irmã Dezanove; mas o assunto não foi falado no AVÔ nem os Kalekela sabiam. Mas AVÔ Enviado sabia tudo e conhecia o que irmão pensava.
AVÔ foi ter com Pedro que também é Micael. Não perguntou, mas ouviu ele dizer: “Eu não tenho medo de você, tropa! Não me interessa se você é forte. Se queres gozar, que seja lá com a vossa militância!” Micael ficou tão furioso que disse: “Eu não sou da sua militância! Ele quis dizer, não sou militar como você nem seu companheiro nas forças armadas.” Avô Enviado perguntou ao irmão Menezes se o que havia com eles. Ele disse que estava irado com o representante, porque não quis acompanhar os Kalekela nem ajuda-los na sua viagem á Gabela. OS Kalekela, acompanhados por três mamães e quatro meninos, saíram do Kahumbi para Sanga na madrugada de dois de Março de 1994. Dormiram na Sanga porque não houve transporte para Gabela. Os carros não tinham se deslocado da Gabela para Sanga, porque ouviu-se um boato, de que os jemeias tinham cercado a estrada, na fazenda dos Carolos entre Bem-vindo e Gia. Apesar de muitas dificuldades e da fome que passaram naquele dia e no dia seguinte, os Kalekela conseguiram suportar tudo e viver; porque, para alem dos insultos dos soldados aos Kalekela, porque queriam as meninas do grupo Kalekela, Avô Enviado era obrigado a pegar no seu acordeão e tocar musica para os soldados sabeus (FAA) e alguns populares que, por amizade com sabeus ou por não terem medo da situação, viviam ali. Avô Enviado fez isso, só para terem um pouco de "cabuénha" (peixe pequeno, espécie de tuqueias) para os Kalekela prepararem o funjé do jantar.
Mas na tarde do dia seguinte, Yahweh, o Eterno abriu as janelas dos céus e a sorte do Selicuata bateu á porta dos Kalekela e outros viajantes. Apareceram dois carros de marca IFA e um ORAL, mas Avô Enviado e os seus Kalekela decidiram viajar no carro das forças armadas Angolanas. Naquele dia, Avô Enviado pensou no sofrimento que tinha passado e por mais sofrimento que havia de passar até que a verdadeira paz se concretizasse. Pensou também em Kissala Ndandi, que não estava na Sanga nem naquele carro de tropas. Os militares cantavam canções da parada e de treino, próprias para a tropa; com palavras obscenas; coisas que afligiam o Avô Enviado. Mas que fazer? Estava no meio deles! Estava, como se diz: Um justo entre ímpios. Mesmo assim chegaram na cidade da Gabela e no dia seguinte seguiram viagem para Luanda. No caminho havia muitos controles, não era os policias que controlavam as vias, mas sim, os soldados das Forças armadas Angolanas, porque havia desconfiança com os que saíam do interior; pois, setenta e cinco por cento do país eram ocupados por jemeias (UNITA). Naquela altura, quem não tinha bilhete não passava, era tido como jemeia. Se não tivesse sorte, morria ali. Avô Enviado andava com jovens fortes e prontos para luta, mas não tinham quaisquer documentos. Tinha também Avô muitas meninas bonitas, porém os sabeus (FAA) não queriam meninas. Chegaram no primeiro controle da saída da Gabela, no entroncamento entre Boa Entrada e cachoeiras do Binga. Ali, pararam todos carros, porque houve rumores de cerco dos jemeias no famoso e melindroso Pau-preto, e os comandantes mandaram para lá dois pelotões de tropas. Uma hora mais tarde vieram com essa notícia: A via está livre! Os carros podem avançar. Então, um dos policiais chegou até Avó Enviado e disse-lhe:” Ouve meus rapazes. Parece mentira, mas é certo. Se não fosse nós, este grupo de jovens não avançaria para Luanda. Ficaria na UNITA ou aqui. E depois, com estas meninas tão bonitas e adoráveis! Graças ás nossas forças.” Zito respondeu-lhe, dizendo:” Por onde passamos, chefe, se não fosse o nosso verdadeiro Rei não estaríamos aqui. Nesta graça você esta lá também.”
 O Homem perguntou: “quem é o verdadeiro pai, senão os dois presidentes em guerra? Se Deus fosse o nosso pai, não estaríamos vestidos de farda. Vocês são suspeitas e vosso pai é Savimbi, Porque é de cima e do sul. Quem comanda este grupo?”
 Zito mostrou ao Avô dizendo: “ Nosso pai é este.” Este rapaz é vosso chefe? Disse o homem desdenhando. Ele riu.
“ Sim!” – Respondeu Avô Enviado. “Nesta graça, você esta incluso lá, mas como você Não acreditou, você verá tudo, mas não gozará no que tanto lutaste e sofreste. Disse bem quando você declarou que nosso pai é de cima. Ele é Iavé dos exércitos e não Savimbi como você falou a toa.”
 O polícia afastou dali, muito envergonhado. Os Kalekela subiram no carro e partiram com a coluna militar e outros carros. Chegaram num outro controlo de tropas que mandaram revistar a todos. Cada um mostrou o seu bilhete e a cédula pessoal. Quem não tivesse estes documentos, ficava ali mesmo. Quatro jovens que andaram conosco foram apanhados, mas tinham documento.
Chegando aos jovens Kalekela, o comandante pediu-lhes os documentos., Ninguém tinha e também não se apressaram em fazer ou dizer algo. Então avó Enviado tirou da pasta a bata e a fita com o nome Kalekela Paz e deu ao comandante, este deu ao maior deles e disse-lhe: “Estes jovens que andam com aquele rapaz deficiente, não têm documento, mas mostraram-me esta bata e fitas como seus documentos. Olha só o que esta escrito aqui: Kalekela Paz. Que tipo de homens são estes?” O maior deles chegou bem perto e olhou para Avó Enviado. Depois disse: “Estes homens não podem serem travados nem interrogados, porque a missão deles não tem fronteiras. Eles são mandados por Deus para, como nós, lutarem pela paz só que é no mundo espiritual. Deixe-lhes ir.” E mandaram passar uma declaração e enviaram a mesma para todos controlos do Kwanza Sul e Luanda para que não fizessem nada aos Kalekela. Isso continuo até que a paz chegou. Saímos dali e chegamos às Cachoeiras do Bimga. Paramos um pouco, e dali viajamos sem problemas até Luanda. Em Luanda, os Kalekela foram recebido como é de costume. Mas já não ficaram juntos. Foram separados, cada um para casa de um ancião da igreja. Febe foi morar em casa de António Domingos na Sagrada Esperança ou Comissão do Prenda. Dezanove foi morar no Benfica no Paulo Cajicua, centro dos Kalekela onde também morava da Gama, Zito e Avo Enviado. Marcelina e Rosaria foram para os bairros Prenda e Sambizanga com os irmãos José António e Carlos Trigo, respectivamente. Mas não se separaram para sempre; Porque encontravam-se nos sábados e domingos na igreja. Ensaiavam no bairro Benfica e os encontros eram feitos no cultos no Rocha. Certo domingo, treze de Março de 1994, todos estavam reunidos no lugar habitual do culto, na Figueira. Os Kalekela estavam presentes, todos vestidos de batas e fitas com o nome do grupo escrito nas mesmas. Kalekela paz era o nome do grupo. As meninas estavam vestidas de branco e os jovens de verde. Como estavam perfeitamente organizados e se perfilavam perante a mesa, entoando, a inveja renasceu nos corações dos profetas do grupo de Ageu. Quando o coral Kalekela voltou em fila para o seu lugar, os profetas de Ageu escolheram três homens para atacarem os Kalekela. Eram eles: Nelson  Muhongo-profeta Daniel, José Vunda -Gulai e Francisco -Amoz. Para esses profetas o coro Kalekela estava desafiando a eles e a igreja." Por isso," Mandaram eles." Vocês têm que ligar a máxima poténcia dos animais para enfrentar os profetas do Kalekela. Eles fugirão, porque não têm animais como nós temos." Avô Enviado sabia dos planos deles e deu a conhecer aos Kalekela.                       
Quando os profetas do grupo do Ageu chegaram aos Kalekela, começaram a agir como inspirados " ligaram " os animais, como eles disseram, e atacaram,  com mordidas as meninas, porque pensavam que eram fracas e não tinham poder suficiente. Eles não atacaram os jovens porque já sabiam os jovens Kalekela eram forte, por isso é que queriam se aproveitar nas meninas. Gulai foi o primeiro a atacar, porque era considerado o mais forte dos animais. Ele atacou a irmã Marcelina que também era profetiza e os outros dois foram contra a Dezanove e Febe. Mais como o poder dos animais dos Kalekela não era ligado pela força do Homem mas por Deus, as meninas ficaram cheias do espírito Santo, como verdadeiras Leoas e Ursas, derrotaram os animais ligados por eles e seus agentes. José Vunda o Gulai não conseguiu morder a irmã Marcelina porque o Animal Maior estava com ela e o Avô Enviado dava vivas às combatentes do Kalekela, quando Gulai ia se aproximando para atacar, a leoa da Marcenina entrou na ova dele e fê-lo subir no ar. Depois foi lançado sobre a mesa batendo com a boca e dali caio para o chão. Quando viram aquilo, os profetas do Ageu bateram em retirada cheios de vergonha, Gulai levantou-se do chão, após de 20 minutos fora de si, viu que os outros tinham fingido, e com a boca a sangrar foi se limpar na bata da profetiza. Depois foi se embora. O povo gritava assim: Fora com eles, tenhem muita mania de se darem de forte. Agora foram surrados por mulheres. Afinal a mulher tem mesmo valor wo; lhes deram. A partir daquele dia ate hoje, nunca mais insultaram Kalekela.
Cinco dias depois, Avô Enviado propôs a igreja que ia viajar de novo para Kwanza Sul. Os anciãos não queriam que o Avô Enviado fosse outra vez para lá, porque a província toda estava em " maus lençóis " e os jemeias estavam quase às proximidades de Luanda, cercando os dois pontos da capital. No lado Sul, os Jemeias se aproximavam-se do Dondo e atacavam por vezes, Maria Teresa e Zenza do Itombe e Kifangondo. No leste chegaram no Calele, vindos de Quilenda. Luanda estava muito agitada com essas notícias e, com a Fome que atormentava o povo, porque nenhum camião carregado de produtos, vinha de Malange e do Kwanza Sul para Luanda, os mercados estavam vazias e o povo comprava milho e torrava para comer. Muito milho torrado espalhou-se pelos mercados de Luanda; enrolado numa folha de papel, o milho era vendido 500 kz. Luanda estava afectada pelo cheiro do milho torrado que ate chamavam – no de salva Luanda. Avô Enviado tomou parte do sofrimento do povo e comeu milho torrado com o povo. Além do " salva Luanda " muita gente, ate pessoas importantes comeram ratos caseiros ou dibengos gatos e ate cães, por causa da fome. Só faltavam comerem – se a si mesmo, para se cumprir as profecias de Jeremias. Assim foi cumpridas em parte, as palavras que o Eterno por meio de Cavunga Yahweh. Avô Enviado era também conhecido nas lides eclesiásticas como Rei David e os mais velhos gostavam muito dele e estimavam o trabalho que fazia.                                  
Foi ali que o rei David conheceu Armando Afonso, o capulo e José da Graça, o Big John por meio dos filhos do pastor João Januário, que morava no bairro Palanca. Quando Avó Enviado pediu aos anciãos que quis voltar para ver os filhos Deus nos municípios de Kibala e Ebo e animá-los na fé, eles instaram com Avó Enviado para que não viajasse para Kwanza-sul, já que os jemeias estavam mesmo em redor de Luanda." E depois", disseram eles."  “Com este irmão Menezes… Vimos que ele é um perigoso para a missão de Paz do Kalekela. Pois ouvimos que ele tem passe militar e foi com ele na Kibala. E rolam noticias, que o homem foi visto pelos homens da UNITA a expiar a área! Menezes não é Kalekela e não pode ser do grupo do Enviado. Ele foi escolhido pela igreja para ser secretário da medicina.”
E era verdade. Na conversa que Avó Enviado teve o irmão António Muriango, ele ouviu detalhadamente a notícia. Em casa, no bairro Benfica, Paulo Cajicua. O pai Fica Bem disse aos Kalekela: “Vocês não podem ir no Kuanza-sul com o Rei David. Hoje o Rei tem uma dura missão e não pode levar muita Gente. Principalmente você, ó irmão Menezes, por causa do que você tem. Você é das forssas armadas Angolanas e vai se encontrar com outro lado de tropas que são inimigos de vocéis, por causa disso os homens vam ser presos e as meninas vão ser Mulheres dos chefes. E você Da Gama, irá de cartar a água para os mais velhos deles isto aconteceu no Sucursal de oração as 19 horas: Mas quando cantaram o ino de saída, Menezes gritou para todos: Quem conhece Kalekela? Kalekela é tudo! Kalekela é alegria e de alegria é tudo.”
No dia seguente, depois de receberem a testeficaçáo, os Kalekela partiram para Kuanza-sul. Só que a carta rezava Gabela. ‘, E na Gabela não havia nenhum membro da igreja onde os Kalekela pertenciam. Chegaram na Sanga as treze horas e dez. Naquele dia não encontraram, António Kissala Ndandi, o comandante daquele sector. Kissala era amigo de Avo Enviado e ele ouviu que Ndandi foi transferido para Waku-kungu. No controle dos FAA da Sanga, o grupo de Avo Enviado foi impedido de prosseguir seu caminho, porque nele havia Jovens fortes e corajosos que davam para enfrentar as bases inimiga". Era sério o problema, porque os dois contendores tinham programa de rusgas e a tropa do governo conhecia o Rei David, que é Avo Enviado, e os soldados queriam que os Kalekela não fossem para as zonas quentes do Condé: porque os jemeias faziam daquelas áreas, o Bastião deles no Kuanza-sul: Só que Avô Enviado não tinha inimigos nem era inimigo de ninguém. Ele mesmo disse, quando um soldado lhe perguntou sobre essa questão: “ Onde eu estou, o inimigo não fica e onde passo, o inimigo não passa.” O homem perguntou-lhe: -então o senhor é profeta? Mas a Unita ta forte e ambiciosa, com estes "leões’’ que o senhor controla, os militares da Unita não respeitam profetas.Irão levar os Jovens do senhor.”
 “Eu?” respondeu Avo, -não diga que os Sabeus ou jemeias são inimigos, porque todos lutam por um interesse, a Paz. Mas no meio disto, os malandros estão se aproveitando e contudo, a guerra vai prolongar por mais tempo e muito homem ainda vai morrer, pelos interesses dos malandros; porque eles se conhecem e mandam-se condolências quando perde um dos maiores, em um dos lados e felicitam-se quando um deles vence. Mas eles mentem para vocês, nos comícios e nos meios de comunicação social, ofendendo-se mutuamente. Porém, em "kassekele" (Em segredo,) são amigos. Abram o olho, companheiros! Esta guerra é jogo de fezada e morrer é Batota. A paz e a vida virão porém, quando nos dois elefantes sair um e ficar só um a mandar,a alegria vai as cabeças de vocês.” Os soldados que ouviam o Avo, acharam isso divertido e perguntaram. – Rei David. Quem há de sair, nesse meio para que a Paz venha? Avo respondeu-lhes, dizendo:” É aquele que não ouve a razão e não sente o sofrimento do seu povo. A historia o julgará e o tirará do vosso meio.” Os soldados aplaudiram e um deles disse: “Queira Deus que eu não morra para ver o que Enviado disse.” Avo disse:” Se vocês respeitarem a vida de vocês e do próximo, será feito!”
Os Kalekela do Avo Enviado eram chamados de "os leões do Enviado ou "os bichos treinados", e eram conhecidos por todos. E os dois lados em guerra permitiam aos Kalekela passar do lado ocupado por ambos. Ora, os Kalekela entravam em suas bases.
Mas naquele dia os militares não queriam que Avo Enviado fosse ao Condé e noutros bairros por causa da rusga dos jemeias. Ale disso havia soldados malandros que ameaçavam os Kalekela com armas e viam os sacos e mochilas deles para roubarem tudo o que lá se encontrava, vendo isso, Avo Enviado interveio e defendeu os Kalekela, como já tinham tirado do saco dois litros de óleo de soja e dois kilogramas de açúcar, porque temiam que os Kalekela levassem o alimento para os jemeias, Enviado disse-lhes: “Onde os sabeus comem, os jemeias também comem! Entreguem as nossas coisas á nós, porque são nossas: Assim que não demos vocês, salemitos, também não de remos aos jemeias.”
Os soldados perguntaram: “ Que são sabeus e jemeias?”Avo disse: “jemeias são os que vocês chamam de Unita e sabeus são vocês.” Neste caso o Avô Enviado quer levar isso para. Os jemeias?
-Se eu levasse os meus mantimentos para eles, não estaria aqui. Mas para acabar com o problema, dêem-me tudo para destruir, e pegou os litros de óleo que os soldados tinham tirado dele e abriu a rolha e entornou todo óleo no asfalto e disse: “ Assim seja? Agora ninguém ganha. Nem vocês e os jemeias comerão, nem eu e os Kalekela levaremos. Tudo fica aqui. "Terem"acabou.” Soldados ficaram muito admirados com esse gesto e, envergonhados retiraram-se dali, lamentando. Disseram: “este Avô Enviado é mau, ua? Nunca vimos uma vingança assim. É uma boa partida.” Outro, apoiando Avô Enviado, disse: “tem razão. Mesmo eu faço a mesma coisa é minha; é do meu suor; como é que um gajo qualquer, só porque meteu fardamento e tem arma, pode tira-la de mim? Bom exemplo que ele nos deu.” Avô Enviado não foi com o grupo, ficou, porque pensou que os soldados tinham tirado da mochila do Avô, os quilos de sal e açúcar. Mas os militares não tinham mexido noutras sacolas,  senão onde tinham tirado o óleo vegetal. Os Kalekela já tinham ido com tudo e, com Menezes a frente chegaram no bairro do Kahumbi. Avô Enviado dormiu na Sanga. Os militares não ficaram a gostar, quando viram que Menezes Godinho tinha partido dali; porque tinham ouvido dele muita mã notícia que vinha de Kibala. Ouviram que ele ia expiar a Base dos jemeias e tinham lhe visto com o passe militar e o documento da desmobilização.  
 MAIS CENAS 
Digitalizar0007O grupo Kalekela partiu de Capunda para Kahumbi, depois do culto feito lá. Mas os Kalekela não gostavam do que o irmão Menezes fez quando em pleno culto acendeu doze palitos de fósforos e deu à cada um dos responsáveis da Igreja. Os jovens murmuravam, dizendo: “Com esta guerra que destrói o País e principalmente na nossa banda, graças a nosso Deus ainda e ao Avô Enviado que agora estamos bem, porque estamos cercados de anjos da Guarda. Agora ele quer acender outro fogo para queimar à nós e aos nossos haveres?” Chegaram ao Kahumbi quando eram dezoito horas e trinta. Ao entrarem na classe ou aldeia Cristã. Clamavam em alta voz: “Lelo tuapuluka! Mulijina lia Tata, li Mona li Nzumbi ikola nuka lingi tuamaha kolunga. Muenho kaupu Toka kia;” que quer dizer, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, nunca mais provaremos a morte. É vida eterna.                   
 Mas os Kalekela sabiam mesmo que os jemeias estavam no Kahumbi e apanhavam  jovens. Só que vieram em pleno coloque ou casamento tradicional de um jovem do bairro e uma jovem do Casequel. O jovem, por sinal era amigo do comandante Mário, que dirigia a rusga. Também com a vinda do Avô Enviado na área, o povo ficou sossegado e não temeu a presença das tropas Jemeias. Os próprios jemeias também conheciam muito bem os Kalekela e habituavam com o que os Kalekela faziam. Por isso não houve rusga. Mas Avô Enviado não gostou da notícia que escutou na classe do Kahumbi. Soube que o cabrito que era do Kalekela foi comido pelos Jemeias e que os homens que agarraram o cabrito eram Marcos e Maloi. Avô ficou muito zangado e ameaçou os tais com um castigo. A notícia da ira do Avô se espalhou por todo bairro e congregou responsáveis do bairro com dois secretários do partido do jemeias, os senhores Bernardo Kizoje e Chiquito conhecido como Sete. Eles chegaram onde estavam Avô Enviado, os anciãos e os Kalekela. Kizoji tomou a palavra, e disse: “Meu e nosso pai Avô Enviado. Queridos anciãos da Igreja e irmãos Kalekela. Irmãs e irmãos. Nós, como responsáveis do bairro e secretários do nosso glorioso partido, viemos ter com Avô Enviado para expormos as nossas queixas ao nosso pai. Ouvimos tudo o que o pai nos disse, não porque ouvimos dele, mas porque contaram para; nós disseram-nos que o pai ficou irado com o nosso partido e conosco. Prometeu castigo e derrota das nossas FALA. Forças armadas que libertam Angola, só porque agarraram e comeram um simples cabrito pertencente a vossa Igreja. Vocês não sabem que sem nós e sem as nossas forças, não existiria nenhuma pessoa aqui? Teriam dito ao pai que, para alem de Deus e da Igreja, as nossas tropas e o partido, salvam o povo. Agora o pai nos dá pragas e ameaça-nos com grandes castigo; quem estará aqui para defender vocês e os vossos filhos se formos destruídos? Culpados são vocês, porque não explicaram essas coisas ao pai. Pois ele é grande pessoa e um homem especial. Tudo o que diz é verdade, acontece o que ele anuncia. Agora nós pagaremos o cabrito do pai e depois de tudo, vocês elegerão um ou dois secretários da parte de vocês para nos substituir. Mas pedimos ao Rei para que não nos mate ainda. Não gozamos lá.”
 Quando Pedro Maurício ouvio isto o representante da Igreja ficou furioso com Bernardo Kizoji e disse: “Ó irmão Kizoji! Você é maluco! E Quem te elegeu como responsável ou chefe do bairro? Eu falo com você, não como secretário do teu partido, mas como irmão meu e filho deste bairro. Repreendo você, porque errou quando diz que sem você e seu partido, não haveria pessoa viva neste bairro e no Ebo. É insensatez da parte de você ao dizer isso. Você não sabe que o seu partido e as forças militares jemeias precisam de nós? E você? Você é um "cabola"! Um vazio e só quer tomar parte do mal deles, isso acaba e você voltará ao povo. Que será de si, se fizer o mal ao seu povo de onde você veio?”
Avô Enviado baixou a cabeça e humildemente, disse:
“Deixa, pai. Não fales com ele assim. Ele e o movimento dele ainda é que estão no mundo a governar, chegará o tempo que o gozo dele terminará e os que agora têm prazer em ver os outros a padecer, serão, vistos, não a morrer mas a correr de um lugar ao outro a procura de ar fresco e descanso. Vão correndo a procura da família para lhes proteger. E a família que eles mataram? É grande capacete. É agonia!
Mas eu sei quem fez isso. É Maloi e Marcos, seu companheiro. Eles incitaram A população para me odiar. Agarraram a cabra e deram aos jemeias. Mesmo este tio Kizoje que é paciência, não Tem paciência de me ouvir e refletir no que digo. Por isso, kizoje sou eu, porque sou tardio em irar-me. Ele não. Tio Bernardo tem razão de falar a toa; não sabe do que se trata, por isso ele é perdoado agora. Depois ele saberá como é sofrer por blasfemar o nome do nosso protector Jesus.
Mas esses rebeldes verão a espada do Deus Eterno; eles morrerão e os seus corpos serão estendidos sobre a pedra, e todos os verão.” Terminado o encontro, retiraram-se todos para o meio do Bairro uns alegres e outros tristes com medo das palavras do AVÔ. Avó Enviado e os Kalekela estiveram no Kahumbi dois dias. No terceiro dia, o dia da partida, o representante Pedro Maurício e o irmão Menezes Godinho tiveram uma discussão forte e os dois não se entenderam por causa da irmã Dezanove; mas o assunto não foi falado no AVÔ nem os Kalekela sabiam. Mas AVÔ Enviado sabia tudo e conhecia o que irmão pensava.
AVÔ foi ter com Pedro que também é Micael. Não perguntou, mas ouviu ele dizer: “Eu não tenho medo de você, tropa! Não me interessa se você é forte. Se queres gozar, que seja lá com a vossa militância!” Micael ficou tão furioso que disse: “Eu não sou da sua militância! Ele quis dizer, não sou militar como você nem seu companheiro nas forças armadas.” Avô Enviado perguntou ao irmão Menezes se o que havia com eles. Ele disse que estava irado com o representante, porque não quis acompanhar os Kalekela nem ajuda-los na sua viagem á Gabela. OS Kalekela, acompanhados por três mamães e quatro meninos, saíram do Kahumbi para Sanga na madrugada de dois de Março de 1994. Dormiram na Sanga porque não houve transporte para Gabela. Os carros não tinham se deslocado da Gabela para Sanga, porque ouviu-se um boato, de que os jemeias tinham cercado a estrada, na fazenda dos Carolos entre Bem-vindo e Gia. Apesar de muitas dificuldades e da fome que passaram naquele dia e no dia seguinte, os Kalekela conseguiram suportar tudo e viver; porque, para alem dos insultos dos soldados aos Kalekela, porque queriam as meninas do grupo Kalekela, Avô Enviado era obrigado a pegar no seu acordeão e tocar musica para os soldados sabeus (FAA) e alguns populares que, por amizade com sabeus ou por não terem medo da situação, viviam ali. Avô Enviado fez isso, só para terem um pouco de "cabuénha" (peixe pequeno, espécie de tuqueias) para os Kalekela prepararem o funjé do jantar.
Mas na tarde do dia seguinte, Yahweh, o Eterno abriu as janelas dos céus e a sorte do Selicuata bateu á porta dos Kalekela e outros viajantes. Apareceram dois carros de marca IFA e um ORAL, mas Avô Enviado e os seus Kalekela decidiram viajar no carro das forças armadas Angolanas. Naquele dia, Avô Enviado pensou no sofrimento que tinha passado e por mais sofrimento que havia de passar até que a verdadeira paz se concretizasse. Pensou também em Kissala Ndandi, que não estava na Sanga nem naquele carro de tropas. Os militares cantavam canções da parada e de treino, próprias para a tropa; com palavras obscenas; coisas que afligiam o Avô Enviado. Mas que fazer? Estava no meio deles! Estava, como se diz: Um justo entre ímpios. Mesmo assim chegaram na cidade da Gabela e no dia seguinte seguiram viagem para Luanda. No caminho havia muitos controles, não era os policias que controlavam as vias, mas sim, os soldados das Forças armadas Angolanas, porque havia desconfiança com os que saíam do interior; pois, setenta e cinco por cento do país eram ocupados por jemeias (UNITA). Naquela altura, quem não tinha bilhete não passava, era tido como jemeia. Se não tivesse sorte, morria ali. Avô Enviado andava com jovens fortes e prontos para luta, mas não tinham quaisquer documentos. Tinha também Avô muitas meninas bonitas, porém os sabeus (FAA) não queriam meninas. Chegaram no primeiro controle da saída da Gabela, no entroncamento entre Boa Entrada e cachoeiras do Binga. Ali, pararam todos carros, porque houve rumores de cerco dos jemeias no famoso e melindroso Pau-preto, e os comandantes mandaram para lá dois pelotões de tropas. Uma hora mais tarde vieram com essa notícia: A via está livre! Os carros podem avançar. Então, um dos policiais chegou até Avó Enviado e disse-lhe:” Ouve meus rapazes. Parece mentira, mas é certo. Se não fosse nós, este grupo de jovens não avançaria para Luanda. Ficaria na UNITA ou aqui. E depois, com estas meninas tão bonitas e adoráveis! Graças ás nossas forças.” Zito respondeu-lhe, dizendo:” Por onde passamos, chefe, se não fosse o nosso verdadeiro Rei não estaríamos aqui. Nesta graça você esta lá também.”
 O Homem perguntou: “quem é o verdadeiro pai, senão os dois presidentes em guerra? Se Deus fosse o nosso pai, não estaríamos vestidos de farda. Vocês são suspeitas e vosso pai é Savimbi, Porque é de cima e do sul. Quem comanda este grupo?”
 Zito mostrou ao Avô dizendo: “ Nosso pai é este.” Este rapaz é vosso chefe? Disse o homem desdenhando. Ele riu.
“ Sim!” – Respondeu Avô Enviado. “Nesta graça, você esta incluso lá, mas como você Não acreditou, você verá tudo, mas não gozará no que tanto lutaste e sofreste. Disse bem quando você declarou que nosso pai é de cima. Ele é Iavé dos exércitos e não Savimbi como você falou a toa.”
 O polícia afastou dali, muito envergonhado. Os Kalekela subiram no carro e partiram com a coluna militar e outros carros. Chegaram num outro controlo de tropas que mandaram revistar a todos. Cada um mostrou o seu bilhete e a cédula pessoal. Quem não tivesse estes documentos, ficava ali mesmo. Quatro jovens que andaram conosco foram apanhados, mas tinham documento.
Chegando aos jovens Kalekela, o comandante pediu-lhes os documentos., Ninguém tinha e também não se apressaram em fazer ou dizer algo. Então avó Enviado tirou da pasta a bata e a fita com o nome Kalekela Paz e deu ao comandante, este deu ao maior deles e disse-lhe: “Estes jovens que andam com aquele rapaz deficiente, não têm documento, mas mostraram-me esta bata e fitas como seus documentos. Olha só o que esta escrito aqui: Kalekela Paz. Que tipo de homens são estes?” O maior deles chegou bem perto e olhou para Avó Enviado. Depois disse: “Estes homens não podem serem travados nem interrogados, porque a missão deles não tem fronteiras. Eles são mandados por Deus para, como nós, lutarem pela paz só que é no mundo espiritual. Deixe-lhes ir.” E mandaram passar uma declaração e enviaram a mesma para todos controlos do Kwanza Sul e Luanda para que não fizessem nada aos Kalekela. Isso continuo até que a paz chegou. Saímos dali e chegamos às Cachoeiras do Bimga. Paramos um pouco, e dali viajamos sem problemas até Luanda. Em Luanda, os Kalekela foram recebido como é de costume. Mas já não ficaram juntos. Foram separados, cada um para casa de um ancião da igreja. Febe foi morar em casa de António Domingos na Sagrada Esperança ou Comissão do Prenda. Dezanove foi morar no Benfica no Paulo Cajicua, centro dos Kalekela onde também morava da Gama, Zito e Avo Enviado. Marcelina e Rosaria foram para os bairros Prenda e Sambizanga com os irmãos José António e Carlos Trigo, respectivamente. Mas não se separaram para sempre; Porque encontravam-se nos sábados e domingos na igreja. Ensaiavam no bairro Benfica e os encontros eram feitos no cultos no Rocha. Certo domingo, treze de Março de 1994, todos estavam reunidos no lugar habitual do culto, na Figueira. Os Kalekela estavam presentes, todos vestidos de batas e fitas com o nome do grupo escrito nas mesmas. Kalekela paz era o nome do grupo. As meninas estavam vestidas de branco e os jovens de verde. Como estavam perfeitamente organizados e se perfilavam perante a mesa, entoando, a inveja renasceu nos corações dos profetas do grupo de Ageu. Quando o coral Kalekela voltou em fila para o seu lugar, os profetas de Ageu escolheram três homens para atacarem os Kalekela. Eram eles: Nelson  Muhongo-profeta Daniel, José Vunda -Gulai e Francisco -Amoz. Para esses profetas o coro Kalekela estava desafiando a eles e a igreja." Por isso," Mandaram eles." Vocês têm que ligar a máxima poténcia dos animais para enfrentar os profetas do Kalekela. Eles fugirão, porque não têm animais como nós temos." Avô Enviado sabia dos planos deles e deu a conhecer aos Kalekela.                       
Quando os profetas do grupo do Ageu chegaram aos Kalekela, começaram a agir como inspirados " ligaram " os animais, como eles disseram, e atacaram,  com mordidas as meninas, porque pensavam que eram fracas e não tinham poder suficiente. Eles não atacaram os jovens porque já sabiam os jovens Kalekela eram forte, por isso é que queriam se aproveitar nas meninas. Gulai foi o primeiro a atacar, porque era considerado o mais forte dos animais. Ele atacou a irmã Marcelina que também era profetiza e os outros dois foram contra a Dezanove e Febe. Mais como o poder dos animais dos Kalekela não era ligado pela força do Homem mas por Deus, as meninas ficaram cheias do espírito Santo, como verdadeiras Leoas e Ursas, derrotaram os animais ligados por eles e seus agentes. José Vunda o Gulai não conseguiu morder a irmã Marcelina porque o Animal Maior estava com ela e o Avô Enviado dava vivas às combatentes do Kalekela, quando Gulai ia se aproximando para atacar, a leoa da Marcenina entrou na ova dele e fê-lo subir no ar. Depois foi lançado sobre a mesa batendo com a boca e dali caio para o chão. Quando viram aquilo, os profetas do Ageu bateram em retirada cheios de vergonha, Gulai levantou-se do chão, após de 20 minutos fora de si, viu que os outros tinham fingido, e com a boca a sangrar foi se limpar na bata da profetiza. Depois foi se embora. O povo gritava assim: Fora com eles, tenhem muita mania de se darem de forte. Agora foram surrados por mulheres. Afinal a mulher tem mesmo valor wo; lhes deram. A partir daquele dia ate hoje, nunca mais insultaram Kalekela.
Cinco dias depois, Avô Enviado propôs a igreja que ia viajar de novo para Kwanza Sul. Os anciãos não queriam que o Avô Enviado fosse outra vez para lá, porque a província toda estava em " maus lençóis " e os jemeias estavam quase às proximidades de Luanda, cercando os dois pontos da capital. No lado Sul, os Jemeias se aproximavam-se do Dondo e atacavam por vezes, Maria Teresa e Zenza do Itombe e Kifangondo. No leste chegaram no Calele, vindos de Quilenda. Luanda estava muito agitada com essas notícias e, com a Fome que atormentava o povo, porque nenhum camião carregado de produtos, vinha de Malange e do Kwanza Sul para Luanda, os mercados estavam vazias e o povo comprava milho e torrava para comer. Muito milho torrado espalhou-se pelos mercados de Luanda; enrolado numa folha de papel, o milho era vendido 500 kz. Luanda estava afectada pelo cheiro do milho torrado que ate chamavam – no de salva Luanda. Avô Enviado tomou parte do sofrimento do povo e comeu milho torrado com o povo. Além do " salva Luanda " muita gente, ate pessoas importantes comeram ratos caseiros ou dibengos gatos e ate cães, por causa da fome. Só faltavam comerem – se a si mesmo, para se cumprir as profecias de Jeremias. Assim foi cumpridas em parte, as palavras que o Eterno por meio de Cavunga Yahweh. Avô Enviado era também conhecido nas lides eclesiásticas como Rei David e os mais velhos gostavam muito dele e estimavam o trabalho que fazia.                                  
Foi ali que o rei David conheceu Armando Afonso, o capulo e José da Graça, o Big John por meio dos filhos do pastor João Januário, que morava no bairro Palanca. Quando Avó Enviado pediu aos anciãos que quis voltar para ver os filhos Deus nos municípios de Kibala e Ebo e animá-los na fé, eles instaram com Avó Enviado para que não viajasse para Kwanza-sul, já que os jemeias estavam mesmo em redor de Luanda." E depois", disseram eles."  “Com este irmão Menezes… Vimos que ele é um perigoso para a missão de Paz do Kalekela. Pois ouvimos que ele tem passe militar e foi com ele na Kibala. E rolam noticias, que o homem foi visto pelos homens da UNITA a expiar a área! Menezes não é Kalekela e não pode ser do grupo do Enviado. Ele foi escolhido pela igreja para ser secretário da medicina.”
E era verdade. Na conversa que Avó Enviado teve o irmão António Muriango, ele ouviu detalhadamente a notícia. Em casa, no bairro Benfica, Paulo Cajicua. O pai Fica Bem disse aos Kalekela: “Vocês não podem ir no Kuanza-sul com o Rei David. Hoje o Rei tem uma dura missão e não pode levar muita Gente. Principalmente você, ó irmão Menezes, por causa do que você tem. Você é das forssas armadas Angolanas e vai se encontrar com outro lado de tropas que são inimigos de vocéis, por causa disso os homens vam ser presos e as meninas vão ser Mulheres dos chefes. E você Da Gama, irá de cartar a água para os mais velhos deles isto aconteceu no Sucursal de oração as 19 horas: Mas quando cantaram o ino de saída, Menezes gritou para todos: Quem conhece Kalekela? Kalekela é tudo! Kalekela é alegria e de alegria é tudo.”
No dia seguente, depois de receberem a testeficaçáo, os Kalekela partiram para Kuanza-sul. Só que a carta rezava Gabela. ‘, E na Gabela não havia nenhum membro da igreja onde os Kalekela pertenciam. Chegaram na Sanga as treze horas e dez. Naquele dia não encontraram, António Kissala Ndandi, o comandante daquele sector. Kissala era amigo de Avo Enviado e ele ouviu que Ndandi foi transferido para Waku-kungu. No controle dos FAA da Sanga, o grupo de Avo Enviado foi impedido de prosseguir seu caminho, porque nele havia Jovens fortes e corajosos que davam para enfrentar as bases inimiga". Era sério o problema, porque os dois contendores tinham programa de rusgas e a tropa do governo conhecia o Rei David, que é Avo Enviado, e os soldados queriam que os Kalekela não fossem para as zonas quentes do Condé: porque os jemeias faziam daquelas áreas, o Bastião deles no Kuanza-sul: Só que Avô Enviado não tinha inimigos nem era inimigo de ninguém. Ele mesmo disse, quando um soldado lhe perguntou sobre essa questão: “ Onde eu estou, o inimigo não fica e onde passo, o inimigo não passa.” O homem perguntou-lhe: -então o senhor é profeta? Mas a Unita ta forte e ambiciosa, com estes "leões’’ que o senhor controla, os militares da Unita não respeitam profetas.Irão levar os Jovens do senhor.”
 “Eu?” respondeu Avo, -não diga que os Sabeus ou jemeias são inimigos, porque todos lutam por um interesse, a Paz. Mas no meio disto, os malandros estão se aproveitando e contudo, a guerra vai prolongar por mais tempo e muito homem ainda vai morrer, pelos interesses dos malandros; porque eles se conhecem e mandam-se condolências quando perde um dos maiores, em um dos lados e felicitam-se quando um deles vence. Mas eles mentem para vocês, nos comícios e nos meios de comunicação social, ofendendo-se mutuamente. Porém, em "kassekele" (Em segredo,) são amigos. Abram o olho, companheiros! Esta guerra é jogo de fezada e morrer é Batota. A paz e a vida virão porém, quando nos dois elefantes sair um e ficar só um a mandar,a alegria vai as cabeças de vocês.” Os soldados que ouviam o Avo, acharam isso divertido e perguntaram. – Rei David. Quem há de sair, nesse meio para que a Paz venha? Avo respondeu-lhes, dizendo:” É aquele que não ouve a razão e não sente o sofrimento do seu povo. A historia o julgará e o tirará do vosso meio.” Os soldados aplaudiram e um deles disse: “Queira Deus que eu não morra para ver o que Enviado disse.” Avo disse:” Se vocês respeitarem a vida de vocês e do próximo, será feito!”
Os Kalekela do Avo Enviado eram chamados de "os leões do Enviado ou "os bichos treinados", e eram conhecidos por todos. E os dois lados em guerra permitiam aos Kalekela passar do lado ocupado por ambos. Ora, os Kalekela entravam em suas bases.
Mas naquele dia os militares não queriam que Avo Enviado fosse ao Condé e noutros bairros por causa da rusga dos jemeias. Ale disso havia soldados malandros que ameaçavam os Kalekela com armas e viam os sacos e mochilas deles para roubarem tudo o que lá se encontrava, vendo isso, Avo Enviado interveio e defendeu os Kalekela, como já tinham tirado do saco dois litros de óleo de soja e dois kilogramas de açúcar, porque temiam que os Kalekela levassem o alimento para os jemeias, Enviado disse-lhes: “Onde os sabeus comem, os jemeias também comem! Entreguem as nossas coisas á nós, porque são nossas: Assim que não demos vocês, salemitos, também não de remos aos jemeias.”
Os soldados perguntaram: “ Que são sabeus e jemeias?”Avo disse: “jemeias são os que vocês chamam de Unita e sabeus são vocês.” Neste caso o Avô Enviado quer levar isso para. Os jemeias?
-Se eu levasse os meus mantimentos para eles, não estaria aqui. Mas para acabar com o problema, dêem-me tudo para destruir, e pegou os litros de óleo que os soldados tinham tirado dele e abriu a rolha e entornou todo óleo no asfalto e disse: “ Assim seja? Agora ninguém ganha. Nem vocês e os jemeias comerão, nem eu e os Kalekela levaremos. Tudo fica aqui. "Terem"acabou.” Soldados ficaram muito admirados com esse gesto e, envergonhados retiraram-se dali, lamentando. Disseram: “este Avô Enviado é mau, ua? Nunca vimos uma vingança assim. É uma boa partida.” Outro, apoiando Avô Enviado, disse: “tem razão. Mesmo eu faço a mesma coisa é minha; é do meu suor; como é que um gajo qualquer, só porque meteu fardamento e tem arma, pode tira-la de mim? Bom exemplo que ele nos deu.” Avô Enviado não foi com o grupo, ficou, porque pensou que os soldados tinham tirado da mochila do Avô, os quilos de sal e açúcar. Mas os militares não tinham mexido noutras sacolas,  senão onde tinham tirado o óleo vegetal. Os Kalekela já tinham ido com tudo e, com Menezes a frente chegaram no bairro do Kahumbi. Avô Enviado dormiu na Sanga. Os militares não ficaram a gostar, quando viram que Menezes Godinho tinha partido dali; porque tinham ouvido dele muita mã notícia que vinha de Kibala. Ouviram que ele ia expiar a Base dos jemeias e tinham lhe visto com o passe militar e o documento da desmobilização.  

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