kalekela Paz

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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

CAPITULO5 A PRIMEIRA VISITA AO KAHUMBI


CAPITULO5 A PRIMEIRA VISITA AO KAHUMBI
No dia 25 de Abril do ano do peso 1993, a irmã Madalena Kissinga, corpo do pai Mayamona, veio ao Condé centro com um recado que ela dizia que era uma mensagem do Deus Eterno, que dizia: “ Avô Enviado, o pai Ovelha, um secretário e duas meninas, devem ir em missão de serviço no bairro Hengo na igreja central!”
Mayamona habitava no corpo da mulher chamada Madalena do Kayango; a mesma senhora vinha daquele bairro do outro lado do Nhia em visita à igreja do Condé. Quando Avô soube da mensagem, disse: “A minha hora não chegou ainda! Quem disse que eu iria à igreja do Hengo? Se é o corpo do Mayamona, aquele corpo não conheceu o programa que me trouxe aqui!”
“Pai Ovelha!” disse Avô ao jovem que acabava de entrar. “Estás disposto a ir ao Kalengo?”
“Não estou.” respondeu Ovelha. “Mas vamos só, porque já é programa!” Avô Enviado disse então:
“Nisto, veremos se é o programa do Eterno: Nós iremos até Panga; se não formos desviados para a direita ou para a esquerda, isto é, se não formos à Kahumbi, ou Ndalambiri e irmos directamente ao Hengo, então o programa é do Eterno. Se formos desviados, o mesmo programa é o plano da carne.
E saíram juntos. A igreja escolheu Almeida Alberto, secretário adjunto da igreja do Condé e corpo profético do Avô Enoque, para secretário da comissão e duas meninas com 15 anos de idade; a Waika e a Laurinda, para acompanharem a comissão e dois corpos que levam o Espírito. O menino Da gama de 13 anos aproximou-se da comissão, vindo das suas brincadeiras na casa de Matamba, que também estava na comissão.  
Da gama gritou para o grupo: “Meu Pai Rei! Ó pai Ovelha meu irmão!
Eu gostaria de ir convosco, mas esta viagem é da dúvida! A comissão não chegará ao destino! É da dúvida.”
“Quem é que de entre nós tem duvida?” perguntou Ovelha.
 “Ninguém!” respondeu Da gama: “Mas a missão é duvidosa.”
“Deixem-no!” gritou o secretário; “ O que este está dizendo não tem fundamento algum! É uma criança de nada!”
 Montaram-se em bicicletas e foram, rumo à Panga. E o pequeno Da gama seguia-os, clamando: “ É da dúvida! É da dúvida! Essa viagem é da dúvida!”
Porque é que se usava só bicicleta, porquanto podia-se utilizar carros como meio de transporte mais rápido? Ora, em 1993 a 1994, o país estava em guerra; uma guerra jamais vista desde que Angola se libertou dos seus escravizadores e tornou-se uma nação. Naquela altura não havia carro que circulava naquelas paragens, pois Micael ocupava aquelas áreas. Depois estava sob controlo dos Jemeias; é ali onde havia comida para as cidades. Os carros só andavam nas cidades onde os sabeus controlavam. Mesmo o Ebo, onde Avô Enviado estava, era ocupado por Micael. Por isso é que os homens faziam das bicicletas carros para viagens mais longa e transportes também.
A comissão partiu, rumo ao Hengo. Mas apôs terem os eleitos passados à Diquita, Avô Enviado disse ao grupo: “ Agora é que vamos ver! Essa viagem não vai bem!”
“Porque é que não vai bem, ó Avô?” perguntou Almeida. “−Será que acreditas nas palavras do menino Da gama?”
“Sim, acredito.” respondeu Avô; “Mas não é só isso, desde que começou a nossa viagem, não vimos nenhuma formiga preta, Zeu e já saltamos 3 filas de formigas vermelhas, as Quissondes; assim a viagem está teki.”
Porque é que Avô Enviado diz isto? Pois, como vós sabeis, Avô entende tudo o que os animais falam; e no tempo de guerra ou de tempestade, tanto Avô como os Profetas do Yahweh, tinham um sinal. Se vissem no caminho uma ou duas filas de formiga bravas Zeus, ainda que tivesse ou não formigas quissonde, o tempo e a viagem estavam bons. Se vissem somente formigas quissondes em fila, ali tudo estava mal e isto é seguido até hoje.
Caminharam até chegarem no bairro Panga e como o Avô disse, e antes, o menino Da gama tinha anunciado, aconteceu mesmo! Encontraram no bairro um chefe dos Jemeias com o seu grupo; o homem chamava-se Bembua.
O Jemeia mandou-os parar e perguntou-lhes se donde vinham e para onde iam. 
E o secretário respondeu pela comissão, dizendo: “Viemos do Condé centro e vamos ao bairro Hengo em missão da igreja.”
 “Com esta guerra?” ralhou o Bembua. “Ainda vós rezais? Não sabeis que os sabeus ocuparam a nossa área? Dai-me cá as bicicletas ou vamos todos!” E era verdade. Estavam mesmo em guerra. Porque apôs ter arrebentado o Ndundo pôs-eleitoral, os Jemeias, sob controlo do Arcanjo Micael, ocuparam todo o município do Ebo e suas comunas, como também a Kibala das mãos dos sabeus, sob comando do comandante Daniel, conforme profetizou Kavunga Yahweh. E no mesmo dia 25 de Abril em que Avô Enviado foi enviado pela igreja do centro Condé à igreja do Hengo Ebo, é o mesmo dia em que os sabeus atacaram a comuna do Condé; e os Jemeias estavam se retirando em debandada para os lugares de Balaia e Cassequel. Avô Enviado desceu da bicicleta e foi ter com o homem que os mandou parar e disse-lhe:
“Ó chefe Bembua! Por favor, não faça este mal a nós, teus Servos! Deixa-nos passar e iremos ao Calengo para cumprirmos a missão que Deus entregou aos seus discípulos…”
“ Também? Ireis ao Kalengo pois!” ralhou o Jemeia. “Com essa guerra, ó gente? Ou, vós sois espias dos inimigos? Dai-me as bicicletas, ou mato-vos, seus sabeus!” E apontou a arma a eles. Avô respondeu: “Vossa chefia! Quem domina hoje será dominado amanhã! Nós não somos espias do inimigo, como vossa chefia diz, e se tu dominas os homens, quem é dominador do mundo dos homens?” Bembua exclamou: “Ó dominador! Não é contigo! É com os teus companheiros que não querem ajudar-me. E eu os ameacei de morte.” Avô Enviado disse: “Mais velho! O teu Deus vai ser Juiz entre mim e ti. Veremos quem errou!”
 Um jovem guarda pessoal do mesmo Jemeia, saiu do grupo e veio até onde o Avô estava, saudou-o e disse-lhe: “Eu ouvi que és um artista do mundo e Rei da música. Agora não tens só uma cassete da tua igreja?”
“Bem dizes que sou!” exclamou Avô. “Mas, não toquei ainda; tocarei depois do programa.” Então o chefe Bembua gritou ao jovem: “Deixa ali o dominador do mundo e vamos embora. Este homem é grande Profeta! O seu melhor discípulo é o Micael, do Kahumbi. Vamos!” E começaram a andar. Os dois corpos vates; Matamba e Moisés foram com eles à Balaia. Avô Enviado entrou no bairro, muito indignado. Deixou o secretário em casa da mãe do Balú, a mãe Esperança; Avô Enviado e o pai Ovelha continuaram a viagem; não mais ao Hengo, mas ao Kahumbi. Foram sem a Harmónica, como era o costume, porque tinha ficado com a Waika. E não passaram por estrada, mas entraram pela muphanda (bosque à dentro), andando em caminho atalho. No caminho, Avô amaldiçoava o plano daquele chefe mau, dizendo: “Maldito seja a obra do chefe que tem pelo nome “paz” mas o que ele faz é só impiedade! Ele será derrotado; mas não deixará que o Arcanjo perca o comando por causa dele.”
Enquanto Ele ainda falava, surgiu-lhe um velho com os seus quatro filhos jovens. Ovelha afastou-se do Avô Enviado, querendo fugir porque pensava que eram outros jemeias. Avô disse:
 “Agora já és Pedro,  pai Ovelha? Se é ndundo é ndundo mesmo! Não tenha medo! Comigo estás seguro! Mas esses não são Jemeias!” E era verdade! O velho aproximou-se deles, saudou-os e disse: “Avô Rei Dá Vida! Melhor é que vá a Kahumbi, salvar teus filhos.” Avô Enviado respondeu ao velho: “Na verdade, por tu conheceres a verdade, ela te libertará. Mesmo nessa guerra ou na paz que vem, tu e os teus filhos viverão felizes e em paz.”
“A kahome akio ayi kia?” (Os mesmos homens Jemeias, já foram?) Perguntou ele.
“Xó, maji tua xiya kia ki ya longila oyima yó.” (não; respondeu o pai Ovelha. Mas deixamo-lhes a arrumarem as coisas deles.) O velho e os filhos despediram-se do Avô. Medrosos e desconfiantes, andaram devagar; pé no caminho e pé no capim, com medo dos Jemeias. Porém, Avô e Ovelha foram apressadamente ao Kahumbi. E às dezenove horas e dezoito minutos (19h e 18m). Já estavam na classe Tocoista do Kahumbi. O bairro estava movimentado. Ninguém tinha fugido para as matas; mesmo assim, os Jemeias consideravam aquela área como deles. Avô Enviado e o pai Ovelha encontraram ali muitos rapazes e raparigas conversando ou namorando; um desses rapazes é Zito Domingos, que depois tornou-se um discípulo de Yahweh e
Então, eles dirigiram-se à casa do representante da igreja, o qual os levou ao tabernáculo. De imediato, um fiscal da classe que vivia ali perto do tabernáculo, foi apressadamente em casa do dirigente de coro, avisá-lo, que se preparasse para, com o seu grupo, receber a grande Pedra, (Avô Enviado de Deus). Ali, apartaram-se um do outro. E passaram de casa em casa, avisando o povo de Yahweh para ir ao Tabernáculo e encontrar-se com o Enviado. Cada responsável tratava o que lhe pertencia; enquanto o fiscal avisava os velhos (representantes) da classe e os Profetas, o mestre do coro enviava o seu grupo ao Tebe (tabernáculo de Deus) Meia hora, a classe estava bem movimentada, bem alegre e mais “in,” mais brilhante que a lua em quarto crescente; até desafiava o barulho medonho e feio do mussonguir (trevas do pecado) que se fazia no meio do bairro, por causa da guerra. Ora, quando se recebia visitas da igreja em qualquer classe ou centro, os representantes não se preocupavam assim como agora. Porque a igreja donde provinha o visitante, saia uma carta ou certificado de visita; Ou os visitantes vinham trazidos de uma guia.
Mas este visitante era diferente dos outros. Não recomendou ninguém, não trouxera nenhum certificado ou guia, encontrou o povo desprevenido, pois ele vinha como um ladrão e não era conhecido por todos.
Toda gente alegre, gritava na sua língua, dizendo: “Tuie tua keke Inviado! Tuie tua mungeke!” (Vamos ver o Enviado! Vamos vê-lo!) Todos entraram, menos os que não pertenciam ao Tebe. Mas, para surpresa deles, depararam-se com uma coisa teki; os dois hóspedes estavam tristes e amargurados.
Os representantes e corpos Proféticos da igreja, na classe do Kahumbi, estavam preocupados e aflitos, ao verem o Avô Enviado triste. Mas os jovens, não sabendo de nada, estavam somente interessados para verem o Avô que um dia viram cantando e tocando na inauguração da casa do Lunga, o tabernáculo de Deus em Kibala.
Queriam ver o Avô que Pedro Maurício, o representante da igreja do Ebo vira e falara dele ao povo. O Avô, que era e é a Nova Caixa da Aliança Eterna, depois da antiga, a de Isaías. Todos os jovens estavam preocupados e perguntavam, se onde estava Ele. “Pi weti mbepo? Avô Inviado; yu in ó Yó?” (Onde está Ele? É este o Avô Enviado ou é aquele afinal?) Mostravam o Avô Ovelha. “Eti nga, ó yu!” (Parece ser este!) Diziam outros, apontando ao Ovelha. Eles diziam isto; sabes porquê? Porque Deus deu ao Enviado um Espírito e uma face que chama à curiosidade. Ora; quando alguém anda ou senta-se com Avô Enviado no mesmo sítio, a cara do mesmo muda e fica parecida com a do Enviado, e os que o vêem dizem que é Ele ou irmão dele.
Ora, mesmo tu, se ficas com o Yahweh, todos dirão: É Ele! É irmão dele, ou ainda: são gémeos! Por isso é que todos os presentes naquela assembleia solene, se confundiam com pai Ovelha, pensando que era mesmo Avô Enviado. E isto continua a prevalecer aos homens até hoje. Começou então o programa de recepção de visita, como é o costume da igreja Tocoista. É o costume da igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo, os velhos e os profetas darem o abraço espiritual aos visitantes; mas com Avô Enviado não foi assim. Eles ajoelharam-se todos, pedindo ao Avô que desse-lhes o poderoso abraço do Yahweh que dá saúde e vida em abundância.
O Avô, que é agora conhecido como o Pai nestas paragens, como faz-se participar também da nossa ignorância, perguntava-se a si mesmo se o que queria dizer aquilo. Com o pai Ovelha à frente, o Pai Rei abraçava a todos, enquanto o coro cantava o hino da recepção.
Naquela mesma hora em que o Pai Enviado e o Ovelha davam o abraço à igreja, o Espírito Santo alerta os representantes: Pedro Maurício Gomes; Profeta ou Anjo Micael, Agostinho Viegas Pai Abraão, Manuel Pinto Daniel, António Cazombo Jeremias, e o secretário Manuel Mavó; sendo eles, os corpos mais importantes da classe, o Espírito disse-lhes: “Aquele que vocês virem um pouco receado e quase desconfiando, é aquele mesmo, o Pai, a vossa Pedra do Ângulo, o Avô Enviado!” Os dois visitantes abraçavam à todos, até chegarem aos representantes que foram alertados pelo Santo Espírito; O pai Ovelha deu o abraço aos velhos. Eles alegraram-se em seus espíritos, mas não agiam como Profetas a não ser os jovens. Chegando porém, a vez do Pai, ao abraçar ainda um representante, aliás, o primeiro, o Espírito desceu à todos, velhos e jovens. Todos estavam cheios do poder dos altos e profetizavam. Os corpos importantes da classe manifestavam assim o Pai: “Este é o Pai, o Nosso Pai! Os filhos da Kibala chamam-no “Avô.” Não se sabe se Ele é o Avô por ter netos humanos na vontade de homem. Se afinal Ele é Avô, é o Eterno Avô; o antepassado de todos os Avós desde a criação do mundo, o justo Abel. Mas Ele é tão jovem para ser um Avô como o primeiro Adão.
Ele é Avô! Avô pelos seus feitos, pela sua sabedoria, seu cuidado para com os filhos. Mas também o Eterno Deus jamais é Avô ou padrasto. É Pai!
Por isso, bendito o que vem em nome do Senhor. Este é Pai, porque cuidará dos seus filhos espirituais e naturais. Salvá-los-á dos inimigos que nos rodeiam nesse tempo teki de guerra, principalmente na nossa área, Ele escolherá seus alunos para trabalharem com Ele em prol da paz. Fará selecção de alunos em alguns bairros.
Virá com eles numa escola de coragem trabalhando no duro para trazer a paz neste país teki. E a paz virá, certamente! Depois, quando a paz estiver implantada no país, o Menino será desprezado e não será ninguém; andará de cima a baixo. É o incansável trabalhador, mas os homens dirão que Ele anda disperso. Os seus filhos abandoná-lo-ão e seguirão aos outros deuses e senhores e farão eleições e votarão aos seus deuses-homens que serão capitães que, segundo eles, conduzirão o povo do Egipto para Canaan e vencerão os Faraós! Mas eles se cansarão e o reino deles não irá avante. Ao fim do ano 2000, vai ser quebrado.”
 Depois da intervenção do Espírito Santo, foi dado o tempo, ou os representantes deram a palavra ao Pai Enviado.
Mas Ele não quis, pois estava tão triste e pesaroso; por isso deu o tempo ao pai Ovelha. Este agradeceu pela recepção feita a eles. Depois, pela inspiração do Nosso Rei da Gloria, alertou o povo do Alfa e Ómega para os tempos maus do tempo teki que vem e deu-lhes bom ânimo, incutindo confiança aos filhos queridos do Alfa, dizendo: “Coragem, coragem filhos do Alfa! Não tenham medo! Vocês já têm o que os grandes e poderosos do mundo não têm, o vosso Redentor, aquele que vos dará a paz mesmo nesse tempo teki! Não tema ó pequeno rebanho.”
 O povo ouvia atentamente e admirava, porque a voz era mesmo a voz que se ouvia no Lunga.
Os filhos do Alfa não estavam ainda satisfeitos, apesar de ouvirem as palavras de coragem do Nosso Rei na Caixa do pai Ovelha. Queriam ouvir mais do Pai.
Então o Pai Enviado levantou-se e todos aplaudiram. Saudou com a paz à igreja e fez saber à igreja o porquê da sua tristeza. Contou-lhes tudo o que aconteceu ao grupo que estava indo ao Kalengo Hengo, em trabalho da igreja. Ele disse: “Os homens que estavam andando connosco, eram muito duvidosos e também são ainda muito jovens, não ouvem o que o Espírito diz. Por isso, em vez do bem, foram todos levados por Bembua. Ele disse que o secretário escolhido pela igreja do centro Condé para a comissão, foi levado com eles, porque o programa não era mesmo do Yahweh.
Só ficou a Waika e a Linda,” terminou Ele, “duas meninas escolhidas também para nos acompanharem.”
 Então, Pedro Micael, o representante e Profeta local disse à todos: “Isto é felicidade! É sorte grande! A pedra preciosa tinha sido enviada aos lugares mais distantes da nossa banda. Mas Deus viu que aquela igreja ainda é nova. O seu povo ainda não conhece o que é esta Pedra e o que é duro da Pedra. O povo precisa ser ensinado e educado na lei, só assim conhecerá o que nós conhecemos agora. Louvem a Deus por isso! Por enquanto ainda é nossa sorte, Amen.

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