UM MENINO NAS SEIS PONTES
Naquele tempo, enquanto o povo festejava a
sua independência, em Luanda e em outras capitais de províncias onde não se
fazia sentir o som do ndundo (guerra) e com o Dr. Agostinho Neto à frente, (Neto
era o primeiro presidente e fundador da Republica de Angola) aqui no sul do rio
kwanza, e mais ao longe, no rio Cubal, no lugar onde havia seis pontes ali
construídas com ferro e madeira, bem ajuntadas como uma só ponte. No outro lado
do rio há um bairro com o mesmo nome, embora tivessem outros bairros. Dali
saíram duas senhoras e suas filhas. A mais velha com três moças, passou adiante
rumo à lavra, mas a outra curvou em direcção ao rio. Andou seis ou sete metros;
quando assustou, viu um vulto, uma figura que parecia uma boneca. Avançou mais
um bocado, pensando assim: “Se eu tiver sorte como a filha de Faraó, acharei
meu filho também.” Mas o medo crescia na senhora e tremendo, afastou-se dali e
sentou no capim, vendo de longe a figura. Esperava se passasse alguém por ali,
a velhinha o convidaria a ver aquela maravilha. Mas resoluta e corajosamente, a
mãe de duas meninas levantou-se e foi ao lugar onde estava, dali ela andou até
chegar perto da ponte, e enxergando bem, viu um Menino muito bonito. A ,Mas
andando ela em cima da ponte número um, não via o Menino.
“Aonde foi 0
Menino?” Perguntava, de si para si. Avançou, passando duas pontes, a terceira e
a quarta. Na quinta ponte ouviu uma voz que dizia:
“Ele está em
baixo da ponte! Procura-o na terceira ponte, se não o encontrares, vai
procurá-lo na sexta ponte!”
A mulherzinha
ficou de tão maneira atemorizada que até quis fugir; pensando que tinha sido um
Kilulu (Demónio, Cazumbi ou espírito dos mortos) que falava com ela. A mulher
tremia muito. Era grande azar! Na província do Kwanza Sul e nos seus municípios,
que são: Sumbe, Seles, Conda, Ebo, Kibala, etc.
Crêem muito
nesses azares; como os Israelitas criam que, se vissem Anjos morriam. Géneses: 32-30.
Juízes: 13-22. E é na razão; porque o povo daquela província tinha tradições e
costumes diferentes dos outros, sendo o feitiço a base das suas crenças. E a
senhora era uma delas! Mas o que lhe falava não era o espírito dos mortos nem
demónio algum; era sim, o Ressuscitado e Glorioso Jesus. A senhora ainda em pé
na ponte, sentia passos de alguém que estava vindo, olhou para trás e viu um
jovem na terceira ponte vestido de uma bata verde e amarrada uma fita à cabeça.
O moço aparentava ter quinze anos. Ela dirigiu-se para Ele para cumprimentá-lo
e disse ao homem: “O filho não viu o Menino que estava aqui? Mostra-o só!”
O Menino disse: “O rapaz não está aqui na ponte
número três;
Mas está em baixo da ponte número seis. Vá lá
e o verá.” A mulher olhou bem para Ele, de cima à baixo e disse:
“Ó filho! Mas
você não é daqui, não é dos nossos!”
“Sou da onde
então?” Disse o rapaz sorrindo.
“Filho saiu de
onde? Ou é Padre? Está diferente:”
“Eu não sou, nem padre nem Cazumbi como a
senhora pensa!” Disse o Menino. “Eu sou o Menino á quem a senhora quer!” A
mulher ficou chateada e aterrada até ao chão. Vira o que nunca tinha encontrado
na sua vida desde a sua mocidade; Ela nunca viu coisa parecida, um Anjo do
Eterno. Mas o que conversava com ela, a pegou pela mão, levantou-a e deu-lhe
novas forças, dizendo: “Mãe! Vamos conversar! Sem medo! Você já achou o Menino
sou Eu mesmo! Não tenha medo!” Ela olhou para o homem vestido de verde e disse:
“Ó mano, você não é o Menino! Você é grande! Ele tem cinco anos!” Ele
disse-lhe: “Cinco vezes três?” A senhora disse: “O que é cinco vezes três?” Ele
disse: “Cinco contados por três vezes, quantos são?” Ela respondeu depois da
conta; “São quinze.” O homem perguntou. “É teu filho?” Ela disse: “É minha
Sorte e você como se chama?” Ele respondeu: “Chamo-me Sorte Selikuata. E o
Menino tem quinze anos desde seu aparecimento e Ele terá quinze anos na vida
toda; Ele será o exemplo na vida aos homens. Terá cinco e dez na vida; isto é:
Se o homem tem cinco quilos na verdade, terá também dez quilos na vaidade.
Cinco quilos de milho no bem e dez quilos no mal. E este teu Menino tem dois
sinais!” A vida e a morte; a vida para os que acreditam no Eterno, a morte para
os que desobedecem a lei dele. E esta será o sinal: Acharás um Menino tapado
com uma capa branca nos seus olhos. Tu podes levá-lo para casa mas a tua
família não o receberá e muitos falarão contra Ele. Ele é o sinal de
contradição e pedra de tropeço para muitos. Mas é a pedra mais importante que
os edificadores rejeitam mas Ele é Pedra do ângulo. Vá em baixo da ponte, Ele
está lá. E a senhora foi em direcção a sexta ponte e viu em baixo um Menino
assentado. Desceu para lá e tirou o Menino da água e levou-o para casa. O lugar
onde estava sentado o Menino tem uma pequena ilha e umas pedras. Isto aconteceu
no mês de Julho no dia 7. Quando a senhora viu os olhos do Menino ficou
assombrada; pois os olhos do Menino eram todos brancos como a neve, e não havia
sinal preto algum neles, mas a mulher lembrou do que tinha ouvido; levou o
Menino em casa sem hesitar.
O MENINO É REJEITADO
As duas meninas,
filhas daquela senhora que tinha ido ao rio estavam esperando por ela. Mas como
a mãe estava demorando, foram juntar-se às suas companheiras, as moças que,
junto com a sua mãe, estavam indo à lavra. As três moças olharam para trás e
viram as duas irmãs filhas da irmã mais velha, correndo
para elas. Quando chegaram, a mais velha das duas perguntou, se onde estaria a
mãe das meninas que tinham vindo; elas responderam que a mãe estava no rio e
fê-las adiantarem. A moça ficou zangada e resmungava contra a mãe das crianças;
acusando-a de louca e sem juízo. Enquanto elas marchavam, a menina Samba a mais
pequena, perguntou à moça zangada: “Ó mana Cecília! Hoje é domingo; os outros
foram à igreja e nós vamos à lavra. E você sabe como é a tradição dessa terra,
agora, se Deus, ou um dos nossos avós que já partiram deste mundo te mostrar
uma maravilha, as vezes um Menino, tu ó Cecília não vais levar?”
“Vou!” Exclamou a moça. “Eu
vou levar o Menino, ainda que não saiba onde é que Ele nasceu, nem quem era a
mãe dele.”
Samba: “Mas ó mana! Se te
acontecer, não vais negar?”
Cecília: “Eu, ó Samba, sou
boa mulher! Embora não tenha ainda marido, não é? Não estarei sozinha; o Menino
será a minha Ovelha, a minha Sorte!” Samba: “E se o mesmo Menino apresentar
algum defeito nos olhos, nas mãos ou nos pés, a mana vai aceitar?”
Cecília: “Mas você, ó Samba
pergunta, “eh!... Eu sou Católica e você também é; nunca a Samba ouviu os
nossos Catequistas pregarem que, se virmos um Lázaro ou uma criança, não
podemos desprezá-los, porque Cristo ali está? Eu sou que não vou recebê-lo? Não
vou desprezar Deus.”
Chegaram pois à lavra às
nove horas e meia; Cada um foi no seu lugar, isto é, na sua mandioqueira e no
seu mamoeiro e outras árvores de fruta. Naqueles dias, havia maboque e ginguenga,
frutas silvestres. As meninas apanhavam e comiam. A ginguenga é uma boa fruta;
o seu sumo serve como medicamento. Enquanto elas apanhavam frutas, a mãe delas
chegou à lavra e com grande Júbilo gritou, “Eu tenho sorte! Eu como Susana ou
Suzi tenho boa sorte!” A outra velha que, naquela hora estava calada, replicou:
“Ó Susana! Onde estavas você, deixando as filhas sozinhas?”
Suzi; “Eu, nesse domingo
estava indo à lavra. E uma voz, não sei de onde veio, falou comigo e dirigiu-me
até ao Keve; ali na ponte, vi de longe uma boneca; eu pensei que essa boneca
foi deixada pelos brancos quando foram; mas quando eu subi na primeira ponte,
vi que a figura se tornava grande.” Eu disse no meu coração: “Se eu tiver
sorte, acharei o meu filho como a filha de Faraó.” O Menino estava sentado numa
pedra, com os pés na água. Eu tive medo e afastei-me dali; mas com coragem de
um homem, fui até à quinta ponte e não vi mais o Menino; ouvi só de trás uma
voz que dizia: “Procura-o na terceira ponte! Se não o encontrares, vai na sexta
ponte.” Fiquei a tremer de medo, pensei que era um Kilulu (Cazumbi), mas atrás
veio um homem que vestia uma bata verde e uma fita amarrada na cabeça;
levantou-me do chão e me deu ânimo. Perguntei-lhe, se não viu o Menino. Ele me
indicou que estava em baixo da ponte número seis. Ele me contou os segredos do
Menino e como ele é. Eu já mais vi aquele moço desde a minha mocidade; Eu sei
que aquele é o Anjo de Deus.”
Samba: “E o Menino está em
casa? Vamos lá!”
Suzi: “Ó minha caçula; o
teu amigo está lá. Vamos!”
Teresa: “Ó Suzi! A tal sorte, não sei qual é, que deixa as filhas
sem você! Vamos ver o bonito Menino! Vamos.”
Amélia: “Ó mãe! Não ofenda a Deus! Você é Cristã e nos dá o bom
conselho, agora é uma destruidora.”
Samba tinha dito antes: “E se o mesmo Menino apresentar algum
defeito nos olhos, nas mãos ou nos pés a mana vai aceitar?” Teresa, a mãe das três
moças calou-se; lembrou das perguntas da Pequena Samba quando disse que, se a
Cecília visse uma maravilha, por vezes um Menino mostrado por Deus, ou “se o
Menino mostrasse algum defeito no corpo” dizia a Samba no caminho, “A mana aceitaria?”
Ela disse: “Sim!” A velha pensava no que tinha acontecido com sua irmã e ficou
quase sem palavra! Pensava que um Anjo de Yahweh tinha falado à Samba. As
meninas brincavam e apanhavam frutas; enquanto as moças e sua mãe meditavam nas
palavras da menina, na conversa que ela teve com a Cecília no caminho e, também
no que aconteceu com Suzy. Estiveram na lavra até três da tarde. Depois
prepararam-se e partiram da lavra para o bairro. Andaram devagar por causa das
crianças. Chegaram às cinco horas no lugar onde se achou o Menino. A Susana
mostrou-lhes o sítio e contou à todos o sucedido. Chegando em casa, viram o
Menino deitado. A criança que era grande com cinco anos de idade, tornou-se um
Menino pequeno de três meses! Sem pálpebras nem pestanas e com os olhos fora do
sítio! Não é um mito, é uma pura verdade; o Repórter do Yahweh viu e ouviu e o
que ele diz é verdade. Samba entrou correndo na sala e rapidamente tirou o
Menino da esteira onde ele dormia, meteu-o no colo e saiu. Estando ela
brincando com o Menino lá fora, Cecília mandou que trouxessem o Menino à ela;
Amélia veio e tirou o Menino das mãos da Samba.
Amélia era a mais velha da
Pequena. Samba negou, dizendo: “Fala na mana Cecília para vir aqui e cumprir
sua aposta que fez no caminho da lavra, se ela é boa mulher, Amélia foi e deu a
notícia à Cecília. Esta veio e viu a criança no colo de Samba; recebeu-a.
Reparando-a de cima à baixo, mas quando a moça viu nos olhos do Menino, gritou:
“Olhem só! Que desastre! Um animal! Oh! Que desgraça!”
Samba: “Não é desgraça, ó mana! É nossa sorte!”
Cecília: “Qual é essa nossa Sorte? Um Menino de três meses, sem
sobrancelhas nem pestanas, nem meninas dos olhos já se tem!.. Tudo branco! Mas
esse Menino nasceu de uma mulher mesmo? Duvido! Veio dos Céus! É um Deus! É um
Espírito feito carne! Oh! Que azar! Vamos morrer, vimos Deus! Deus enviou-nos o
castigo dos nossos pecados; o nosso Avô virou-se contra nós! Samba! Deita fora
esta criança!”
Samba vendo a moça tremendo e chorando, ficou comovida; mas
deu-lhe ainda conselhos, animando-a e dando-lhe acalmia, lembrou à Cecília da conversa
que as duas tiveram no caminho do campo. A Cecília que dantes se dizia que era
boa mulher, naquela hora já era dona da pergunta que hoje é usada por nós: “Quem
é este? Quem é este?” A moça tremia de medo e continuava a perguntar: Quem é este?
A mocita saiu dali a correr, dando voltas ao bairro todo e
anunciando a toda gente aquela maravilha. Assim que ela ia correndo, gritava: “Venham
ver só o nosso azar! No nosso bairro apareceu um animal com rosto de Pessoa! O
mesmo animal ou pessoa não tem pálpebras nem menina dos olhos em cada vista!
Venham ver só!”
Todo bairro ficou movimentado com essa notícia: Jovens, velhos, e
crianças, todos até nenês; movimentaram-se, rumo à casa de Suzy, lá em baixo
para ver de perto o tal animal. As amigas da Cecília perguntaram a ela: “Onde
está o animal, ó amiga Cecília?”
Cecília: “Está em casa da
mãe Suzy, que o achou!”
“Onde tia Suzy achou o
animal, é longe?” Perguntaram.
Cecília: “É perto; foi nas
seis pontes, no nosso caminho de ir à lavra; ali a mãe viu o Menino na água e o
levou.” E assim elas desceram até a casa da Suzy. Ali estava muito cheio de
gente. A casa estava abarrotada, que não havia passagem para ninguém. Mandaram
chamar a Pequena Samba, vinda ela, pediram que trouxesse o Menino. Ouvindo a
chamada, Suzy não queria sair fora com Ele; mas o povo insistiu até que ela deu
o Menino à Samba; esta tomou-o e saiu para fora. Assim que o viram, gritaram
todos: “É esta a sorte da Suzy? Mas quem é este?” Outros diziam que era o
animal; outros, que era um cazumbi ou espírito feito carne. As mulheres
cantavam, meneando as cabeças em sinal de zombaria, dizendo: “Eh, eh! Susana
nossa querida! Achou um bom animal; achou uma sereia! Que sorte! Que azar da Suzy!”
Os petizes levantaram as mãos gritando: “Quem é este? Ó Suzy? É a sorte? É
revolta! É revolta! É greve do Avô! Não respeitou as leis e os preceitos de que
mandam os Kukulus (antepassados), agora Susana é castigada!” Os outros,
sobretudo velhos, diziam: “Suzy! Deite fora este Menino! Não merece estar aqui!
Você não conservou a tradição, por isso foi castigada, agora achou sereias!”
Samba que, durante aquele distúrbio todo, estava calada, respondeu: “Eu sei que
este Menino não é animal nem sereia e nem já é castigo dos avós ou dos que são
da nossa tradição; é uma oferta de Deus. Eu peguei o Menino ao meu colo e sei
que é uma grande e importante pessoa!”
A multidão estava em
alvoroço; empurravam-se. Uns queriam entrar para verem o Menino; outros para
baterem Suzy. Os rapazes e as raparigas entravam em casa e, com gritos de
zombaria, diziam: “Onde está o Menino? Tira fora para morrer!” Eles não sabiam
que o Menino estava lá fora. Samba entrou em casa, correndo como uma gazela. Com
o Menino nas mãos empurrou os que estavam dentro e caíram uns em cima dos
outros; ferindo-se uns aos outros. Travou-se uma grande luta entre os rapazes
se batiam, Samba entrou no quarto e entregou o Menino à Suzy. Saindo pois dali,
viu os jovens batendo-se. Ela meteu-se no meio de gente e retirou-se, fechando
ela a porta. As meninas da sua idade riam-se dela, dizendo que a sua mãe tinha
achado uma sereia. As moças perguntavam se onde estava o Menino; ela disse: “Não
é sereia; é o bom Menino e tenho certeza que um dia Ele será o nosso Rei. Dará
paz aos que não têm paz, e quem lutar contra Ele, falhará.”
Elas começaram a rir;
riram-se muito até se cansarem. Outros, que por sinal, eram seus parentes, diziam
que a pequena estava enfeitiçada e estava fora de si, Outros diziam que, por não
obedecerem às leis daquele bairro, e por não estarem em conformidade com os seus
costumes, Suzy e sua família sofriam consequências na vida; ou Suzy ficava sem
marido ou eles achariam sereias, etc. Com esses comentários dos velhos, os
amotinados encheram-se de ira. As mulheres gritavam com raiva: “A Suzy é tola!
É burra! Habituou confiar só em Deus e não nas nossas kijilas. (Leis, mitos e
tradições.) Agora o seu Deus virou-lhe as costas e a nossa lei vingou-se dela.
Bem feito! Tem hábito mau de gritar: Nosso Deus! Agora; se confiou em Deus,
porque é que Ele não a salva desse perigo? Que Ele a livre, se é seu Deus.”
Samba saiu da porta onde
estava e saltou como uma filha do Leão no meio deles. A multidão afastou-se
dela, como a presa foge de um leão; mas a pequena fez sinais com as mãos,
dizendo-lhes para não fugirem. As pessoas fizeram uma roda; metendo Samba no
meio. Ela disse-lhes: “Quem disse que a mãe Suzy foi castigada por desobedecer
às leis do mundo? Vocês não sabem que é melhor obedecer a Deus do que aos
homens? Para mim, este é meu tudo; meu bem, meu mal; é o Menino que guia o
cordeiro e o lobo. É Nosso Rei!” Eles começaram a fazer grandes gritarias;
havia barulho por aqui e por ali; uns diziam duma maneira e outros de outra
maneira. Levantavam as mãos contra a Samba, querendo bater nela. Elas diziam: “Ó
Samba; você é maluca! Está enfeitiçada! Quem disse que o animal ou sereia, vai
ser Rei ou Soba? Este animal é somente soba de vocês; você e a sua mãe. Cale-se,
rapariga; senão apanha.” E como o motim ou confusão era mais forte do que as
palavras benignas da Pequena Samba, Suzy, a mãe dela preparou-se para sair, à
fim de defender a filha. Quando Samba ouviu que a mãe estava para sair, mandou
o recado na Amélia; o recado era esse: avisar a mãe para não sair ainda. As meninas
na idade da Samba e outras mais velhas dela, que antes eram suas amigas, agora
empurravam-na dum lado para o outro. Zombavam-na, tratando-a de endemoninhada;
os moços batiam nas costas dela. Outros queriam arrastá-la do meio deles; mas
ela correu saindo dali, rumo à casa. Ao vê-la correndo, todos afastaram-se;
deixando à ela o caminho.
E do meio daquela gente
saiu um rapazito de doze anos de idade; era Miguel, o grande amigo da Samba, o
rapaz com quem ela brincava; este discutia com a multidão, defendendo a Pequena
e a sua mãe, dizia que o Menino era o verdadeiro Menino e não o animal ou
sereia. Os velhos, moços e as moças revoltaram-se contra ele, dizendo: “Miguel
está à favor da Samba e da Suzy! Ó Miguel! Esta família não tem lei e você lhe
defende?” E começaram também a bater em Miguel. Mas ele sendo muito forte,
respondia-lhes com socos e pontapés. Apanhava os petizes mais novos dele e
dava-lhes pontapés e chapadas. Aos mais velhos, ele empurrava e eles batiam-se
uns contra os outros. Era confusão total! Havia gritos de “.aiué! Me deram!” E “me
feriram!” E assim houve grande ndundu entre velhos, moços; meninos e meninas.
Enquanto eles se davam o ndundu, Miguel encontrou a Samba na porta
da sua casa, sorrindo por causa do filme que se passava na rua deles junto à
porta. Miguel levou a Samba para sua casa, a fim de visitar sua mãe Julieta.
Ouvindo Suzy o barulho que se passava à sua porta, saiu sem o Menino nas mãos.
Parou à vista da porta.
Acenou-lhes com as mãos e mandou parar o barulho e disse: “Meus
irmãos e minhas irmãs! Vocês são todos familiares nossos. Uns de vocês são
nossos irmãos e sobrinhos e tios, outras são irmãs, tias e primas; assim como a
Teresa, a Cecília e a Verónica, minha querida sobrinha! Eles são os que
provocaram a confusão e acenderam o fogo, porque eu achei esta sereia. Se é sereia
ou animal, não se metam connosco; e se fomos castigadas, deixem-nos em paz.
Cada um com a sua vida; cada um é responsável de si e com seus deuses. Eu
também sou comigo e com o meu Deus Eterno. Vão para vossas casas, irmãos!” E
todos retiraram-se, cada um para sua casa.
O PLANO CONTRA O MENINO
Mas a Teresa e a
Cecília sua filha, ficaram atrás de casa, sendo já noite. As duas sentadas, com
as costas viradas à parede, conversavam; Cecília disse à sua mãe: “Ó mãe! A tua
irmã Suzy é vaidosa! Já por ter achado o seu Menino, não respeita mais ninguém!
Nem já saúda as tias ou sobrinhas dela! É suja! É maligna!” Teresa
respondeu-lhe: “Nem parece ser minha irmã; o seu dono, à quem ela chama de Deus
Eterno, a fez esquecer de mim! Oh, que vergonha! Até ela não pensa! Oh! Que
tipo de Suzy é essa? É uma filha alheia que não conhece família?” Cecília
comentou:
“E também, aquela tola da Samba! Uma Menina tão pequena, quer ser
mais velha e sábia do que nós, suas mães! Ainda, ela diz que o tal Menino virá
a ser nosso soba; soba? De jeito nenhum. Já temos sobas e muito mais! Não
necessitamos mais de sereias para serem nossos sobas no futuro. E ninguém
também aceita as palavras de uma tinhosa como Samba!”
E Samba estava saindo de
casa da sua tia Julieta, onde ela tinha deixado o amigo dela Miguel. Ao chegar
à casa, ouviu um som atrás de casa. Aproximou-se em casa, mas não entrou. Foi
chegando pouco a pouco atrás de casa e ouviu com muita atenção as vozes dos que
conversavam; descobriu então que era Cecília e a mãe dela. Teresa, falando
contra a mãe dela, contra ela e contra o Menino. Sentou-se mesmo perto delas,
mas as duas maldizentes não a viram. Samba escutava tudo, silenciosamente, sem
nenhum barulho, ouviu tudo; mas quando chegou de escutar nas palavras que
diziam: “Nós já temos sobas e muito mais, não necessitamos de sereias para
serem nossos sobas no futuro. E também nessa: Ninguém também aceita as palavras
de uma tinhosa como Samba.” A Pequena ficou muito magoada; chorando, pensava
assim: “ Ó meu Deus! Que mal fiz eu contra a mana Cecília e a mãe Teté para
serem minhas grandes inimigas?! Se sou tinhosa, que as tais me deixem em paz!
Já e já! Foi o Eterno que me formou no ventre de minha mãe Suzy e ela me teve!
Graças a Deus! E sobre o Menino, eu não disse que ele será soba do bairro deles
que um dia há de virar um deserto. Deus mostrou-me e eu disse à todos que Ele
será o nosso Rei de Paz; não só em Angola, também na África e quiçá, no mundo! Não
lhes ligo!” Continuou Samba. “ Elas querem ser Caixões do Menino; mas jamais
terão sucesso!”
Teresa e Cecília estavam
ainda ali conversando. Teresa disse: “ Ó filha! Não diga que Samba é tinhosa;
assim está a ofender a Deus que a fez e a mim também. O que nós vamos planejar
é a morte do Menino.”
Cecília: “ Como faremos
para conseguirmos a morte do Menino? Será que vamos entrar secretamente em casa
com moca e darmos na cabeça enquanto a mãe dorme? Ou vamos convidar o nosso
grupo com catanas a fim de expulsar tanto a Samba como a Suzy e levamos o
Menino até ao rio onde vamos atirá-lo na água?”
Teresa: “ Boa ideia! Primeiro, vamos fazer o que disseste no princípio;
mataremos o Menino e enterrá-lo-emos. E quando nos perguntarem amanhã, diremos
que o Menino desapareceu misteriosamente, já que é sereia, as outras sereias o
levaram! Ou diremos: “Por ordem do soba, o Menino foi escondido para não trazer
problemas no bairro; já que a nossa tradição não permite criar sereias no
bairro.” Se não der este plano, vamos fazer outro; chamaremos a policia que
está nas Seis Pontes e prenderá o Menino e a sua mãe!”
Cecília: “ Bom plano mamã!
Mas agora é tarde. São oito horas da noite e vamos jantar, também nos
preparemos para a nossa sanha assassina”
Então elas se levantaram e
foram para casa. Samba também retirou-se dali depois de ter escutado tudo,
entrou em casa e foi contar toda a história à sua mãe. Suzy respondeu: “Samba,
você calma, tudo está entregue ao Eterno; eu tenho certeza. Ele operará por
nós.
O HOMEM VESTIDO DE VERDE
Samba
levantou-se da cama onde estava junto com sua mãe, saiu do quarto e foi na sala
ver se a mãe tinha deixado o seu jantar.
Enquanto a Pequena procurava entre os pratos e as panelas, Suzy,
lá do quarto orava e chorando amargamente; ela dizia: “Ó Senhor! Dono do Céu e
da terra! Ó dono da vida! Que mal fiz eu para ser tão infeliz? Só por eu, a tua
serva, ter achado esta «sereia», como o povo do bairro diz, sou perseguida por
minha própria família! Até os meus parentes mais chegados já zombam de mim. Que
fará então a tua serva? Será que tenho que sair desse bairro e ir noutro lugar?”
Olhando ela para o Menino que estava deitado a dormir um bom sono, a mãe
estremeceu; estando o coração cheio de amor por Ele. As suas entranhas enterneceram
pelo Menino, ao lembrar-se de uma mãe que tinha um grande amor pelo seu filho e
o defendeu da outra mulher assassina e cruel, que queria que o Rei Salomão
cortasse o Menino pelo meio. I-Reis.3-16. “Essa gente” disse Suzy. “Não conhece
a vida nem a segurança sua, até despreza uma sorte dessa. Um Bom Menino, que
apesar dos pesares Ele é o Menino de verdade!
Com certeza, o nosso Menino será um Advogado, um Juiz, uma Arca de
salvação; e quem sabe? Um Rei que dá paz e justiça! Mas essa geração é chata!
Até a mana Teté e a filha Cecília são contra mim, como aquela assassina, no
tempo de Salomão.” I Reis. 3-16.
Enquanto a Suzi orava, a Samba saiu da sala com pressa, como era
seu costume, e veio à porta do quarto, interrompendo com essa pergunta, a oração
da mãe Suzi: “Ó mãe! Mãe você. O meu jantar é só esse?”
“ Mas ó Samba!” “exclamou Suzy assustada. “Que barulho é esse,
interrompendo a minha petição a Deus? Oh Samba eh!...” “Não, mãe! Eu só
perguntei se é só esse bocado, o meu jantar!”
“Não” disse a mãe. “Aquele é da Amélia; o seu jantar está na
mesinha; vai lá e encontrarás um prato tapado com outro; é teu!” Samba saiu
sempre à correr, sem respeitar a casa. Enquanto a Pequena ia tirando o seu
jantar, a mãe dela olhava para o Menino e orava, dizendo: “Ó meu Santo Deus!
Até quando? Até quando vai durar a minha aflição? Salva-me dos meus inimigos e
dos planos deles! Eles não te conhecem, mas eu sei quem é o Pai Eterno. Eles
pregam a tua palavra mas desprezam a ti e ao teu Enviado, os teus inimigos não
sabem o que está neste Menino; mas eu sei: Não tudo, mas o pouco que o teu
Espírito me ensinou sobre Ele, eu sei. Eu tenho certeza que mesmo na metade do
seu Reino de paz, eu participarei; e se eu morrer cedo, os meus familiares e os
meus filhos verão o Menino a guiá-los para a paz. Salva-me e serei salva”.
Enquanto ela orava, Teresa
e a Cecília estavam vindo e chegaram onde estavam primeiro, já eram altas horas
da noite quando elas vieram: e cá em baixo do bairro estava já calado porque
todos dormiam um sono profundo. Só lá em cima estava movimentado porque havia
uma festa. Elas levaram os moços como prometeram a fim de realizarem o seu assassino
plano. Cecília disse: “Vamos passar da janela do quarto e entrar por ela.” Cecília
e Teresa pensavam que a Suzi estava dormindo.
Teresa disse: “Ó filha! A casa é pequena, é só de um quarto e uma
sala; porque é que não vamos bater a porta como tropas? Se não quisermos, vamos
arrombá-la.”
Cecília: “Lá na sala, dorme a Pequena Samba; como faremos então?
Se batermos, ela vai gritar. Vamos passar pela janela.”
Teresa: “ Não tenhamos medo
da Samba. Ela é criança! Vamos fechar a boca dela e entraremos.”
Elas saíram dali e foram em
direcção a porta; mas quando chegaram perto, viram um homem com uma vara grande
nas mãos e vestia uma bata verde que lhe descia até os pés, Ele levantou a sua
mão direita para o Céu e com a esquerda pegava a vara; elas assustaram-se
quando o viram, porque também tinha uma fita amarrada à cabeça como um véu.
Elas pensaram que era a Suzy, que estava preparada para a luta. Elas disseram: “A
Suzy afinal é má! Já sabe o que nós viemos fazer! Mas não tem problema, nós
duas com duas moças e ela com um pau na mão!... Ela vai ser derrotada e nós
mataremos o Menino.” Elas aproximaram-se andando devagarinho até chegarem perto
dela. Mas ao vê-lo, afastaram-se um pouco para trás porque estavam tremendo de
medo. A Cecília que pensava ser uma forte mulher, avançou resolutamente para o
homem, mas quando Ele levantou a vara para o Céu, Cecília sentiu um forte
choque nas pernas como se fosse um relâmpago que dera uma forte batida
eléctrica; Caiu e prostrou-se até ao chão. A Mãe dela, ao ver a filha caída,
veio em socorro dela; mas também apanhou a mesma batida e também aterrou. Ao
recuperarem as forças, viram sempre que o homem estava em pé diante delas,
gritaram com força para acordarem os velhos, á fim de salvá-las daquele homem.
Quiseram levantar-se; mas não deu, porque as pernas estavam sem forças. Samba
ouvia de dentro, o som das batidas cá fora; o som dos gritos da Teresa e da Cecília
quando agrediam aquele ser e caíam.
A menina ao ouvir as constantes quedas e os gritos de «socorro!
Socorro!» Saltou do Luando onde ela estava deitada e veio correndo até a porta
do quarto, como era seu costume, e gritou para Suzy: “Ó mãe! Ó mãe! Vá a
kuata!” O que quer dizer, lhes apanharam! “Ó mãe! Vá a kuata!” gritou
novamente.
“Ó Sambita!” Disse ela assustada. “Para quê tanto barulho? Quais
são os que foram apanhados, ó minha filha?”
“É a mãe Teté e a mana Cecília.”
Disse Samba.
“ Fique calma filha, não saia!”
Aconselhou a mãe. “Talvez seja aquele polícia ou defesa popular a
quem eles prometeram vir com ele”
“Mas são elas que estão caindo e gritando!” exclamou Samba.
“As vezes é um capulo” (Finta ou camuflagem).
Samba: “Qual é lá esse
capulo? O que faz capulo é o Menino ou somos nós carnais e fracas, vendidas ao
pecado? Nós mulheres Deus nos fez diferentes; como vasos fracos que somos,
sempre duvidamos e temos medo; com isso, perdemos o bem da vida!” Calaram as
duas;
Escutavam só o que se passava fora de casa isto é o ndundo entre
as duas mulheres e o ser que apareceu a elas quando foram em casa de Suzy com o
plano de matar o Menino. Cá fora as quedas e os gritos pedindo socorro e os ais
continuavam. Depois das primeiras e segundas quedas. Vem aí a terceira. E o
terceiro ai virá cedo. Teresa e sua filha, depois que apanharam as duas quedas,
o homem sentiu pena delas e dando-lhes novas forças, pegou-lhes nas mãos e
levantou-as e desejou-lhes boa viagem; recomendou-lhes que dessem a notícia a
todos, de que encontravam o Anjo Protector do Novo coração do mundo; o homem
vestido de verde; esperança do povo: Disse-lhes também: “Não tornem mais a
lutar contra o que vocês não conseguem com as vossas mãos; a sorte.” Elas
afastaram-se dali a mais ou menos 500 metros. Mas Satanás que anda à solta não as
deixou; queria sempre o mal delas, assim como ele só quer mal de todos,
Deu-lhes conselhos mentirosos como é do seu costume. E meteu nos corações delas
o desejo de ir enfrentar-se com o Anjo do príncipe das vitórias. Disse-lhes que
aquele era o chefe das sereias e veio proteger a sereia da Suzy. Satã
identificou-se como o avô delas ou como o mensageiro do soba do bairro: E
deu-lhes ordens para matar o ajudador e a sereia. Elas marcharam até ao lugar
do combate, tão animadas e decididas para matar e receberem honras e prémios. Ao
ver o homem ainda em pé, Cecília apressada como era, atirou já uma moca contra
Ele, falhou. Teresa riu. A moça ainda decidida, atacou na moca que estava no
chão e disse: “ Agora você verá. O teu fim chegou! Dou-te na cara!” E atirou
com a moca na cara do homem.
A moca foi mesmo apontada na cara dele, mas sem que Ele
esquivasse, a cacete passou em direcção ao agredido como se isso o tocasse. Mas
foi adiante delas, passando assim atrás do homem, Teresa gritou: “Esse homem é
mágico! Nós batemos nele mas a moca não bate nele! Não é mentira! É verdade! Venham
só ver com os vossos olhos!” E ela, também atirou a sua moca ao homem; mas nada
fez senão passar atrás dele. A velha teimosa, ainda apanhou outra moca do chão
e atirou aos pés dele, pensando assim: “vou partir-lhe os pés e deixá-lo cair.”
Mas em vão; tudo falhou e atirou uma pedra contra Ele; mas deu dessa! Então a
velha descobriu que estava lutando com um Espírito. Afastou-se dali, cheio de
medo; a moça ficou ali com sua catana na mão, como última defesa. Ela disse ao
Anjo: “Seu feiticeiro! As nossas mocas falharam todas! Mas com essa catana, eu
vou te conseguir.
Eu mato você e a sereia e assim teremos vitorias e paz!”
“Valeu:” disse o Anjo: “Mas Cecília; fique à saber que quem matar
com a espada com a espada morrerá! Atire já!”
Ela pegou a catana e com ela batia nos pés, nas mãos e no peito do
homem; mas aquilo não fazia sentido algum; ela batia, mas é no ar; parecia travar
o vento com as mãos.
“Tudo teki!” disse o Anjo. “Tudo
teki, não é Cecília? Tu bates no ar, eu não! Agora é minha vez!” Mateus: 26-1.
I Coríntios: 9-1. Ela precipitadamente atirava, atirou a catana no peito do
Anjo e afastou-se com o medo. Mas ela pensava que tinha conseguido a batalha, e
ganhar a vitória ao ouvir o Anjo a gritar: “Ai de ti, rebelde! Filha do diabo!
Dalila! Não tens a vitória nas tuas mãos; com essa perdeste e com esta pedra
vais-te arrepender dos teus pecados!” De repente soprou uma forte ventania e um
remoinho se levantou. Os tetos das casas cobertos de capim eram levantados com
a força do vento, também as casas de chapas eram mexidas; tanto as chapas como o
capim voava e deixava algumas pessoas ao ar livre, parecia haver grande chuva. A
catana saiu daquele lado de casa; e levada pelo vento, foi bater no braço
direito da Cecília.
Esta caiu assustada e ferida, gritava: “Ai, ai, wé! Já estou
morta!” E calou de repente. A mãe dela veio em socorro; mas ao ver a moça
deitada ao chão com a catana colada nos braços dela, começou também a chorar e
tentou tirar a catana dos braços mas não conseguia. Então ela gritou;
“Venham em meu socorro! O inimigo atacou a mim e a minha filha!
Qual é o santo que me enganou para lutar com o Espírito de Deus? Ai já estamos
mortas!” O homem vestido de verde chegou perto delas e tendo levantando a sua
vara ao ar e saia dela um relâmpago que espantou a velha que estava ainda em pé
junto ao corpo inerte da filha. O choque daquilo bateu-lhe forte nas pernas e
ela caiu. O homem de verde veio e tocou no corpo inerte da moça e a despertou
do sono da morte. Acordada! Ela gritou: “Quem é este homem?
Como é que estas vendo ele?” Disse o de verde, abaixando á ela “É
um homem forte e poderoso na batalha!” Salmos: 24-8. é um homem vestido de um
largo vestido verde, cor de esperança. De salvação!”
“É mesmo!” Exclamou o de verde. “É o Menino a quem vocês chamam de
sereia ou animal! O mesmo inocente á quem vocês e o vosso pai procuram matar. É
ele mesmo, o Bom!” S. João: 8-44.
A mãe dela, ouvia silenciosamente a conversa e encostou ao lugar
onde estava o de verde e a filha deitada. Ela perguntou: “Quem é o nosso pai?
Diz-nos por favor!” É aquele que desde o princípio mentiu; já que é o pai da
mentira. Belzebu é o vosso pai e os seus Kilulus (demónios), os irmãos. O homem
avançou até onde estava a moça. Tirou-lhe a catana do braço direita. Ela não
gritou e no braço não saiu sangue. Então, o de verde mandou que a outra senhora
deitasse, de jeito que a filha dela estava e com a vara, deu-lhes quarenta
chicotadas bem remadas. Deuternomio: 25-1. Enquanto Ele batia, dizia: “Eu
corrijo e castigo a quem eu amo!” Apocalipse: 3-13.
Depois mandou que elas levantassem e que fossem embora, disse-lhes
que não tornassem a pecar e desejou-lhes bom regresso á casa.
Elas levantaram-se e saíram dali a correr; mas a bom correr.
O marido Da mãe da Cecília que antes estava assistindo a luta e
vendo as quedas e as chicotadas pela janela, o homem que dantes tinha medo de
sair por causa do de verde, agora saiu, ao ouvir o bater dos pés das que
corriam em direcção acima do bairro; com UPI Canguichi ou pau grosso para
transformar o milho em fuba, na mão direita e a catana na sua esquerda, o homem
veio ao homem vestido de verde á fim de o matar. Mas assim que o de verde
levantava a vara do poder ao Céu, o lutador viu um clarão de luz como que Saulo
o ex-perseguidor de Cristo viu no caminho de Damasco. Lucas: 9-1-12. Actos.
9-11-12.
O homem caiu no chão com suas defesas, e ouviu esta voz: “Já sai
do Egipto! Não volto mais para lá! Porque meu pai chamou-me de lá!” Ele disse: “Do
Egipto chamei o meu Filho!” Oseias: 11-1. Mateus: 2-15. O homem, ouvindo esta
voz forte e poderosa, que não era nem do seu tio ou primo, ele desmaiou. Mas o
de verde pegou-lhe pela mão e o levantou; mandou ao homem que corresse e não
olhasse para trás. Lá dentro ouvia-se o bater dos pés dos que corriam. Ali
Samba gritou: _ “Ó mãe! Eu já disse: “Vá akuanta!” A mãe dela respondeu: “Cala-te
ó Samba! Não sabes que é o nosso inimigo? E Ele veio nos atacar.”
Samba calou mas sempre estava aflita, querendo conhecer aquele
homem. Tentou levantar-se para abrir a porta quando ouviu outra voz que dizia: “Celikuata
wa há kuata!” Suzi reconheceu a voz e veio até a sala, e mandou Samba abrir a
porta. E veio e eis que o homem vestido de verde que ela virá no rio keve no dia
em que achou o Menino estava ao pé da porta. E também Amélia sua primeira filha
estava atrás do homem.
Amélia vinha da festa que se realizava lá em cima do bairro mas
não viu o de verde Samba e Suzi e saíram e deram boas-vindas ao homem e disseram:
“Bem-vindo bendito do Eterno o Nosso Deus assim nos tens honrado, ao chegar em
nossa casa pois pela hospitalidade muitos te receberam mesmo não te sabendo.
E temos sorte; és o Anjo do Eterno!” Géneses: 3-18. Hebreus. 13-2.
O homem entrou e sentou mesmo na esteira onde era o lugar da pequena. Amélia
também entrou sem ver mesmo o homem; ela pensava que os bem-vindos foram dados
a ela. Sem mais nada ela foi perguntar a mãe se onde estava o seu jantar; Suzi
mostrou-lhe o jantar que estava na mezinha. Amélia obrigou a mãe e disse que
cozinhasse outro porque aquele estava frio. Samba ralhou Amélia: “Tenha
respeito, ó mais velha! Não sabes que Deus está sentado connosco? Você veio sem
vê-lo; mas Ele já respondeu à você.”
“Deus? Quem é este Deus?
Você é tola! Deus não pode viver na terra connosco Ele é do Céu e é um vento;
não pode ser visto!” Gritou Amélia, estando mesmo de pé diante do Anjo.
“Você não pode ver Deus porque os teus olhos estão cheios de
pecados.” Respondeu Samba. “Eu porém lhe vejo embora que sou pecadora; pela fé
que Ele me deu, creio nele e Ele me perdoa; por isso estou vendo o nosso Deus! Você
agora veio da festa; já fez coisas erradas e quer impedir a nossa cura. Isaías:
59- 1. Não obrigues a mãe deixa-a em paz!”
A mãe mandou que Amélia
assentasse, mas disse à Samba para que não desse conselhos àquela inimiga do
Yahweh; pois, Amélia, sendo Pequena ainda, já queria arranjar a sua vida
diferente.
O De Verde disse a Suzi: “Ó mãe! Olhe ainda para a cama se o nosso
Menino está lá veja se Ele dorme!” A mãe foi e viu na cama mas ficou assustada
e suspendida ao ver só os cobertores menos o seu Menino. Ela gritou ao de verde
dizendo: “Hé foi! O Menino não está!” Será que voltou novamente para a seis
pontes? Disse o de verde: “Procura-o as vezes foi lá!” A mãe do Menino chorava.
Samba também estava triste e meteu a culpa na mãe que não controlou o Menino
pensava que Teresa e Cecília o levaram. Mas a mãe disse. “O Menino desapareceu!
Ele foi mesmo nas seis pontes!” O
DE VERDE REVELA O MENINO
“Vocês conhecem bem o número quinze, não é?” Disse o homem vestido
de verde. “O número cinco e o número dez representam o Menino; o bom ou o bem,
dura cinco quilos de milho, e o mal dura dez quilos!”
Elas não entendiam o que o de verde estava falando, ficaram todas
confusas, mas não conseguiam fazer perguntas ao Anjo; mas a mãe do Menino
lembrou-se de quem era aquele. E o de verde continuou: “ O Menino é o sinal
destes dois grandes números, o cinco e dez; o que for pesado com o primeiro
número, feliz será ele. Quem é pesado com o segundo, esse homem ou mulher, é já
“teki,”pois pesou pouco e mal.” O Menino é a balança para o mundo: É a espada
de Yahweh, o nosso Deus para a batalha do grande Dia. Ezequiel: 21-1.
O Menino é a Pedra de tropeço e de escândalo para os incrédulos;
mas quem crer nesta Pedra nunca será confundido!” Isaías: 10-21-22. Romanos:
9-27.
Samba encostou-se perto
dele e perguntou: “Então esta é a ponte para o outro lado do rio. A porta estreita
para a salvação e o alicerce da igreja de Cristo, não é, Pai?”
“Como é que tu sabes ó
menina?” disse o homem. “ Feliz és tu, ó crente! Como o Bom Mestre diz: “ Não é
um ser humano que te revelou esta verdade; mas veio directamente de meu Pai;” e
como o Nazareno era tudo para o povo Judeu, Ele é também a porta de salvação
para a África e para o teu país Ele é a chave do Reino dos Céus dada á Pedro e
à vós os obreiros do Yah. Mateus: 16-16-17-18. Embora os homens de hoje não
entendam; sendo fariseus do tempo de Cristo. Ele vai tirar para si os
remanescentes do Israel verde e os escolhidos desse país para a vida nova em
Cristo.
E para vos dizer a verdade, o Menino é o Joelho do Messias e a
testemunha fiel do Yahweh. Ele é quem dará o testemunho de todos os que virão
ao mundo e anunciará a verdade; e Angola receberá muitos deles inclusive o
Messias; mas os do número dez falarão contra Ele.” Lucas: 2-34. Isaías:
42-1-49-1-6-12.
- “Que maravilha!” - exclamou Suzi. “Então temos a nossa ponte segura, e com ela
vamos atravessar o rio da morte para outra margem além, onde mana leite e mel,
onde há a vida Eterna e a felicidade!”
“Sim!” replicou Samba;“ Por isso é que Ele foi na sexta ponte!” E
toda gente de casa, com alegria, ria-se daquilo que Samba dizia!
O DE VERDE REVELA-SE A SI MESMO
Naquele mesmo
instante, a mãe do Menino levantou-se e foi ao quarto a fim de ver se o Menino
estava na cama. Mas ela voltou com esta notícia: “O Menino não está lá! Só vi
na cama uma Pomba de cor branca entre os cobertores!”
“ Vamos vê-la” Gritou
Amélia: “Eu gosto muito de ver estas maravilhas!”
“Ora essa!” Replicou Samba: “Como é que você gosta e cré na
maravilha se não acredita nem em Cristo e nem nos seus Anjos e Profetas?” Amélia
cheia de raiva exclamou “E você acredita ó Samba?” Ela respondeu “Sim! Eu creio
e por isso falei!”
O homem vestido de verde levantou-se e deu um abraço à Samba e
disse: “Boa resposta menina! Bem-aventurada és tu, a que creste; tens a vida
eterna e não estás longe do paraíso. Pela tua fé, todas as mulheres de bem
seguirão os teus caminhos.
Tu, menina serás um bom exemplo e uma testemunha fiel do Yahweh e
de Cristo para o povo de hoje e de amanhã. Todas as nações te chamarão a feliz
como Maria, a mãe de Divino Mestre e Mãe de Africa!” Lucas: 1-48. “E eu
continuou o de verde. Vou revelar-te os segredos profundos do Amor do teu bom
esposo. Cordeiro sem mácula. Isaías: 54-1-6. Mateus: 25-1. Apocalipse: 14-1.
Por isso ó virgem Santa, não chore mais! Canta de alegria ó Pequena não teme,
pois eu te mostrarei o Menino e o seu Mistério. Mostrarei-te quem sou eu.
Isaías: 49-21-51-1. Mateus: 10-33-11-25. E tu ó mãe, coragem! Não tenhas medo
quando os do dez te perseguirem não te entristeças quando eles te chingam pois
Eu sou o teu Protector porém es mãe do Menino, nossa e deles. Por meio de ti,
as eleitas e santas mulheres do teu povo serão também as mães do Menino. E como
pescadores de pessoas que Ele é algumas mulheres do “mussonguiri” são
escolhidos por Ele e pelo seu Espírito para ser mães do Enviado; isto é para
salvação. E não fará esta aliança só com as mulheres; com os homens também”
Ali Suzi vendo que o de verde ia-se despedindo veio até à ele e
perguntou-lhe em particular, se o de verde era Micael (Miguel) Gabriel,
Querubim ou um dos Profetas antigo como o Isaías. Ele respondeu: “Eu não sou
Anjo Sou o Menino, eu sou que veio colocar as rolhas nas garrafas que o meu
Irmão encheu com vinho novo e azeite novo a garrafa encheu ou não eu não vim acrescentar
mais nada; Sou e vim meter rolhas.” Ele dizia em parábolas, significa que o
semeador já meteu a Boa Nova nos corações das gentes que ainda hoje muitos
semeadores enterram boa semente Cristo nos corações dos homens e mulheres
crianças e nenês do mundo inteiro e todas as línguas.
Hoje é pregado Cristo até em rádios de vários países do mundo; muito
até são comunista e marxistas! A garrafa cheia é aquela que tem Cristo na prática,
em casa, nos trabalhos e na vida. Aleluia! E a garrafa não cheia, é aquele que
é ouvinte da mensagem de Deus, é até seu pregador ou cristão licenciado; mas
não tem Cristo em sua vida. Olha no espelho vê a sua imagem e … teki! Quando
sai terém esquece de tudo! E hoje não há mais quem não ouviu não conheceu o
evangelho: Porquê? Porque este evangelho do reino será pregado em todo mundo e
como testemunho a toda gente e assim virá o fim e também essa: “ O Céu e a
terra passarão mas as minhas palavras não hão de passar: Mateus. 24-14. Mateus.
5-18-7-24-24-35. Tiago. 1-2-24 E Sobre a pergunta de que se o de verde era
Profeta Isaías Ele disse: “Isaías é três em uma Caixa; Isto é: Apareceu três
vezes em um só corpo livro nome eu sou o quarto.
O primeiro Isaías anunciou a sua mensagem na época dos reis Oseas,
Jotão e Ezequias e o segundo (Deutero-Isaías). Anuciou,
Desde que o povo de Israel era deportado para babilónia anunciou a
vinda de Ciro rei da Pérsia como libertador dos Judeus, até a volta a Sião. Isaías:
1-39-41-59. Isaías: 66-1.
E foi tudo certo; Ciro conquistou Babilónia em 539 a.C.
Terceiro Deutero ou Trito-Isaías anunciou a última mensagem em
Jerusalém já em reconstrução, junto com Exdras o mesmo Malaquias com Ageu e
Zacarias. Eu sou Tetra Isaías! Também fui achado a um povo que não perguntavam
por mim.
Isaías: 54-1. Romanos: 10-20. A mãe que me tomava conta é a que está com
o Menino. Atudora que me achou também é Suzi!” E todas incluindo a ex. Descrente
Amélia entenderam que de verde falava do Menino, e descobria que Ele mesmo era
maravilhoso Menino. E todos bem alegre foram cada um para sua casa descansar.
A QUEM PERTENCE O MENINO?
Naquela noite,
enquanto todos inclusive o visitante, dormiam, a mãe do Menino estava assentada
a sua cama e não conseguia pegar no sono. Pensava só em seu filho; assim como
hoje a que é mãe do Yahweh pensa só nele e até zela por Ele. A Mãe pensava
naquele grande dia da Sorte em que ela achou o Menino dela, pensava também no
de verde seu indicador e animador; e que no mesmo dia os chamou de o filho, e
que agora era só seu Protector e próspero. Pensava também nas maravilhas que
ela a Pequena, a Teresa, irmã mais velha dela e sua filha Cecília viveu, e
todas são testemunha; muita gente do bairro, incluindo os tios e cunhados mais
velhos do bairro e o soba.
As maravilhas eram essas: O Menino que tinha já cinco anos
tornou-se um bebé de três meses de idade, um bebé sem pálpebras nem pestanas, e
com um livrinho com apenas cinco folhas disto são testemunhos muitas pessoas de
Cubal seis pontes dos municípios da Conda, Seles, novo redondo (Ngunza) e dos
outros bairros que ficam na margem do rio keve. Uns deles ainda vivem e estão
em Luanda e noutras província do país: Assim como Samba e Miguel, seu amigo.
Estes já estão cansados e tem cinco filhos as duas Julieta e Benedito, Armando,
Dembo e Susana, a xará da mãe do Menino etc. Mas outros já dormem. Voltamos a
Suzi; Ela, ainda sentada pensava nos desprezos zombaria por ela sofridas em
como os homens, blasfemava contra Deus e o seu Enviado chamando-o de sereia e
de animal. Agora onde estaria o Menino? Na mata? Ou atrás de casa?” Será que
está de novo no rio! Onde eu tirei?” Murmurava ela. “Ou Ele morreu?” Mas em seu
coração soaram as lindas e consoladoras palavras de sua cassula a Samba: “Ele é
a nossa ponte para o outro lado do rio da morte para vida. Por isso é que Ele
foi novamente nas seis pontes!” “Se Ele foi nas seis pontes disse Suzi: “Então não
fugiu de nós!” E lembrando-se dos insultos que tinha levado dos homens daquela
região veio-lhe ao coração a pergunta se a quem pertencia o Menino depois da
morte dela: Suzi pensava assim se o de verde dar-me boa resposta, vou dá-lo às
mãos de Samba!” Então Suzi lembrou-se da palavra do homem de verde no dia em
que correu com as servidora de Satã que planejava matar o Menino. Ele tinha
assim. “Celikuata wa a kuata!” E também lembrou-se do nome que Ele tinha dado à
Suzi na ponte” chamo-me Celikuata Sorte!” Dizia Ele: “Então ela se levantou da
cama e foi até o lugar onde estava o visitante.” Queria o acordá-lo, chamando-o
pelo nome de Celiko mas ela pensou assim: “Não vou chateá-lo Ele recebe
revelação de Deus.” E foi se. Mas Ele ouviu alguém dizer. “Não temas ó filha do
Yahweh! Anima-te! O teu filho vem ai!” Era a voz da cassula Suzi chamou-a e
perguntou se o que era com ela. Mas só o silêncio é que indicava que Samba
dormia. Outra vez ouviu esta voz que dizia “Não temas ó filha de Sião pois o
teu Rei vem ai!” João: 11-1. O teu filho está na cama!” Desta vez não era
Samba, mas a voz parecia dela e Suzi foi lá; Chamou e mexeu para acordá-la mas
nada! Samba dormia um sono profundo.
Ela foi para cama mas naquela noite não consegui pegar no sono.
Nas três da madrugada, Suzi viu o Menino na cabeceira da cama com as mãos e a
cabeça nos joelhos como se estivesse triste.
Ao vê-lo ela disse não disse nenhuma palavra; pegou-o pela mão e o
pôs no seu peito. E disse: “Ai meu Menino! Todas as mães do Menino hão de pôr
Ele no seu Xis (Seio) afinal vieste? pensava que estavas perdido.” Ele
respondeu: “Mãe por enquanto estou no Xis da minha mãe. E isto tornou-se como
costume neste país, todas as mulheres que são escolhidas para a mãe do Yahweh
na hora do descanso mete o Menino no Xis (Seio).”
De manhã cedo quando o Menino estava a dormir, ela foi ver onde o
visitante dormia mas não o encontrou. Será que o de verde saiu ou é mesmo
Menino? Disse ela de si para si; quando o Menino sai, o de verde vem e quando o
Menino vem, o de verde sai! Qual é essa complicação?! E ela voltou para cama
esperando até que amanhecesse. Ao reparar o Menino, viu que não era mais aquele
Menino de três meses de idade, sem pálpebras nem pestanas; Mas um Menino normal
forte cheio de vida e com cinco anos de idade como da primeira. Quando
acordaram, o Tetra Isaías (o de verde) chamou Suzi e disse-lhe: “Pronto eu já
vou!” Ela disse:
“Antes de ir eu tenho uma pergunta a fazer; a quem vai pertencer o
Menino depois que eu ficar velha ou morrer? Tetra Isaías disse: “Porque
perguntas assim ao Tetra?” Ela disse: “Porque vi o desprezo feito por esses
homens ao nosso Menino. Eu pensei em entregá-lo na responsabilidade de Samba;
Só a ela mesmo porque defendeu o Menino. Tetra disse: “O teu Menino é a Pomba
que voa a toda África, não pode parar num só lugar, Ele pertence a todo o mundo
principalmente aos que crêem em Cristo, Ele anunciará a verdade sobre Deus,
sobre os seus Profetas que virão neste país e também sobre mim.
Te digo ó mãe que três dias depois Ele fugirá de ti e não o verás
mais ao não ser Samba, mas quando ela crescer e casar. Porém, bem-aventurada és
tu, porque não estás longe do paraíso. Eu já vou; até breve. Yahweh esteja
contigo, Amem.”
E assim Ele retirou-se do meio delas sem abrir a porta e assim se
foi. Toda gente de casa, ficou com medo, Suzi e Amélia ficaram muito
assombradas e caíram no chão. Suzi gritou: “Ah vimos Deus e vamos morrer!”
Samba respondeu assim: “Me lembro das histórias que os nossos Catequistas
contaram sobre Jacob que lutou com um Anjo e venceu, mas pensou que ia morrer;
sobre azor, sobre Jedeão e sobre Manoa e sua mulher. Mas eu vou responder como
a mulher de Manoa. Ó mãe se Deus quisesse nos matar não nos daria esta saúde,
este Menino e sua promessa do reino dos Céus.”
CECILIA TETÉ E O MENINO
O Céu estava lindo; tudo era bem azul sem nuvens e sol aberto, o
capim já estava seco, e naqueles dias os caçadores já preparavam-se para as
queimadas. Mas o verde ainda enfeitava o bairro, principalmente a rua de Suzi e
Samba. E Samba levantou-se do Luando, depois da partida do de verde. Abriu a
porta e saiu para a rua, vendo ela o lugar onde tinha passado o barulho da
rejeição do Menino, e a luta entre Teresa, Cecília e o De Verde. Samba disse em
alta voz: “ Os filisteus do nosso bairro, os de cima, lutaram contra os
escolhidos os de baixos, mas Yahweh trovejou e eles foram derrotados no lugar
de Ebenézer; porque até aqui Deus nos ajudou! I-Samuel: 7-12. Dizendo isso, caminhava
em direcção a casa do amigo Miguel. Suzi olhava atenciosamente para a pequena,
porque desconfiava que havia de passar alguém ou que seja a Teresa e atacassem
Samba e a ferissem. Samba chegou em casa mas não entrou, viu Verónica na sala,
assentada num banco de mocho; quando Chilombo mandou que Samba entrasse, ela
disse. “Ó prima! Jacob lutou com Deus e venceu, porque mudou de vida: Mana Cecília
e a mãe Teté, agrediram o De Verde e o inocente. Mas foram vencidas, porque não
se arrependeram! De Verde lhes deu a surra que mereceram!
“Suzi mandou você aqui para ser nossa Catequista?” gritou lá de
dentro a Verónica.
“Não foi mãe Suzi que me enviou aqui, mas Yahweh!” replicou Samba.
“Ele mandou-me para dar à vocês a Boa Nova do reino dos Céus!”
“ Nós somos Católicas” disse
a irada, Verónica. E somos as boas cristãs; não necessitamos de catequistas, já
temos e basta! E quem também aceita catequistas sem letras como você?
Samba agradeceu e disse: “
Boa confissão. Viva! Mas a minha resposta é esta: Se vocês fossem cristãos ou
cristãs, não condenariam o inocente! Mateus: 12-6.
E também não lutariam contra o profeta Tetra Isaías. E sobre eu” continuou
ela. Não diga: Catequista, mas sim, evangelista. Eu sou a Serva Débora, a
valente. Juízes. 4-5. Sobre iletrados: saibam que o Próprio Cristo a quem vocês
dizem serem dele e os Apóstolos Pedro e João, foram considerados Nazarenos sem
letras!” Acto: 4-12-13. João. 7-15.
“Quem é contra o inocente e
o Tetra Isaías?” perguntou ela.
“Vocês todos, os do bairro.” Respondeu a Pequena. “ Vocês todos;
sem excepção, são contra o Bom Menino. A dona Cecília e a senhora Teté, sua mãe
são culpadas; agrediram o homem vestido de Verde, e, aí delas se não se
arrependerem! E quanto a vocês” terminou Samba. “A vossa casa, que é vosso
bairro, vos ficará deserta como Jerusalém! Porque não querem se abrigar nas
asas de Jesus. Mateus. 23-37.
E Saiu dali, indo em direcção
a casa. Ao chegar na Rua da rejeição conhecida também como a rua de Suzi e
Samba, ouviu uma voz de trás que dizia: “Samba!” Era Cecília. Samba não ligou;
continuou o seu caminho.
“Samba, minha filha!” A voz continuava a chamar. Quem seria aquela
pessoa? Seria a mãe Suzi? Olhou para trás e viu Teresa e sua filha, vindo até
ela. Samba deu-lhes boas-vindas e preparou as duas cadeiras de fitas que Suzi
tinha comprado, e mandou-as entrar; dizendo: “ Bem-vindas, ricas diante do
Yahweh, em casa de uma sem dignidade de vocês e pobre como Samba!”
Teresa ficou triste mas
atemorizada também, por causa das boas-vindas diferentes e terríveis que a Pequena
lhes deu. Parecia uma espada afiada em dois lados, trespassando o coração da
velha! Lembrou-se das ofensas e dos planos diabólicos que ela e sua filha
fizeram contra o Menino. Lembrou-se também da agressão contra o homem vestido
de verde e das últimas palavras ditas por Ele á sua filha: “Com esta pedra,
você vai se arrepender dos seus pecados.” A velha começou a tremer muito;
tornou-se doente! Caiu no chão! Cecília sem perguntar mais nada, fugiu.
Samba saiu de casa e mandou-a parar; mas ela não queria, pois
tinha medo e pensava que a mãe dela estava morta. Porém a Pequena levantou a
Teresa do chão e entrou com ela na sala, dando-lhe a cadeira para se assentar.
Com isto Cecília ficou animada e entrou também. E sentadas todas, a Pequena
preocupada, foi já à cozinha para preparar o mata-bicho. Acendeu o fogareiro e
meteu a panela nele com água. Veio à sala buscar o chá de caxinde. Ao voltar à
cozinha, Cecília a chamou: “Samba queridíssima!” Ela veio junto delas e disse:
“Estou aqui senhoritas!” Cecília sentiu-se derrotada, mas ainda teve a ousadia
de perguntar se onde estava a mãe Suzi.
Ela disse: “Está em casa da Vera, já há trinta minutos.” Disse
mais Cecília: “Onde está Amélia?”
“ Foi com Miguel na tia Julieta!” Respondeu Samba; mas quando ela
ouviu esta pergunta: “E onde está o Menino?” Calou-se.
“Onde está o Menino, ó Samba?” insistiu Cecília.
Samba: “A sereia do keve?”
Cecília: “ Não! O Inocente!”
Samba: “ Ah?... O animal das seis pontes? Ai vem Ele.”
Cecília: “ Não diga: sereia ou animal! Diga: o Menino, o Bom. O
Inocente, o Enviado do Deus Eterno!”
E naquele mesmo momento estava entrando o Menino. Passou caminho e
foi ao quarto e sentou na cama e começou a cantar: “ Não tenho Pai! Não tenho
mãe! Sou uma sereia do keve. Sou um deserto hoje: Um lar abandonado! Mas
coragem, Menino! Quem recebe o Messias, terá para sempre a vida eterna! Eu sei
que depois de tanto sofrer, terei a minha mãe, o meu Lar e a nação dos eleitos,
gozarão a paz prometida por Yahweh. Que haja glória e paz. Ámen.”
Cecília ouvindo isto, pôs-se de joelhos e chorou. A velha, ao ver
a filha a chorar, caiu da cadeira e deitou com a cara no chão, e chorou também.
A Cecília disse: “ Os meus pecados cortam o direito de ter família! Se o Menino
é desprezado por mim, que será desta maldita Cecília quando ter um filho? Ai de
mim! Nascerá de mim um cego, um contrito ou bandido! Ai da boa mulher!”
A mãe dela que também chorava, gritou: “ Ai de mim Teresa! Por
causa de mim, todas as Tetés, serão mesmo» Tetés» (deitadas) humilhadas pelos
maridos, forçadas por qualquer homem que seja, etc.) Todas as Tetés, seja de
que raça ou cor, branca, preta ou mestiça, elas nascerão e crescerão bem fortes
e saudáveis. Em criança, vão apressar em falar; mas terão dificuldades em
andar, elas ofereceram-se a si mesmas aos homens rapidamente para serem piadas!
Se há Tetés nas igrejas, tenham cuidado! Por isso é que, hoje em dia, há muitas
Tetés paralíticas física e espiritualmente. Tetés assanhadas, prostitutas como
a mulher do apocalipse. 17-1.
Há Tetés que não são casadas virgens. Sendo crente ou não. A Teté
quando é pretendida ou enamorada, ela não fica satisfeita sem ter relações
sexuais diárias ou antes do casamento. Cuidado com as Tetés! Se já têm esposos,
querem fazer vida com outros e ensinam as outras a fazer o mesmo. Tenham
cuidado com as vendedoras do peio.”
“ Quanto a nós”- terminou a velhinha. “Peçamos ao Eterno Deus e que sejam perdoados os nossos pecados!”
“ Quanto a nós”- terminou a velhinha. “Peçamos ao Eterno Deus e que sejam perdoados os nossos pecados!”
Ouvindo isso, o Menino
levantou-se da cama e foi para sala. Pegou Teresa pela mão e levantou-a do
chão, onde estava deitada. A velha hesitou e disse ela: “Ó Pai! Eu não consigo
me levantar! Os meus pecados me pesam!”
Talita kumi (Levanta-te)
disse o Menino o Sangue do Menino Jesus purifica o pecador de todos os seus
pecados! “Aleluia!” Exclamou ela. “Já não sou mais Teté! Sou a Bela! (a casada)
não sou velha, afinal sou nova mulher.”
“Eu então que prometi ser uma boa mulher?” disse Cecília.
Serás uma princesa! Respondeu o Menino mas Samba? “Samba será a
feliz como Ruth e valente como Debora e Jael!” Samba ouvindo o nome dela e as
bênçãos que lhe foram atribuídas saiu da cozinha onde estava a preparar o
mata-bicho e veio a sala. Mas ela recordando o que a velha e a sua filha
fizeram antes, irou-se e disse: “Tal mãe, tal filha! Ó inocente vamos embora! Não
dê as bênçãos nessas inimigas do Yahweh! Elas gostam de despedaçar as coisas santas
e depois virar contra nós!” Mateus: 7-4.
“Ó Samba querida!” gritou Cecília ainda Saulo que era grande
perseguidor de Cristo, foi perdoado e agora é um general de renome em Cristo.
Filipenses: 3-3.
Quanto mais nós as pobres Tetés e Cecílias, que por loucura e falta
de juízo, Fizemos mal ao Menino, não seremos mais perdoadas? O Tetra Isaías vai
nos perdoar; sem duvida! Samba respondeu: “O Rei David ao ouvir os conselhos
dados a uma mulher, por Joabe acerca do seu filho Absalão, ele sentiu pena e o perdoou
sem primeiro a justiça; mas foi o Menino perdoado que causou a desgraça ao Pai.”
II: Samuel: 14-15-16-17.
Mas o Menino disse a Samba: “Deixa-a, Samba! A justiça já se fez;
elas já confessaram. Absalão não confessou e foi derrotado, elas arrependeram-se
e são perdoadas.” II: Samuel: 18-1.
João: 8-11. E depois disse a elas: “Mulheres! Os vossos pecados já
estão totalmente perdoados!” Elas puseram-se de joelhos e levantando as mãos
para o Céu, agradeceram a Deus por Ele ter as tirado da prisão onde estiveram
quase dois meses.
Naquele mesmo momento, Suzi e Amélia entraram e encontraram
Cecilia e sua mãe Teresa, ainda de joelho e louvando a Deus em altos brados
perante o Menino.
Suzi exclamou: “Ah!... Que maravilha! Hum!.. Até! Hoje Salomé e
sua mãe Jesabel vieram em casa dos rejeitados e orar a quem elas perseguiram? Hum!
Vikomohiso.” (milagre). Velha Teresa exclamou: “Ó mana! Não diga isso! Nós
éramos Tetés e deserto, agora somos um lar escolhido! Éramos coxas, mudos e
sequinhos; mas agora andamos, vemos e ouvimos, como é que vocês se sentiam
durante aquele tempo?” perguntou Amélia. “Ó Melita!” disse Cecília. “Dois meses
na prisão satânica é muito! Até eu que me dizia ser boa mulher falhei! Eu então
que sou Teté a praga de todas as Tetés do mundo, como eu me sentia? Tudo mal!
Mas agora sou Bela; a protegida pelo Eterno.” Isaías: 64-2-7.
E o Menino lhes disse: “Eram teki! Agora são hã e tchovallo isto é
eram piores malditas; Agora são melhores abençoadas.”
Naquele dia, houve em casa de Suzi e Samba uma grande festa por
causa da família antes separada, agora unida de novo e pelas novas criaturas
que se tornaram as que eram inimiga de Deus e da família. Na mesma festa, foram
convidados os tios e tias, sobrinhos, e sobrinhas, irmãos e irmãs, primos e
cunhados etc. Também Verónica a inimiga da Samba estava presente. Miguel,
Chilombo e a tia Julieta não faltaram, e até mesmo os que antes zombavam Suzi e
o Menino, estavam lá. Ali havia musica e dança, comida e bebida. E naquela
mesma noite a Pequena Samba foi escolhida por Miguel para ser namorada dele.
PORQUE É QUE O MENINO
FUGIU?
Certo dia, Cecília foi sozinha em casa de Suzi. O sol já ia ao seu ocaso
e era já tarde, quando ela saiu de casa. Samba e o Menino estavam lá fora,
enquanto a mãe e Amélia estavam na cozinha á preparem o jantar. O Menino
segredou a Samba. A Cecília vem ai, Samba! Mas shalom (Paz) Samba, ainda
desconfiava de Cecília e Teté, mãe dela. Embora elas tinham feito as pazes com
a família! Segundo a Samba, os planos ainda estavam sendo traçados por elas, em
coligação com o povo do bairro contra o Menino. “Agora, essa Cecília vem nessa
hora da noite e sozinha? Será que foi mesmo mandado pelos do número dez (os
pagãos) do bairro? Ela é uma espiã “pensou a Pequena; mas” custa o que custar,
venha donde vier e doa quem doer! Hoje vou lutar, se ela vem contra nós! Se é
assim, eu lutarei até ao fim para defender o Menino. Embora não consiga tudo,
por eu ser uma criança; vencerei porque o Menino me defenderá!” Samba
levantou-se e apressadamente, entrou na sala. Ao vir à cozinha, Suzi perguntou
assustada, se o que havia com ela.
“É a mana Cecília que veio sozinha!” Disse ela. “Sozinha:” “E é já
nessa noite?” “O que é que veio fazer?” “Não sei!” Disse a Pequena, saindo. “Atenção,
ó mãe!”
“Manda-a entrar!” “Eu não quero
entrar” disse a moça lá de fora. Samba
gritou bem alto: “Não te disse, ó mãe que tivesse bom cuidado? Atençã ó mãe! as
vezes… hum!... Atenção!”
Suzi: “Mas ó minha Pequena! Para que tanto medo?”
Cecília: “Eu até não vim fazer mal à ninguém, aquilo já passou! Só
vim mesmo é ter com a Pequena. Mas se ela está agindo desta maneira, ó mãe é na
razão dela porque é melhor desconfiar, embora que confiando é bom.
Mas isso já era! Não tem problema! Vim só ter mesmo com Samba.” A
Pequena saiu e foi encontrar-se com a moça. Foram a trás de casa.
Samba lembrou-se daquele dia da murmuração que Cecília e Teresa
fizeram contra o Menino, contra ela e sua mãe. O plano delas falhou pensou a
pequena. Quem faz mal, recolhe o maligno. Elas aceitaram a mensagem de Satanás
e obedeceram. Lutaram, mas foram vencidas, não com flecha ou espada;
Mas sim com armas de Eliseu. II: Reis: 6-8-24.
Samba disse: “Cecília, eu te
chamei, não há mal nisso! Eu vim com umas duvidais como Nicodemos. João: 3-1.
1º Como é que tu sabias que aquilo que me contaste no caminho da
lavra, isto é o Menino; iria de acontecer?”
Samba: “Eu sabia e ainda sei, porque nasci de novo. A mana não pode
saber dos segredos profundos, sem que primeiro nasça de novo. Quem nasce de
cima vê tudo!” João: 3-3-7.
Cecília: “Mas eu já sou crente, mesmo antes de vir aqui fazer paz
com vocês, eu já era Católica!...” Samba: “Ser da Católica ou crente de outras
igrejas não é suficiente; o que importa é reconhecer que somos pecadores, é ter
Cristo na vida e nas obras. Crer na pessoa do Espírito Santo e tê-lo também. Aceitar
que o Tetra Isaías é a Arca da Paz e felicidade crer nos Profetas e na sua
mensagem. Por ultimo: Reconheça que você pecou ao tratar o Bom Menino, de
sereia e animal!
Cecília:”
2º Tu, ó Samba, sempre dizes: “De verde, Yahweh e Tetra Isaías. Eu
conheço já o Inocente! Agora, quais são estes três pessoas; de verde, Tetra
Isaías e Yahweh.”
Samba: “Ó mana! Não me trate de “tu” mas de você porque sou sua
Pequena. Começo pelo nome Yahweh; quando Moisés disse: se os Israelitas me
perguntarem qual é o nome do Deus que te enviou?” Deus respondeu: “Eu sou
Yahweh:” (aquele que É) Êxodo: 3-6-2-4. Yah, é um dos nomes do nosso Criador.
Tetra Isaías ou o de verde é o mesmo homem. Tetra porque é a quarta Caixa. No
antigo testamento em Israel apareceu três vezes (veja os capítulos, de Isaías.
39, 40, 53, 54,66) na nova e eterna aliança, e nesses últimos séculos. Ele apareceu
também á nós. Assim Deus falou-nos através de seu filho. Hebreus: 1-1-1.
Ele também foi achado como Menino, à nós que não perguntávamos por
Ele. Isaías: 65-2. Romanos: 10-20. De verde porque Ele só veste tudo verde tem
bata verde, fita verde, e calção verde, a esperança dos povos para a salvação.
Como você ouviu naquele dia, quando lutou com Ele; como ele estava vestido? Não
é de verde; ele tem roupa de outras cores; mais o verde é dele.
Cecília:
a terceira e a última já que ó pequena nasceste de novo sabes
alguma coisa sobre o Menino? Samba: “eu sei! E sei também que ele não viverá
mais aqui convosco. Ele fugirá para outras localidades quem o verá é só aquele que
chegar ate 10 ou 15 anos e não me perguntes o porque desta fuga; este é o nosso
segredo, eu e o Menino.” Cecília despediu-se de Samba e foi para casa
satisfeita, porque todas as suas dúvidas foram-lhe tiradas, Samba também entrou
em sua casa. E o menino já não estava mas ao cuidado de sua mãe Suze; andava
com Amélia com Miguel e visitava Teresa, Cecília e Verónica. Toda gente do bairro
conheciam e gostavam dele, ele dormia no Xis (seio) da sua mãe só de vez
enquanto, de dia e de noite. O menino está no cuidado de Samba, que só o
chamava de seu cassula; o menino também o chamava de minha Sê (amada, sem mácula
de coração a coração).
Desde aquele dia ao dia de hoje as mães de Sé-Bom são chamadas de
yeyé (querida) e Sê (ligada sem mácula).
O menino não tinha nome que o indicava que é filho deste ou daquele
homem ou mulher. Nem tinha xará, embora nos chamavam
Inocente e Enviado… Suzi e Teresa, preocupavam entre irmãos
sobrinhos tios e cunhados se quem seria xará do Menino. Ninguém queria, pois
tinham medo. Não queriam dar nome ao um filho de maravilhas só o chamavam de:
Seis pontes, Seis pontes. E mais ninguém. Mas a pequena não deixava o cassule
dele. Sempre metia-o no seu peito nas noites frias. Era Samba uma menina de 12 anos
quando estava cuidando do seu menino. Certa noite de sexta-feira estando eles
na cama sentados o menino segredou algumas palavras de despedida a sua mãe
pequena. Samba disse: “oh cassula meu. Vás mesmo? E nós, com quem vamos ficar
ou à quem vamos descansar?” Ele respondeu “lembra-te ó pequena, destas
palavras; o mundo não me verá mas tu me verás.” (João: 14-18.
Samba pediu: “Não me deixes ó cassule, sem me abençoares!” Tudo
está tchovallo (tudo está bendito segundo a tua petição.
“Diz-me, como fugirás e qual é o teu nome?” Então o Menino
abaixou-se e depois falou-lhe aos ouvidos como Ele deixaria o bairro. Mas,
sobre o nome, tudo era um segredo! Ninguém sabia! Nem Suzi, nem Amélia: Somente
a Pequena o sabia. As 23horas e 30 minutos quando o bairro todo estava calado,
e que nem já uma pessoa se movimentava, a não ser os Cabritos e porcos que
perturbavam o silencio, o Menino saiu da cama e foi até o lugar onde Suzi e
Amélia estavam, e achou-as dormindo saiu da sala e foi ao quarto, encontrou
também Samba num sono profundo. Tapou-a muito bem com a manta e foi-se.
Chegou até a porta mexeu, mexeu, para que a porta abrisse; mas
nada! Estava encerrada! Era mesmo Samba que tinha trancado a porta, porque elas
todas pensavam que o de verde havia de roubar o Menino deles. E como a porta
estava custando, Ele bateu três vezes com o cotovelo direito, mexeu e abriu a
porta e saiu fora.
Desceu até no caminho onde o de verde passou. Naquele caminho à
direita estava a casa do tio da Suzi e a esquerda a casa do marido da mãe da Cecília.
O Menino passou atrás de casa deste enfiou-se pela floresta fora. Enquanto o
Menino ia correndo, o marido da Teresa sonhou que o homem vestido de verde
vinha de casa de Suzi, em direcção ele parou ao lado da cama e disse ao velho: “levanta-te
ó velha! Já vou me embora porque esse bairro vai dar dessa! Já avisei a tua
cunhada. Muda de lugar! Esse bairro rejeitou a mensagem do Atalaia: Por isso
cairá ao fio de espada!” O homem levantou-se depressa e saiu muito agitado, foi
até a floresta. Encontrou o Menino no limite entre o caminho que desce ao rio e
o da lavra da Suzi e Teresa.
O homem ao perguntar, se onde ia, ele disse: “O que disse quem te
apareceu, é o mesmo que faço agora.” E desviou-se dele. Enquanto o homem
voltava para casa, o Menino enfiou-se no capim já queimado e desapareceu! Velho
ao chegar em casa, abriu a porta e entrou esquecendo-se de fechar a porta, ele
jogou-se na cama. Como se fosse um saco e tapou-se até a cabeça. Com o medo
daquilo que viu.
Quando a mulher dele perguntou: “Ó Jaime! de onde é que você saiu
com essa corrida?” Ele só lhe respondeu: “cale a boca ó mulher! Você fique só
calma!” E dormiram com a porta aberta. As 5horas da manhã, sendo ainda escuro,
Amélia levantou-se do Luando e preparou-se para sair, pois Verónica tinha-a
convidado na noite anterior, para que fossem juntas à pedra e pisar o milho
para fazer fuba. Mas como ela não vinha, Amélia foi ao quarto, ver se o Menino
estava na cama com a Samba, ao que o Menino não aparecia, Amélia ficou
preocupada e com medo de que o Menino tinha sido roubado! Mas ela acalmou-se
pensando na coisa que sempre o Menino apresentava aos olhos delas; porque Suzi
e Amélia e Samba, notavam coisas diferentes ao Menino.
Por ex. Quando na hora do descanso, o Menino entrava no Xis (peito)
da sua mãe, ou da Samba, quem vinha de fora não-o via.
Ele fazia como quem tem desaparecido! Outra vez, Amélia reparou na
cama: Desta vez não era mais maravilha do xis.
O Menino, na verdade, tinha ido! Será que foi roubado? Mas como, se
a porta estava bem fechada? “Ó Samba!” Gritou Amélia: “Acorda! Você não vê que
o Menino foi? Acorda de pressa!” Samba ainda dormia parecia uma filha de uma
leoa que tinha já a presa na sua mão e não liga mais nada! Ou como uma criança
que não sabe do que se passa no mundo!
Então, Amélia cheia de ira mexeu e bateu com força nas costas de
Samba: “Tola da Pequena!” Exclamou ela muito irada.
Você é chata! Deixou perder o nosso Inocente! Acorda!
Samba levantou-se da cama muito assustada; mas não disse nada,
porque sabia da fuga do Menino e tinha todos os segredos dele quando lhe diziam
que era culpada.
Ela só dizia sim quando ralhavam-na ela não respondia. Sabia de
tudo Verónica ao vir chamar Amélia, ela disse não vou à pedra! Temos uma maca! (problema).
O Menino foi-se embora! Suzi ao ouvir isto, chorava, Amélia também mas Samba
não; ela tinha todo segredo, Verónica saiu e deu noticias ao bairro. Num
instante a casa de Suzi estava cheia de gente como aquele dia da festa. Mas
desta vez não era festa mas tristeza; porque naquela hora ate o soba estava lá.
Quando os chefes do bairro perguntaram a família o que aconteceu com o menino,
Suzi disse: “Ele estava sendo controlado por Samba desde que fizemos as pazes
com a Teté e a Cecília nós ontem encerramos bem a porta para que não nos fugisse
como ele tem feito muitas vezes, Mas mesmo assim ele conseguiu passar pela
porta fechada. Hoje as 5horas, Amélia avisa-me que o Menino desapareceu.” Fomos
ver na porta, tudo estava conforme fizemos ontem mas agora… não sei mais… culpada
é a Pequena! Tudo isto é: Velhos, jovens, e moças, até os da mesma idade com
Samba, estavam contra a Pequena.
E como feras da floresta eles rangiam os dentes contra ela
querendo entrar à força, batiam a porta com violência, gritando: “Onde está a
Pequena?” Cecília foi a primeira pessoa a entrar e procurar Samba. Ela porém
meteu-se debaixo da cama, e não foi achada. O barulho era muito forte que a
Suzi pensava que aquele tumulto seria pior do que o primeiro e queria fugir de
casa. Se não fosse o Soba que sendo chefe, mandou acalmar a turba haveria
socos, pontapés e pedras. Ali uns falavam de uma maneira e outro de outra.
Algumas pessoas, querendo tirar a Pequena da culpa, diziam que, o de verde é
que vinha roubar sereia do bairro, sendo Ele o chefe das sereias; porque os do
bairro não queriam dela. Mas o soba disse: “Este animal era o nosso guarda, e
defesa. Mas vocês não quiseram receber o leão guardador e assim vocês serão
levados pelos caçadores e serão comidos.” O soba tinha razão: Aquele animal é o
leão de Judá, que vence o maligno. Quem o recebe tem segurança, quem o rejeita,
será levado cativo. Tiago. 4-7. Apocalipse. 5-3-9.
As mulheres perguntavam: “Não é a Pequena que disse que o Menino
havia de ser o nosso rei ou Soba? Porque é que Ele se foi?” O soba disse: “Ele
É; mas Ele foi porque vocês o rejeitaram.”
O marido da Teresa contou ao povo, que viu o Menino descendo ao
caminho que vai à lavra da Suzi. Então o soba mandou alguns homens colossos (fortes)
que fossem a procura dele. Suzi, Teté e Amélia, também foram. Ao chegarem nos
três caminhos, dividiram-se; uns foram ao rio junto com Suzi, outros foram a
lavra e ainda outros, juntos com Teresa e seu marido foram a floresta.
Procuraram-no até as 3horas da tarde; mas não o achara! Onde estaria Ele? Nas
seis pontes? Na água? Ou na lavra da Suzi? Mas Suzi foi outra vez no keve.
Agora ela não mais ouve estas palavras de coragem: Procure-o na terceira ponte!
Senão o encontrar, vá procura-lo na sexta ponte! Mas desta vez não acharam o
Menino. O Menino foi mesmo!
Deixou o bairro em choros e lamentações. Ele foi, deixando amigos
e conhecidos em tristezas. Mas deixou Suzi Samba e Amélia em alegria e
esperança naquela promessa: Mas tu me verás. Repórter do Yahweh / Maio de 1986.