kalekela Paz

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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Avô Enviado em criança



        UM MENINO NAS SEIS PONTES
Naquele tempo, enquanto o povo festejava a sua independência, em Luanda e em outras capitais de províncias onde não se fazia sentir o som do ndundo (guerra) e com o Dr. Agostinho Neto à frente, (Neto era o primeiro presidente e fundador da Republica de Angola) aqui no sul do rio kwanza, e mais ao longe, no rio Cubal, no lugar onde havia seis pontes ali construídas com ferro e madeira, bem ajuntadas como uma só ponte. No outro lado do rio há um bairro com o mesmo nome, embora tivessem outros bairros. Dali saíram duas senhoras e suas filhas. A mais velha com três moças, passou adiante rumo à lavra, mas a outra curvou em direcção ao rio. Andou seis ou sete metros; quando assustou, viu um vulto, uma figura que parecia uma boneca. Avançou mais um bocado, pensando assim: “Se eu tiver sorte como a filha de Faraó, acharei meu filho também.” Mas o medo crescia na senhora e tremendo, afastou-se dali e sentou no capim, vendo de longe a figura. Esperava se passasse alguém por ali, a velhinha o convidaria a ver aquela maravilha. Mas resoluta e corajosamente, a mãe de duas meninas levantou-se e foi ao lugar onde estava, dali ela andou até chegar perto da ponte, e enxergando bem, viu um Menino muito bonito. A ,Mas andando ela em cima da ponte número um, não via o Menino.
“Aonde foi 0 Menino?” Perguntava, de si para si. Avançou, passando duas pontes, a terceira e a quarta. Na quinta ponte ouviu uma voz que dizia:
“Ele está em baixo da ponte! Procura-o na terceira ponte, se não o encontrares, vai procurá-lo na sexta ponte!”
A mulherzinha ficou de tão maneira atemorizada que até quis fugir; pensando que tinha sido um Kilulu (Demónio, Cazumbi ou espírito dos mortos) que falava com ela. A mulher tremia muito. Era grande azar! Na província do Kwanza Sul e nos seus municípios, que são: Sumbe, Seles, Conda, Ebo, Kibala, etc.
Crêem muito nesses azares; como os Israelitas criam que, se vissem Anjos morriam. Géneses: 32-30. Juízes: 13-22. E é na razão; porque o povo daquela província tinha tradições e costumes diferentes dos outros, sendo o feitiço a base das suas crenças. E a senhora era uma delas! Mas o que lhe falava não era o espírito dos mortos nem demónio algum; era sim, o Ressuscitado e Glorioso Jesus. A senhora ainda em pé na ponte, sentia passos de alguém que estava vindo, olhou para trás e viu um jovem na terceira ponte vestido de uma bata verde e amarrada uma fita à cabeça. O moço aparentava ter quinze anos. Ela dirigiu-se para Ele para cumprimentá-lo e disse ao homem: “O filho não viu o Menino que estava aqui? Mostra-o só!”
 O Menino disse: “O rapaz não está aqui na ponte número três;
 Mas está em baixo da ponte número seis. Vá lá e o verá.” A mulher olhou bem para Ele, de cima à baixo e disse:
“Ó filho! Mas você não é daqui, não é dos nossos!”
“Sou da onde então?” Disse o rapaz sorrindo.
“Filho saiu de onde? Ou é Padre? Está diferente:”
 “Eu não sou, nem padre nem Cazumbi como a senhora pensa!” Disse o Menino. “Eu sou o Menino á quem a senhora quer!” A mulher ficou chateada e aterrada até ao chão. Vira o que nunca tinha encontrado na sua vida desde a sua mocidade; Ela nunca viu coisa parecida, um Anjo do Eterno. Mas o que conversava com ela, a pegou pela mão, levantou-a e deu-lhe novas forças, dizendo: “Mãe! Vamos conversar! Sem medo! Você já achou o Menino sou Eu mesmo! Não tenha medo!” Ela olhou para o homem vestido de verde e disse: “Ó mano, você não é o Menino! Você é grande! Ele tem cinco anos!” Ele disse-lhe: “Cinco vezes três?” A senhora disse: “O que é cinco vezes três?” Ele disse: “Cinco contados por três vezes, quantos são?” Ela respondeu depois da conta; “São quinze.” O homem perguntou. “É teu filho?” Ela disse: “É minha Sorte e você como se chama?” Ele respondeu: “Chamo-me Sorte Selikuata. E o Menino tem quinze anos desde seu aparecimento e Ele terá quinze anos na vida toda; Ele será o exemplo na vida aos homens. Terá cinco e dez na vida; isto é: Se o homem tem cinco quilos na verdade, terá também dez quilos na vaidade. Cinco quilos de milho no bem e dez quilos no mal. E este teu Menino tem dois sinais!” A vida e a morte; a vida para os que acreditam no Eterno, a morte para os que desobedecem a lei dele. E esta será o sinal: Acharás um Menino tapado com uma capa branca nos seus olhos. Tu podes levá-lo para casa mas a tua família não o receberá e muitos falarão contra Ele. Ele é o sinal de contradição e pedra de tropeço para muitos. Mas é a pedra mais importante que os edificadores rejeitam mas Ele é Pedra do ângulo. Vá em baixo da ponte, Ele está lá. E a senhora foi em direcção a sexta ponte e viu em baixo um Menino assentado. Desceu para lá e tirou o Menino da água e levou-o para casa. O lugar onde estava sentado o Menino tem uma pequena ilha e umas pedras. Isto aconteceu no mês de Julho no dia 7. Quando a senhora viu os olhos do Menino ficou assombrada; pois os olhos do Menino eram todos brancos como a neve, e não havia sinal preto algum neles, mas a mulher lembrou do que tinha ouvido; levou o Menino em casa sem hesitar.
O MENINO É REJEITADO                   
 As duas meninas, filhas daquela senhora que tinha ido ao rio estavam esperando por ela. Mas como a mãe estava demorando, foram juntar-se às suas companheiras, as moças que, junto com a sua mãe, estavam indo à lavra. As três moças olharam para trás e viram as duas irmãs filhas da irmã mais velha, correndo para elas. Quando chegaram, a mais velha das duas perguntou, se onde estaria a mãe das meninas que tinham vindo; elas responderam que a mãe estava no rio e fê-las adiantarem. A moça ficou zangada e resmungava contra a mãe das crianças; acusando-a de louca e sem juízo. Enquanto elas marchavam, a menina Samba a mais pequena, perguntou à moça zangada: “Ó mana Cecília! Hoje é domingo; os outros foram à igreja e nós vamos à lavra. E você sabe como é a tradição dessa terra, agora, se Deus, ou um dos nossos avós que já partiram deste mundo te mostrar uma maravilha, as vezes um Menino, tu ó Cecília não vais levar?”
 “Vou!” Exclamou a moça. “Eu vou levar o Menino, ainda que não saiba onde é que Ele nasceu, nem quem era a mãe dele.”
 Samba: “Mas ó mana! Se te acontecer, não vais negar?”
 Cecília: “Eu, ó Samba, sou boa mulher! Embora não tenha ainda marido, não é? Não estarei sozinha; o Menino será a minha Ovelha, a minha Sorte!” Samba: “E se o mesmo Menino apresentar algum defeito nos olhos, nas mãos ou nos pés, a mana vai aceitar?”
 Cecília: “Mas você, ó Samba pergunta, “eh!... Eu sou Católica e você também é; nunca a Samba ouviu os nossos Catequistas pregarem que, se virmos um Lázaro ou uma criança, não podemos desprezá-los, porque Cristo ali está? Eu sou que não vou recebê-lo? Não vou desprezar Deus.”
 Chegaram pois à lavra às nove horas e meia; Cada um foi no seu lugar, isto é, na sua mandioqueira e no seu mamoeiro e outras árvores de fruta. Naqueles dias, havia maboque e ginguenga, frutas silvestres. As meninas apanhavam e comiam. A ginguenga é uma boa fruta; o seu sumo serve como medicamento. Enquanto elas apanhavam frutas, a mãe delas chegou à lavra e com grande Júbilo gritou, “Eu tenho sorte! Eu como Susana ou Suzi tenho boa sorte!” A outra velha que, naquela hora estava calada, replicou: “Ó Susana! Onde estavas você, deixando as filhas sozinhas?”
 Suzi; “Eu, nesse domingo estava indo à lavra. E uma voz, não sei de onde veio, falou comigo e dirigiu-me até ao Keve; ali na ponte, vi de longe uma boneca; eu pensei que essa boneca foi deixada pelos brancos quando foram; mas quando eu subi na primeira ponte, vi que a figura se tornava grande.” Eu disse no meu coração: “Se eu tiver sorte, acharei o meu filho como a filha de Faraó.” O Menino estava sentado numa pedra, com os pés na água. Eu tive medo e afastei-me dali; mas com coragem de um homem, fui até à quinta ponte e não vi mais o Menino; ouvi só de trás uma voz que dizia: “Procura-o na terceira ponte! Se não o encontrares, vai na sexta ponte.” Fiquei a tremer de medo, pensei que era um Kilulu (Cazumbi), mas atrás veio um homem que vestia uma bata verde e uma fita amarrada na cabeça; levantou-me do chão e me deu ânimo. Perguntei-lhe, se não viu o Menino. Ele me indicou que estava em baixo da ponte número seis. Ele me contou os segredos do Menino e como ele é. Eu já mais vi aquele moço desde a minha mocidade; Eu sei que aquele é o Anjo de Deus.”
 Samba: “E o Menino está em casa? Vamos lá!”
 Suzi: “Ó minha caçula; o teu amigo está lá. Vamos!”
Teresa: “Ó Suzi! A tal sorte, não sei qual é, que deixa as filhas sem você! Vamos ver o bonito Menino! Vamos.”
Amélia: “Ó mãe! Não ofenda a Deus! Você é Cristã e nos dá o bom conselho, agora é uma destruidora.”
Samba tinha dito antes: “E se o mesmo Menino apresentar algum defeito nos olhos, nas mãos ou nos pés a mana vai aceitar?” Teresa, a mãe das três moças calou-se; lembrou das perguntas da Pequena Samba quando disse que, se a Cecília visse uma maravilha, por vezes um Menino mostrado por Deus, ou “se o Menino mostrasse algum defeito no corpo” dizia a Samba no caminho, “A mana aceitaria?” Ela disse: “Sim!” A velha pensava no que tinha acontecido com sua irmã e ficou quase sem palavra! Pensava que um Anjo de Yahweh tinha falado à Samba. As meninas brincavam e apanhavam frutas; enquanto as moças e sua mãe meditavam nas palavras da menina, na conversa que ela teve com a Cecília no caminho e, também no que aconteceu com Suzy. Estiveram na lavra até três da tarde. Depois prepararam-se e partiram da lavra para o bairro. Andaram devagar por causa das crianças. Chegaram às cinco horas no lugar onde se achou o Menino. A Susana mostrou-lhes o sítio e contou à todos o sucedido. Chegando em casa, viram o Menino deitado. A criança que era grande com cinco anos de idade, tornou-se um Menino pequeno de três meses! Sem pálpebras nem pestanas e com os olhos fora do sítio! Não é um mito, é uma pura verdade; o Repórter do Yahweh viu e ouviu e o que ele diz é verdade. Samba entrou correndo na sala e rapidamente tirou o Menino da esteira onde ele dormia, meteu-o no colo e saiu. Estando ela brincando com o Menino lá fora, Cecília mandou que trouxessem o Menino à ela; Amélia veio e tirou o Menino das mãos da Samba.
 Amélia era a mais velha da Pequena. Samba negou, dizendo: “Fala na mana Cecília para vir aqui e cumprir sua aposta que fez no caminho da lavra, se ela é boa mulher, Amélia foi e deu a notícia à Cecília. Esta veio e viu a criança no colo de Samba; recebeu-a. Reparando-a de cima à baixo, mas quando a moça viu nos olhos do Menino, gritou: “Olhem só! Que desastre! Um animal! Oh! Que desgraça!”
Samba: “Não é desgraça, ó mana! É nossa sorte!”
Cecília: “Qual é essa nossa Sorte? Um Menino de três meses, sem sobrancelhas nem pestanas, nem meninas dos olhos já se tem!.. Tudo branco! Mas esse Menino nasceu de uma mulher mesmo? Duvido! Veio dos Céus! É um Deus! É um Espírito feito carne! Oh! Que azar! Vamos morrer, vimos Deus! Deus enviou-nos o castigo dos nossos pecados; o nosso Avô virou-se contra nós! Samba! Deita fora esta criança!”
Samba vendo a moça tremendo e chorando, ficou comovida; mas deu-lhe ainda conselhos, animando-a e dando-lhe acalmia, lembrou à Cecília da conversa que as duas tiveram no caminho do campo. A Cecília que dantes se dizia que era boa mulher, naquela hora já era dona da pergunta que hoje é usada por nós: “Quem é este? Quem é este?” A moça tremia de medo e continuava a perguntar: Quem é este?
A mocita saiu dali a correr, dando voltas ao bairro todo e anunciando a toda gente aquela maravilha. Assim que ela ia correndo, gritava: “Venham ver só o nosso azar! No nosso bairro apareceu um animal com rosto de Pessoa! O mesmo animal ou pessoa não tem pálpebras nem menina dos olhos em cada vista! Venham ver só!”
Todo bairro ficou movimentado com essa notícia: Jovens, velhos, e crianças, todos até nenês; movimentaram-se, rumo à casa de Suzy, lá em baixo para ver de perto o tal animal. As amigas da Cecília perguntaram a ela: “Onde está o animal, ó amiga Cecília?”
 Cecília: “Está em casa da mãe Suzy, que o achou!”
 “Onde tia Suzy achou o animal, é longe?” Perguntaram.
 Cecília: “É perto; foi nas seis pontes, no nosso caminho de ir à lavra; ali a mãe viu o Menino na água e o levou.” E assim elas desceram até a casa da Suzy. Ali estava muito cheio de gente. A casa estava abarrotada, que não havia passagem para ninguém. Mandaram chamar a Pequena Samba, vinda ela, pediram que trouxesse o Menino. Ouvindo a chamada, Suzy não queria sair fora com Ele; mas o povo insistiu até que ela deu o Menino à Samba; esta tomou-o e saiu para fora. Assim que o viram, gritaram todos: “É esta a sorte da Suzy? Mas quem é este?” Outros diziam que era o animal; outros, que era um cazumbi ou espírito feito carne. As mulheres cantavam, meneando as cabeças em sinal de zombaria, dizendo: “Eh, eh! Susana nossa querida! Achou um bom animal; achou uma sereia! Que sorte! Que azar da Suzy!” Os petizes levantaram as mãos gritando: “Quem é este? Ó Suzy? É a sorte? É revolta! É revolta! É greve do Avô! Não respeitou as leis e os preceitos de que mandam os Kukulus (antepassados), agora Susana é castigada!” Os outros, sobretudo velhos, diziam: “Suzy! Deite fora este Menino! Não merece estar aqui! Você não conservou a tradição, por isso foi castigada, agora achou sereias!” Samba que, durante aquele distúrbio todo, estava calada, respondeu: “Eu sei que este Menino não é animal nem sereia e nem já é castigo dos avós ou dos que são da nossa tradição; é uma oferta de Deus. Eu peguei o Menino ao meu colo e sei que é uma grande e importante pessoa!”
 A multidão estava em alvoroço; empurravam-se. Uns queriam entrar para verem o Menino; outros para baterem Suzy. Os rapazes e as raparigas entravam em casa e, com gritos de zombaria, diziam: “Onde está o Menino? Tira fora para morrer!” Eles não sabiam que o Menino estava lá fora. Samba entrou em casa, correndo como uma gazela. Com o Menino nas mãos empurrou os que estavam dentro e caíram uns em cima dos outros; ferindo-se uns aos outros. Travou-se uma grande luta entre os rapazes se batiam, Samba entrou no quarto e entregou o Menino à Suzy. Saindo pois dali, viu os jovens batendo-se. Ela meteu-se no meio de gente e retirou-se, fechando ela a porta. As meninas da sua idade riam-se dela, dizendo que a sua mãe tinha achado uma sereia. As moças perguntavam se onde estava o Menino; ela disse: “Não é sereia; é o bom Menino e tenho certeza que um dia Ele será o nosso Rei. Dará paz aos que não têm paz, e quem lutar contra Ele, falhará.”
 Elas começaram a rir; riram-se muito até se cansarem. Outros, que por sinal, eram seus parentes, diziam que a pequena estava enfeitiçada e estava fora de si, Outros diziam que, por não obedecerem às leis daquele bairro, e por não estarem em conformidade com os seus costumes, Suzy e sua família sofriam consequências na vida; ou Suzy ficava sem marido ou eles achariam sereias, etc. Com esses comentários dos velhos, os amotinados encheram-se de ira. As mulheres gritavam com raiva: “A Suzy é tola! É burra! Habituou confiar só em Deus e não nas nossas kijilas. (Leis, mitos e tradições.) Agora o seu Deus virou-lhe as costas e a nossa lei vingou-se dela. Bem feito! Tem hábito mau de gritar: Nosso Deus! Agora; se confiou em Deus, porque é que Ele não a salva desse perigo? Que Ele a livre, se é seu Deus.”
 Samba saiu da porta onde estava e saltou como uma filha do Leão no meio deles. A multidão afastou-se dela, como a presa foge de um leão; mas a pequena fez sinais com as mãos, dizendo-lhes para não fugirem. As pessoas fizeram uma roda; metendo Samba no meio. Ela disse-lhes: “Quem disse que a mãe Suzy foi castigada por desobedecer às leis do mundo? Vocês não sabem que é melhor obedecer a Deus do que aos homens? Para mim, este é meu tudo; meu bem, meu mal; é o Menino que guia o cordeiro e o lobo. É Nosso Rei!” Eles começaram a fazer grandes gritarias; havia barulho por aqui e por ali; uns diziam duma maneira e outros de outra maneira. Levantavam as mãos contra a Samba, querendo bater nela. Elas diziam: “Ó Samba; você é maluca! Está enfeitiçada! Quem disse que o animal ou sereia, vai ser Rei ou Soba? Este animal é somente soba de vocês; você e a sua mãe. Cale-se, rapariga; senão apanha.” E como o motim ou confusão era mais forte do que as palavras benignas da Pequena Samba, Suzy, a mãe dela preparou-se para sair, à fim de defender a filha. Quando Samba ouviu que a mãe estava para sair, mandou o recado na Amélia; o recado era esse: avisar a mãe para não sair ainda. As meninas na idade da Samba e outras mais velhas dela, que antes eram suas amigas, agora empurravam-na dum lado para o outro. Zombavam-na, tratando-a de endemoninhada; os moços batiam nas costas dela. Outros queriam arrastá-la do meio deles; mas ela correu saindo dali, rumo à casa. Ao vê-la correndo, todos afastaram-se; deixando à ela o caminho.
 E do meio daquela gente saiu um rapazito de doze anos de idade; era Miguel, o grande amigo da Samba, o rapaz com quem ela brincava; este discutia com a multidão, defendendo a Pequena e a sua mãe, dizia que o Menino era o verdadeiro Menino e não o animal ou sereia. Os velhos, moços e as moças revoltaram-se contra ele, dizendo: “Miguel está à favor da Samba e da Suzy! Ó Miguel! Esta família não tem lei e você lhe defende?” E começaram também a bater em Miguel. Mas ele sendo muito forte, respondia-lhes com socos e pontapés. Apanhava os petizes mais novos dele e dava-lhes pontapés e chapadas. Aos mais velhos, ele empurrava e eles batiam-se uns contra os outros. Era confusão total! Havia gritos de “.aiué! Me deram!” E “me feriram!” E assim houve grande ndundu entre velhos, moços; meninos e meninas.
Enquanto eles se davam o ndundu, Miguel encontrou a Samba na porta da sua casa, sorrindo por causa do filme que se passava na rua deles junto à porta. Miguel levou a Samba para sua casa, a fim de visitar sua mãe Julieta. Ouvindo Suzy o barulho que se passava à sua porta, saiu sem o Menino nas mãos. Parou à vista da porta.
Acenou-lhes com as mãos e mandou parar o barulho e disse: “Meus irmãos e minhas irmãs! Vocês são todos familiares nossos. Uns de vocês são nossos irmãos e sobrinhos e tios, outras são irmãs, tias e primas; assim como a Teresa, a Cecília e a Verónica, minha querida sobrinha! Eles são os que provocaram a confusão e acenderam o fogo, porque eu achei esta sereia. Se é sereia ou animal, não se metam connosco; e se fomos castigadas, deixem-nos em paz. Cada um com a sua vida; cada um é responsável de si e com seus deuses. Eu também sou comigo e com o meu Deus Eterno. Vão para vossas casas, irmãos!” E todos retiraram-se, cada um para sua casa.
O PLANO CONTRA O MENINO
Mas a Teresa e a Cecília sua filha, ficaram atrás de casa, sendo já noite. As duas sentadas, com as costas viradas à parede, conversavam; Cecília disse à sua mãe: “Ó mãe! A tua irmã Suzy é vaidosa! Já por ter achado o seu Menino, não respeita mais ninguém! Nem já saúda as tias ou sobrinhas dela! É suja! É maligna!” Teresa respondeu-lhe: “Nem parece ser minha irmã; o seu dono, à quem ela chama de Deus Eterno, a fez esquecer de mim! Oh, que vergonha! Até ela não pensa! Oh! Que tipo de Suzy é essa? É uma filha alheia que não conhece família?” Cecília comentou:
“E também, aquela tola da Samba! Uma Menina tão pequena, quer ser mais velha e sábia do que nós, suas mães! Ainda, ela diz que o tal Menino virá a ser nosso soba; soba? De jeito nenhum. Já temos sobas e muito mais! Não necessitamos mais de sereias para serem nossos sobas no futuro. E ninguém também aceita as palavras de uma tinhosa como Samba!”
 E Samba estava saindo de casa da sua tia Julieta, onde ela tinha deixado o amigo dela Miguel. Ao chegar à casa, ouviu um som atrás de casa. Aproximou-se em casa, mas não entrou. Foi chegando pouco a pouco atrás de casa e ouviu com muita atenção as vozes dos que conversavam; descobriu então que era Cecília e a mãe dela. Teresa, falando contra a mãe dela, contra ela e contra o Menino. Sentou-se mesmo perto delas, mas as duas maldizentes não a viram. Samba escutava tudo, silenciosamente, sem nenhum barulho, ouviu tudo; mas quando chegou de escutar nas palavras que diziam: “Nós já temos sobas e muito mais, não necessitamos de sereias para serem nossos sobas no futuro. E também nessa: Ninguém também aceita as palavras de uma tinhosa como Samba.” A Pequena ficou muito magoada; chorando, pensava assim: “ Ó meu Deus! Que mal fiz eu contra a mana Cecília e a mãe Teté para serem minhas grandes inimigas?! Se sou tinhosa, que as tais me deixem em paz! Já e já! Foi o Eterno que me formou no ventre de minha mãe Suzy e ela me teve! Graças a Deus! E sobre o Menino, eu não disse que ele será soba do bairro deles que um dia há de virar um deserto. Deus mostrou-me e eu disse à todos que Ele será o nosso Rei de Paz; não só em Angola, também na África e quiçá, no mundo! Não lhes ligo!” Continuou Samba. “ Elas querem ser Caixões do Menino; mas jamais terão sucesso!”
 Teresa e Cecília estavam ainda ali conversando. Teresa disse: “ Ó filha! Não diga que Samba é tinhosa; assim está a ofender a Deus que a fez e a mim também. O que nós vamos planejar é a morte do Menino.”
 Cecília: “ Como faremos para conseguirmos a morte do Menino? Será que vamos entrar secretamente em casa com moca e darmos na cabeça enquanto a mãe dorme? Ou vamos convidar o nosso grupo com catanas a fim de expulsar tanto a Samba como a Suzy e levamos o Menino até ao rio onde vamos atirá-lo na água?”
Teresa: “ Boa ideia! Primeiro, vamos fazer o que disseste no princípio; mataremos o Menino e enterrá-lo-emos. E quando nos perguntarem amanhã, diremos que o Menino desapareceu misteriosamente, já que é sereia, as outras sereias o levaram! Ou diremos: “Por ordem do soba, o Menino foi escondido para não trazer problemas no bairro; já que a nossa tradição não permite criar sereias no bairro.” Se não der este plano, vamos fazer outro; chamaremos a policia que está nas Seis Pontes e prenderá o Menino e a sua mãe!”
 Cecília: “ Bom plano mamã! Mas agora é tarde. São oito horas da noite e vamos jantar, também nos preparemos para a nossa sanha assassina”
 Então elas se levantaram e foram para casa. Samba também retirou-se dali depois de ter escutado tudo, entrou em casa e foi contar toda a história à sua mãe. Suzy respondeu: “Samba, você calma, tudo está entregue ao Eterno; eu tenho certeza. Ele operará por nós.
    O HOMEM VESTIDO DE VERDE                   
Samba levantou-se da cama onde estava junto com sua mãe, saiu do quarto e foi na sala ver se a mãe tinha deixado o seu jantar.
Enquanto a Pequena procurava entre os pratos e as panelas, Suzy, lá do quarto orava e chorando amargamente; ela dizia: “Ó Senhor! Dono do Céu e da terra! Ó dono da vida! Que mal fiz eu para ser tão infeliz? Só por eu, a tua serva, ter achado esta «sereia», como o povo do bairro diz, sou perseguida por minha própria família! Até os meus parentes mais chegados já zombam de mim. Que fará então a tua serva? Será que tenho que sair desse bairro e ir noutro lugar?” Olhando ela para o Menino que estava deitado a dormir um bom sono, a mãe estremeceu; estando o coração cheio de amor por Ele. As suas entranhas enterneceram pelo Menino, ao lembrar-se de uma mãe que tinha um grande amor pelo seu filho e o defendeu da outra mulher assassina e cruel, que queria que o Rei Salomão cortasse o Menino pelo meio. I-Reis.3-16. “Essa gente” disse Suzy. “Não conhece a vida nem a segurança sua, até despreza uma sorte dessa. Um Bom Menino, que apesar dos pesares Ele é o Menino de verdade!      
Com certeza, o nosso Menino será um Advogado, um Juiz, uma Arca de salvação; e quem sabe? Um Rei que dá paz e justiça! Mas essa geração é chata! Até a mana Teté e a filha Cecília são contra mim, como aquela assassina, no tempo de Salomão.” I Reis. 3-16.
Enquanto a Suzi orava, a Samba saiu da sala com pressa, como era seu costume, e veio à porta do quarto, interrompendo com essa pergunta, a oração da mãe Suzi: “Ó mãe! Mãe você. O meu jantar é só esse?”
“ Mas ó Samba!” “exclamou Suzy assustada. “Que barulho é esse, interrompendo a minha petição a Deus? Oh Samba eh!...” “Não, mãe! Eu só perguntei se é só esse bocado, o meu jantar!”
“Não” disse a mãe. “Aquele é da Amélia; o seu jantar está na mesinha; vai lá e encontrarás um prato tapado com outro; é teu!” Samba saiu sempre à correr, sem respeitar a casa. Enquanto a Pequena ia tirando o seu jantar, a mãe dela olhava para o Menino e orava, dizendo: “Ó meu Santo Deus! Até quando? Até quando vai durar a minha aflição? Salva-me dos meus inimigos e dos planos deles! Eles não te conhecem, mas eu sei quem é o Pai Eterno. Eles pregam a tua palavra mas desprezam a ti e ao teu Enviado, os teus inimigos não sabem o que está neste Menino; mas eu sei: Não tudo, mas o pouco que o teu Espírito me ensinou sobre Ele, eu sei. Eu tenho certeza que mesmo na metade do seu Reino de paz, eu participarei; e se eu morrer cedo, os meus familiares e os meus filhos verão o Menino a guiá-los para a paz. Salva-me e serei salva”.
 Enquanto ela orava, Teresa e a Cecília estavam vindo e chegaram onde estavam primeiro, já eram altas horas da noite quando elas vieram: e cá em baixo do bairro estava já calado porque todos dormiam um sono profundo. Só lá em cima estava movimentado porque havia uma festa. Elas levaram os moços como prometeram a fim de realizarem o seu assassino plano. Cecília disse: “Vamos passar da janela do quarto e entrar por ela.” Cecília e Teresa pensavam que a Suzi estava dormindo.
Teresa disse: “Ó filha! A casa é pequena, é só de um quarto e uma sala; porque é que não vamos bater a porta como tropas? Se não quisermos, vamos arrombá-la.”
Cecília: “Lá na sala, dorme a Pequena Samba; como faremos então? Se batermos, ela vai gritar. Vamos passar pela janela.”
 Teresa: “ Não tenhamos medo da Samba. Ela é criança! Vamos fechar a boca dela e entraremos.”
 Elas saíram dali e foram em direcção a porta; mas quando chegaram perto, viram um homem com uma vara grande nas mãos e vestia uma bata verde que lhe descia até os pés, Ele levantou a sua mão direita para o Céu e com a esquerda pegava a vara; elas assustaram-se quando o viram, porque também tinha uma fita amarrada à cabeça como um véu. Elas pensaram que era a Suzy, que estava preparada para a luta. Elas disseram: “A Suzy afinal é má! Já sabe o que nós viemos fazer! Mas não tem problema, nós duas com duas moças e ela com um pau na mão!... Ela vai ser derrotada e nós mataremos o Menino.” Elas aproximaram-se andando devagarinho até chegarem perto dela. Mas ao vê-lo, afastaram-se um pouco para trás porque estavam tremendo de medo. A Cecília que pensava ser uma forte mulher, avançou resolutamente para o homem, mas quando Ele levantou a vara para o Céu, Cecília sentiu um forte choque nas pernas como se fosse um relâmpago que dera uma forte batida eléctrica; Caiu e prostrou-se até ao chão. A Mãe dela, ao ver a filha caída, veio em socorro dela; mas também apanhou a mesma batida e também aterrou. Ao recuperarem as forças, viram sempre que o homem estava em pé diante delas, gritaram com força para acordarem os velhos, á fim de salvá-las daquele homem. Quiseram levantar-se; mas não deu, porque as pernas estavam sem forças. Samba ouvia de dentro, o som das batidas cá fora; o som dos gritos da Teresa e da Cecília quando agrediam aquele ser e caíam.
A menina ao ouvir as constantes quedas e os gritos de «socorro! Socorro!» Saltou do Luando onde ela estava deitada e veio correndo até a porta do quarto, como era seu costume, e gritou para Suzy: “Ó mãe! Ó mãe! Vá a kuata!” O que quer dizer, lhes apanharam! “Ó mãe! Vá a kuata!” gritou novamente.
“Ó Sambita!” Disse ela assustada. “Para quê tanto barulho? Quais são os que foram apanhados, ó minha filha?”
 “É a mãe Teté e a mana Cecília.” Disse Samba.
“ Fique calma filha, não saia!”
Aconselhou a mãe. “Talvez seja aquele polícia ou defesa popular a quem eles prometeram vir com ele”
“Mas são elas que estão caindo e gritando!” exclamou Samba.
  “As vezes é um capulo” (Finta ou camuflagem).
 Samba: “Qual é lá esse capulo? O que faz capulo é o Menino ou somos nós carnais e fracas, vendidas ao pecado? Nós mulheres Deus nos fez diferentes; como vasos fracos que somos, sempre duvidamos e temos medo; com isso, perdemos o bem da vida!” Calaram as duas;
Escutavam só o que se passava fora de casa isto é o ndundo entre as duas mulheres e o ser que apareceu a elas quando foram em casa de Suzy com o plano de matar o Menino. Cá fora as quedas e os gritos pedindo socorro e os ais continuavam. Depois das primeiras e segundas quedas. Vem aí a terceira. E o terceiro ai virá cedo. Teresa e sua filha, depois que apanharam as duas quedas, o homem sentiu pena delas e dando-lhes novas forças, pegou-lhes nas mãos e levantou-as e desejou-lhes boa viagem; recomendou-lhes que dessem a notícia a todos, de que encontravam o Anjo Protector do Novo coração do mundo; o homem vestido de verde; esperança do povo: Disse-lhes também: “Não tornem mais a lutar contra o que vocês não conseguem com as vossas mãos; a sorte.” Elas afastaram-se dali a mais ou menos 500 metros. Mas Satanás que anda à solta não as deixou; queria sempre o mal delas, assim como ele só quer mal de todos, Deu-lhes conselhos mentirosos como é do seu costume. E meteu nos corações delas o desejo de ir enfrentar-se com o Anjo do príncipe das vitórias. Disse-lhes que aquele era o chefe das sereias e veio proteger a sereia da Suzy. Satã identificou-se como o avô delas ou como o mensageiro do soba do bairro: E deu-lhes ordens para matar o ajudador e a sereia. Elas marcharam até ao lugar do combate, tão animadas e decididas para matar e receberem honras e prémios. Ao ver o homem ainda em pé, Cecília apressada como era, atirou já uma moca contra Ele, falhou. Teresa riu. A moça ainda decidida, atacou na moca que estava no chão e disse: “ Agora você verá. O teu fim chegou! Dou-te na cara!” E atirou com a moca na cara do homem.
A moca foi mesmo apontada na cara dele, mas sem que Ele esquivasse, a cacete passou em direcção ao agredido como se isso o tocasse. Mas foi adiante delas, passando assim atrás do homem, Teresa gritou: “Esse homem é mágico! Nós batemos nele mas a moca não bate nele! Não é mentira! É verdade! Venham só ver com os vossos olhos!” E ela, também atirou a sua moca ao homem; mas nada fez senão passar atrás dele. A velha teimosa, ainda apanhou outra moca do chão e atirou aos pés dele, pensando assim: “vou partir-lhe os pés e deixá-lo cair.” Mas em vão; tudo falhou e atirou uma pedra contra Ele; mas deu dessa! Então a velha descobriu que estava lutando com um Espírito. Afastou-se dali, cheio de medo; a moça ficou ali com sua catana na mão, como última defesa. Ela disse ao Anjo: “Seu feiticeiro! As nossas mocas falharam todas! Mas com essa catana, eu vou te conseguir.
Eu mato você e a sereia e assim teremos vitorias e paz!”
“Valeu:” disse o Anjo: “Mas Cecília; fique à saber que quem matar com a espada com a espada morrerá! Atire já!”
Ela pegou a catana e com ela batia nos pés, nas mãos e no peito do homem; mas aquilo não fazia sentido algum; ela batia, mas é no ar; parecia travar o vento com as mãos.
 “Tudo teki!” disse o Anjo. “Tudo teki, não é Cecília? Tu bates no ar, eu não! Agora é minha vez!” Mateus: 26-1. I Coríntios: 9-1. Ela precipitadamente atirava, atirou a catana no peito do Anjo e afastou-se com o medo. Mas ela pensava que tinha conseguido a batalha, e ganhar a vitória ao ouvir o Anjo a gritar: “Ai de ti, rebelde! Filha do diabo! Dalila! Não tens a vitória nas tuas mãos; com essa perdeste e com esta pedra vais-te arrepender dos teus pecados!” De repente soprou uma forte ventania e um remoinho se levantou. Os tetos das casas cobertos de capim eram levantados com a força do vento, também as casas de chapas eram mexidas; tanto as chapas como o capim voava e deixava algumas pessoas ao ar livre, parecia haver grande chuva. A catana saiu daquele lado de casa; e levada pelo vento, foi bater no braço direito da Cecília.
Esta caiu assustada e ferida, gritava: “Ai, ai, wé! Já estou morta!” E calou de repente. A mãe dela veio em socorro; mas ao ver a moça deitada ao chão com a catana colada nos braços dela, começou também a chorar e tentou tirar a catana dos braços mas não conseguia. Então ela gritou;
“Venham em meu socorro! O inimigo atacou a mim e a minha filha! Qual é o santo que me enganou para lutar com o Espírito de Deus? Ai já estamos mortas!” O homem vestido de verde chegou perto delas e tendo levantando a sua vara ao ar e saia dela um relâmpago que espantou a velha que estava ainda em pé junto ao corpo inerte da filha. O choque daquilo bateu-lhe forte nas pernas e ela caiu. O homem de verde veio e tocou no corpo inerte da moça e a despertou do sono da morte. Acordada! Ela gritou: “Quem é este homem?
Como é que estas vendo ele?” Disse o de verde, abaixando á ela “É um homem forte e poderoso na batalha!” Salmos: 24-8. é um homem vestido de um largo vestido verde, cor de esperança. De salvação!”
“É mesmo!” Exclamou o de verde. “É o Menino a quem vocês chamam de sereia ou animal! O mesmo inocente á quem vocês e o vosso pai procuram matar. É ele mesmo, o Bom!” S. João: 8-44.
A mãe dela, ouvia silenciosamente a conversa e encostou ao lugar onde estava o de verde e a filha deitada. Ela perguntou: “Quem é o nosso pai? Diz-nos por favor!” É aquele que desde o princípio mentiu; já que é o pai da mentira. Belzebu é o vosso pai e os seus Kilulus (demónios), os irmãos. O homem avançou até onde estava a moça. Tirou-lhe a catana do braço direita. Ela não gritou e no braço não saiu sangue. Então, o de verde mandou que a outra senhora deitasse, de jeito que a filha dela estava e com a vara, deu-lhes quarenta chicotadas bem remadas. Deuternomio: 25-1. Enquanto Ele batia, dizia: “Eu corrijo e castigo a quem eu amo!” Apocalipse: 3-13.
Depois mandou que elas levantassem e que fossem embora, disse-lhes que não tornassem a pecar e desejou-lhes bom regresso á casa.
Elas levantaram-se e saíram dali a correr; mas a bom correr.
O marido Da mãe da Cecília que antes estava assistindo a luta e vendo as quedas e as chicotadas pela janela, o homem que dantes tinha medo de sair por causa do de verde, agora saiu, ao ouvir o bater dos pés das que corriam em direcção acima do bairro; com UPI Canguichi ou pau grosso para transformar o milho em fuba, na mão direita e a catana na sua esquerda, o homem veio ao homem vestido de verde á fim de o matar. Mas assim que o de verde levantava a vara do poder ao Céu, o lutador viu um clarão de luz como que Saulo o ex-perseguidor de Cristo viu no caminho de Damasco. Lucas: 9-1-12. Actos. 9-11-12.
O homem caiu no chão com suas defesas, e ouviu esta voz: “Já sai do Egipto! Não volto mais para lá! Porque meu pai chamou-me de lá!” Ele disse: “Do Egipto chamei o meu Filho!” Oseias: 11-1. Mateus: 2-15. O homem, ouvindo esta voz forte e poderosa, que não era nem do seu tio ou primo, ele desmaiou. Mas o de verde pegou-lhe pela mão e o levantou; mandou ao homem que corresse e não olhasse para trás. Lá dentro ouvia-se o bater dos pés dos que corriam. Ali Samba gritou: _ “Ó mãe! Eu já disse: “Vá akuanta!” A mãe dela respondeu: “Cala-te ó Samba! Não sabes que é o nosso inimigo? E Ele veio nos atacar.”
Samba calou mas sempre estava aflita, querendo conhecer aquele homem. Tentou levantar-se para abrir a porta quando ouviu outra voz que dizia: “Celikuata wa há kuata!” Suzi reconheceu a voz e veio até a sala, e mandou Samba abrir a porta. E veio e eis que o homem vestido de verde que ela virá no rio keve no dia em que achou o Menino estava ao pé da porta. E também Amélia sua primeira filha estava atrás do homem.
Amélia vinha da festa que se realizava lá em cima do bairro mas não viu o de verde Samba e Suzi e saíram e deram boas-vindas ao homem e disseram: “Bem-vindo bendito do Eterno o Nosso Deus assim nos tens honrado, ao chegar em nossa casa pois pela hospitalidade muitos te receberam mesmo não te sabendo.
E temos sorte; és o Anjo do Eterno!” Géneses: 3-18. Hebreus. 13-2. O homem entrou e sentou mesmo na esteira onde era o lugar da pequena. Amélia também entrou sem ver mesmo o homem; ela pensava que os bem-vindos foram dados a ela. Sem mais nada ela foi perguntar a mãe se onde estava o seu jantar; Suzi mostrou-lhe o jantar que estava na mezinha. Amélia obrigou a mãe e disse que cozinhasse outro porque aquele estava frio. Samba ralhou Amélia: “Tenha respeito, ó mais velha! Não sabes que Deus está sentado connosco? Você veio sem vê-lo; mas Ele já respondeu à você.”
 “Deus? Quem é este Deus? Você é tola! Deus não pode viver na terra connosco Ele é do Céu e é um vento; não pode ser visto!” Gritou Amélia, estando mesmo de pé diante do Anjo.
“Você não pode ver Deus porque os teus olhos estão cheios de pecados.” Respondeu Samba. “Eu porém lhe vejo embora que sou pecadora; pela fé que Ele me deu, creio nele e Ele me perdoa; por isso estou vendo o nosso Deus! Você agora veio da festa; já fez coisas erradas e quer impedir a nossa cura. Isaías: 59- 1. Não obrigues a mãe deixa-a em paz!”
 A mãe mandou que Amélia assentasse, mas disse à Samba para que não desse conselhos àquela inimiga do Yahweh; pois, Amélia, sendo Pequena ainda, já queria arranjar a sua vida diferente.
O De Verde disse a Suzi: “Ó mãe! Olhe ainda para a cama se o nosso Menino está lá veja se Ele dorme!” A mãe foi e viu na cama mas ficou assustada e suspendida ao ver só os cobertores menos o seu Menino. Ela gritou ao de verde dizendo: “Hé foi! O Menino não está!” Será que voltou novamente para a seis pontes? Disse o de verde: “Procura-o as vezes foi lá!” A mãe do Menino chorava. Samba também estava triste e meteu a culpa na mãe que não controlou o Menino pensava que Teresa e Cecília o levaram. Mas a mãe disse. “O Menino desapareceu! Ele foi mesmo nas seis pontes!” O DE VERDE REVELA O MENINO
Vocês conhecem bem o número quinze, não é?” Disse o homem vestido de verde. “O número cinco e o número dez representam o Menino; o bom ou o bem, dura cinco quilos de milho, e o mal dura dez quilos!”
Elas não entendiam o que o de verde estava falando, ficaram todas confusas, mas não conseguiam fazer perguntas ao Anjo; mas a mãe do Menino lembrou-se de quem era aquele. E o de verde continuou: “ O Menino é o sinal destes dois grandes números, o cinco e dez; o que for pesado com o primeiro número, feliz será ele. Quem é pesado com o segundo, esse homem ou mulher, é já “teki,”pois pesou pouco e mal.” O Menino é a balança para o mundo: É a espada de Yahweh, o nosso Deus para a batalha do grande Dia. Ezequiel: 21-1.
O Menino é a Pedra de tropeço e de escândalo para os incrédulos; mas quem crer nesta Pedra nunca será confundido!” Isaías: 10-21-22. Romanos: 9-27.
 Samba encostou-se perto dele e perguntou: “Então esta é a ponte para o outro lado do rio. A porta estreita para a salvação e o alicerce da igreja de Cristo, não é, Pai?”
 “Como é que tu sabes ó menina?” disse o homem. “ Feliz és tu, ó crente! Como o Bom Mestre diz: “ Não é um ser humano que te revelou esta verdade; mas veio directamente de meu Pai;” e como o Nazareno era tudo para o povo Judeu, Ele é também a porta de salvação para a África e para o teu país Ele é a chave do Reino dos Céus dada á Pedro e à vós os obreiros do Yah. Mateus: 16-16-17-18. Embora os homens de hoje não entendam; sendo fariseus do tempo de Cristo. Ele vai tirar para si os remanescentes do Israel verde e os escolhidos desse país para a vida nova em Cristo.
E para vos dizer a verdade, o Menino é o Joelho do Messias e a testemunha fiel do Yahweh. Ele é quem dará o testemunho de todos os que virão ao mundo e anunciará a verdade; e Angola receberá muitos deles inclusive o Messias; mas os do número dez falarão contra Ele.” Lucas: 2-34. Isaías: 42-1-49-1-6-12.
- “Que maravilha!” - exclamou Suzi.  “Então temos a nossa ponte segura, e com ela vamos atravessar o rio da morte para outra margem além, onde mana leite e mel, onde há a vida Eterna e a felicidade!”
“Sim!” replicou Samba;“ Por isso é que Ele foi na sexta ponte!” E toda gente de casa, com alegria, ria-se daquilo que Samba dizia!
O DE VERDE REVELA-SE A SI MESMO       
Naquele mesmo instante, a mãe do Menino levantou-se e foi ao quarto a fim de ver se o Menino estava na cama. Mas ela voltou com esta notícia: “O Menino não está lá! Só vi na cama uma Pomba de cor branca entre os cobertores!”  
 “ Vamos vê-la” Gritou Amélia: “Eu gosto muito de ver estas maravilhas!”
“Ora essa!” Replicou Samba: “Como é que você gosta e cré na maravilha se não acredita nem em Cristo e nem nos seus Anjos e Profetas?” Amélia cheia de raiva exclamou “E você acredita ó Samba?” Ela respondeu “Sim! Eu creio e por isso falei!”
O homem vestido de verde levantou-se e deu um abraço à Samba e disse: “Boa resposta menina! Bem-aventurada és tu, a que creste; tens a vida eterna e não estás longe do paraíso. Pela tua fé, todas as mulheres de bem seguirão os teus caminhos.
Tu, menina serás um bom exemplo e uma testemunha fiel do Yahweh e de Cristo para o povo de hoje e de amanhã. Todas as nações te chamarão a feliz como Maria, a mãe de Divino Mestre e Mãe de Africa!” Lucas: 1-48. “E eu continuou o de verde. Vou revelar-te os segredos profundos do Amor do teu bom esposo. Cordeiro sem mácula. Isaías: 54-1-6. Mateus: 25-1. Apocalipse: 14-1. Por isso ó virgem Santa, não chore mais! Canta de alegria ó Pequena não teme, pois eu te mostrarei o Menino e o seu Mistério. Mostrarei-te quem sou eu. Isaías: 49-21-51-1. Mateus: 10-33-11-25. E tu ó mãe, coragem! Não tenhas medo quando os do dez te perseguirem não te entristeças quando eles te chingam pois Eu sou o teu Protector porém es mãe do Menino, nossa e deles. Por meio de ti, as eleitas e santas mulheres do teu povo serão também as mães do Menino. E como pescadores de pessoas que Ele é algumas mulheres do “mussonguiri” são escolhidos por Ele e pelo seu Espírito para ser mães do Enviado; isto é para salvação. E não fará esta aliança só com as mulheres; com os homens também”
Ali Suzi vendo que o de verde ia-se despedindo veio até à ele e perguntou-lhe em particular, se o de verde era Micael (Miguel) Gabriel, Querubim ou um dos Profetas antigo como o Isaías. Ele respondeu: “Eu não sou Anjo Sou o Menino, eu sou que veio colocar as rolhas nas garrafas que o meu Irmão encheu com vinho novo e azeite novo a garrafa encheu ou não eu não vim acrescentar mais nada; Sou e vim meter rolhas.” Ele dizia em parábolas, significa que o semeador já meteu a Boa Nova nos corações das gentes que ainda hoje muitos semeadores enterram boa semente Cristo nos corações dos homens e mulheres crianças e nenês do mundo inteiro e todas as línguas.
Hoje é pregado Cristo até em rádios de vários países do mundo; muito até são comunista e marxistas! A garrafa cheia é aquela que tem Cristo na prática, em casa, nos trabalhos e na vida. Aleluia! E a garrafa não cheia, é aquele que é ouvinte da mensagem de Deus, é até seu pregador ou cristão licenciado; mas não tem Cristo em sua vida. Olha no espelho vê a sua imagem e … teki! Quando sai terém esquece de tudo! E hoje não há mais quem não ouviu não conheceu o evangelho: Porquê? Porque este evangelho do reino será pregado em todo mundo e como testemunho a toda gente e assim virá o fim e também essa: “ O Céu e a terra passarão mas as minhas palavras não hão de passar: Mateus. 24-14. Mateus. 5-18-7-24-24-35. Tiago. 1-2-24 E Sobre a pergunta de que se o de verde era Profeta Isaías Ele disse: “Isaías é três em uma Caixa; Isto é: Apareceu três vezes em um só corpo livro nome eu sou o quarto.
O primeiro Isaías anunciou a sua mensagem na época dos reis Oseas, Jotão e Ezequias e o segundo (Deutero-Isaías). Anuciou,
Desde que o povo de Israel era deportado para babilónia anunciou a vinda de Ciro rei da Pérsia como libertador dos Judeus, até a volta a Sião. Isaías: 1-39-41-59. Isaías: 66-1.
E foi tudo certo; Ciro conquistou Babilónia em 539 a.C.
Terceiro Deutero ou Trito-Isaías anunciou a última mensagem em Jerusalém já em reconstrução, junto com Exdras o mesmo Malaquias com Ageu e Zacarias. Eu sou Tetra Isaías! Também fui achado a um povo que não perguntavam por mim.
Isaías: 54-1. Romanos: 10-20. A mãe que me tomava conta é a que está com o Menino. Atudora que me achou também é Suzi!” E todas incluindo a ex. Descrente Amélia entenderam que de verde falava do Menino, e descobria que Ele mesmo era maravilhoso Menino. E todos bem alegre foram cada um para sua casa descansar.
A QUEM PERTENCE O MENINO?
Naquela noite, enquanto todos inclusive o visitante, dormiam, a mãe do Menino estava assentada a sua cama e não conseguia pegar no sono. Pensava só em seu filho; assim como hoje a que é mãe do Yahweh pensa só nele e até zela por Ele. A Mãe pensava naquele grande dia da Sorte em que ela achou o Menino dela, pensava também no de verde seu indicador e animador; e que no mesmo dia os chamou de o filho, e que agora era só seu Protector e próspero. Pensava também nas maravilhas que ela a Pequena, a Teresa, irmã mais velha dela e sua filha Cecília viveu, e todas são testemunha; muita gente do bairro, incluindo os tios e cunhados mais velhos do bairro e o soba.
As maravilhas eram essas: O Menino que tinha já cinco anos tornou-se um bebé de três meses de idade, um bebé sem pálpebras nem pestanas, e com um livrinho com apenas cinco folhas disto são testemunhos muitas pessoas de Cubal seis pontes dos municípios da Conda, Seles, novo redondo (Ngunza) e dos outros bairros que ficam na margem do rio keve. Uns deles ainda vivem e estão em Luanda e noutras província do país: Assim como Samba e Miguel, seu amigo. Estes já estão cansados e tem cinco filhos as duas Julieta e Benedito, Armando, Dembo e Susana, a xará da mãe do Menino etc. Mas outros já dormem. Voltamos a Suzi; Ela, ainda sentada pensava nos desprezos zombaria por ela sofridas em como os homens, blasfemava contra Deus e o seu Enviado chamando-o de sereia e de animal. Agora onde estaria o Menino? Na mata? Ou atrás de casa?” Será que está de novo no rio! Onde eu tirei?” Murmurava ela. “Ou Ele morreu?” Mas em seu coração soaram as lindas e consoladoras palavras de sua cassula a Samba: “Ele é a nossa ponte para o outro lado do rio da morte para vida. Por isso é que Ele foi novamente nas seis pontes!” “Se Ele foi nas seis pontes disse Suzi: “Então não fugiu de nós!” E lembrando-se dos insultos que tinha levado dos homens daquela região veio-lhe ao coração a pergunta se a quem pertencia o Menino depois da morte dela: Suzi pensava assim se o de verde dar-me boa resposta, vou dá-lo às mãos de Samba!” Então Suzi lembrou-se da palavra do homem de verde no dia em que correu com as servidora de Satã que planejava matar o Menino. Ele tinha assim. “Celikuata wa a kuata!” E também lembrou-se do nome que Ele tinha dado à Suzi na ponte” chamo-me Celikuata Sorte!” Dizia Ele: “Então ela se levantou da cama e foi até o lugar onde estava o visitante.” Queria o acordá-lo, chamando-o pelo nome de Celiko mas ela pensou assim: “Não vou chateá-lo Ele recebe revelação de Deus.” E foi se. Mas Ele ouviu alguém dizer. “Não temas ó filha do Yahweh! Anima-te! O teu filho vem ai!” Era a voz da cassula Suzi chamou-a e perguntou se o que era com ela. Mas só o silêncio é que indicava que Samba dormia. Outra vez ouviu esta voz que dizia “Não temas ó filha de Sião pois o teu Rei vem ai!” João: 11-1. O teu filho está na cama!” Desta vez não era Samba, mas a voz parecia dela e Suzi foi lá; Chamou e mexeu para acordá-la mas nada! Samba dormia um sono profundo.
Ela foi para cama mas naquela noite não consegui pegar no sono. Nas três da madrugada, Suzi viu o Menino na cabeceira da cama com as mãos e a cabeça nos joelhos como se estivesse triste.
Ao vê-lo ela disse não disse nenhuma palavra; pegou-o pela mão e o pôs no seu peito. E disse: “Ai meu Menino! Todas as mães do Menino hão de pôr Ele no seu Xis (Seio) afinal vieste? pensava que estavas perdido.” Ele respondeu: “Mãe por enquanto estou no Xis da minha mãe. E isto tornou-se como costume neste país, todas as mulheres que são escolhidas para a mãe do Yahweh na hora do descanso mete o Menino no Xis (Seio).”
De manhã cedo quando o Menino estava a dormir, ela foi ver onde o visitante dormia mas não o encontrou. Será que o de verde saiu ou é mesmo Menino? Disse ela de si para si; quando o Menino sai, o de verde vem e quando o Menino vem, o de verde sai! Qual é essa complicação?! E ela voltou para cama esperando até que amanhecesse. Ao reparar o Menino, viu que não era mais aquele Menino de três meses de idade, sem pálpebras nem pestanas; Mas um Menino normal forte cheio de vida e com cinco anos de idade como da primeira. Quando acordaram, o Tetra Isaías (o de verde) chamou Suzi e disse-lhe: “Pronto eu já vou!” Ela disse:
“Antes de ir eu tenho uma pergunta a fazer; a quem vai pertencer o Menino depois que eu ficar velha ou morrer? Tetra Isaías disse: “Porque perguntas assim ao Tetra?” Ela disse: “Porque vi o desprezo feito por esses homens ao nosso Menino. Eu pensei em entregá-lo na responsabilidade de Samba; Só a ela mesmo porque defendeu o Menino. Tetra disse: “O teu Menino é a Pomba que voa a toda África, não pode parar num só lugar, Ele pertence a todo o mundo principalmente aos que crêem em Cristo, Ele anunciará a verdade sobre Deus, sobre os seus Profetas que virão neste país e também sobre mim.
Te digo ó mãe que três dias depois Ele fugirá de ti e não o verás mais ao não ser Samba, mas quando ela crescer e casar. Porém, bem-aventurada és tu, porque não estás longe do paraíso. Eu já vou; até breve. Yahweh esteja contigo, Amem.”
E assim Ele retirou-se do meio delas sem abrir a porta e assim se foi. Toda gente de casa, ficou com medo, Suzi e Amélia ficaram muito assombradas e caíram no chão. Suzi gritou: “Ah vimos Deus e vamos morrer!” Samba respondeu assim: “Me lembro das histórias que os nossos Catequistas contaram sobre Jacob que lutou com um Anjo e venceu, mas pensou que ia morrer; sobre azor, sobre Jedeão e sobre Manoa e sua mulher. Mas eu vou responder como a mulher de Manoa. Ó mãe se Deus quisesse nos matar não nos daria esta saúde, este Menino e sua promessa do reino dos Céus.”
CECILIA TETÉ E O MENINO                          
 O Céu estava lindo; tudo era bem azul sem nuvens e sol aberto, o capim já estava seco, e naqueles dias os caçadores já preparavam-se para as queimadas. Mas o verde ainda enfeitava o bairro, principalmente a rua de Suzi e Samba. E Samba levantou-se do Luando, depois da partida do de verde. Abriu a porta e saiu para a rua, vendo ela o lugar onde tinha passado o barulho da rejeição do Menino, e a luta entre Teresa, Cecília e o De Verde. Samba disse em alta voz: “ Os filisteus do nosso bairro, os de cima, lutaram contra os escolhidos os de baixos, mas Yahweh trovejou e eles foram derrotados no lugar de Ebenézer; porque até aqui Deus nos ajudou! I-Samuel: 7-12. Dizendo isso, caminhava em direcção a casa do amigo Miguel. Suzi olhava atenciosamente para a pequena, porque desconfiava que havia de passar alguém ou que seja a Teresa e atacassem Samba e a ferissem. Samba chegou em casa mas não entrou, viu Verónica na sala, assentada num banco de mocho; quando Chilombo mandou que Samba entrasse, ela disse. “Ó prima! Jacob lutou com Deus e venceu, porque mudou de vida: Mana Cecília e a mãe Teté, agrediram o De Verde e o inocente. Mas foram vencidas, porque não se arrependeram! De Verde lhes deu a surra que mereceram!
“Suzi mandou você aqui para ser nossa Catequista?” gritou lá de dentro a Verónica.
“Não foi mãe Suzi que me enviou aqui, mas Yahweh!” replicou Samba. “Ele mandou-me para dar à vocês a Boa Nova do reino dos Céus!”
 “ Nós somos Católicas” disse a irada, Verónica. E somos as boas cristãs; não necessitamos de catequistas, já temos e basta! E quem também aceita catequistas sem letras como você?
 Samba agradeceu e disse: “ Boa confissão. Viva! Mas a minha resposta é esta: Se vocês fossem cristãos ou cristãs, não condenariam o inocente! Mateus: 12-6.
E também não lutariam contra o profeta Tetra Isaías. E sobre eu” continuou ela. Não diga: Catequista, mas sim, evangelista. Eu sou a Serva Débora, a valente. Juízes. 4-5. Sobre iletrados: saibam que o Próprio Cristo a quem vocês dizem serem dele e os Apóstolos Pedro e João, foram considerados Nazarenos sem letras!” Acto: 4-12-13. João. 7-15.
 “Quem é contra o inocente e o Tetra Isaías?” perguntou ela.
“Vocês todos, os do bairro.” Respondeu a Pequena. “ Vocês todos; sem excepção, são contra o Bom Menino. A dona Cecília e a senhora Teté, sua mãe são culpadas; agrediram o homem vestido de Verde, e, aí delas se não se arrependerem! E quanto a vocês” terminou Samba. “A vossa casa, que é vosso bairro, vos ficará deserta como Jerusalém! Porque não querem se abrigar nas asas de Jesus. Mateus. 23-37.
 E Saiu dali, indo em direcção a casa. Ao chegar na Rua da rejeição conhecida também como a rua de Suzi e Samba, ouviu uma voz de trás que dizia: “Samba!” Era Cecília. Samba não ligou; continuou o seu caminho.
“Samba, minha filha!” A voz continuava a chamar. Quem seria aquela pessoa? Seria a mãe Suzi? Olhou para trás e viu Teresa e sua filha, vindo até ela. Samba deu-lhes boas-vindas e preparou as duas cadeiras de fitas que Suzi tinha comprado, e mandou-as entrar; dizendo: “ Bem-vindas, ricas diante do Yahweh, em casa de uma sem dignidade de vocês e pobre como Samba!”
 Teresa ficou triste mas atemorizada também, por causa das boas-vindas diferentes e terríveis que a Pequena lhes deu. Parecia uma espada afiada em dois lados, trespassando o coração da velha! Lembrou-se das ofensas e dos planos diabólicos que ela e sua filha fizeram contra o Menino. Lembrou-se também da agressão contra o homem vestido de verde e das últimas palavras ditas por Ele á sua filha: “Com esta pedra, você vai se arrepender dos seus pecados.” A velha começou a tremer muito; tornou-se doente! Caiu no chão! Cecília sem perguntar mais nada, fugiu.
Samba saiu de casa e mandou-a parar; mas ela não queria, pois tinha medo e pensava que a mãe dela estava morta. Porém a Pequena levantou a Teresa do chão e entrou com ela na sala, dando-lhe a cadeira para se assentar. Com isto Cecília ficou animada e entrou também. E sentadas todas, a Pequena preocupada, foi já à cozinha para preparar o mata-bicho. Acendeu o fogareiro e meteu a panela nele com água. Veio à sala buscar o chá de caxinde. Ao voltar à cozinha, Cecília a chamou: “Samba queridíssima!” Ela veio junto delas e disse: “Estou aqui senhoritas!” Cecília sentiu-se derrotada, mas ainda teve a ousadia de perguntar se onde estava a mãe Suzi.
Ela disse: “Está em casa da Vera, já há trinta minutos.” Disse mais Cecília: “Onde está Amélia?”
“ Foi com Miguel na tia Julieta!” Respondeu Samba; mas quando ela ouviu esta pergunta: “E onde está o Menino?” Calou-se.
“Onde está o Menino, ó Samba?” insistiu Cecília.
Samba: “A sereia do keve?”
Cecília: “ Não! O Inocente!”
Samba: “ Ah?... O animal das seis pontes? Ai vem Ele.”
Cecília: “ Não diga: sereia ou animal! Diga: o Menino, o Bom. O Inocente, o Enviado do Deus Eterno!”
E naquele mesmo momento estava entrando o Menino. Passou caminho e foi ao quarto e sentou na cama e começou a cantar: “ Não tenho Pai! Não tenho mãe! Sou uma sereia do keve. Sou um deserto hoje: Um lar abandonado! Mas coragem, Menino! Quem recebe o Messias, terá para sempre a vida eterna! Eu sei que depois de tanto sofrer, terei a minha mãe, o meu Lar e a nação dos eleitos, gozarão a paz prometida por Yahweh. Que haja glória e paz. Ámen.”
Cecília ouvindo isto, pôs-se de joelhos e chorou. A velha, ao ver a filha a chorar, caiu da cadeira e deitou com a cara no chão, e chorou também. A Cecília disse: “ Os meus pecados cortam o direito de ter família! Se o Menino é desprezado por mim, que será desta maldita Cecília quando ter um filho? Ai de mim! Nascerá de mim um cego, um contrito ou bandido! Ai da boa mulher!”
A mãe dela que também chorava, gritou: “ Ai de mim Teresa! Por causa de mim, todas as Tetés, serão mesmo» Tetés» (deitadas) humilhadas pelos maridos, forçadas por qualquer homem que seja, etc.) Todas as Tetés, seja de que raça ou cor, branca, preta ou mestiça, elas nascerão e crescerão bem fortes e saudáveis. Em criança, vão apressar em falar; mas terão dificuldades em andar, elas ofereceram-se a si mesmas aos homens rapidamente para serem piadas! Se há Tetés nas igrejas, tenham cuidado! Por isso é que, hoje em dia, há muitas Tetés paralíticas física e espiritualmente. Tetés assanhadas, prostitutas como a mulher do apocalipse. 17-1.
Há Tetés que não são casadas virgens. Sendo crente ou não. A Teté quando é pretendida ou enamorada, ela não fica satisfeita sem ter relações sexuais diárias ou antes do casamento. Cuidado com as Tetés! Se já têm esposos, querem fazer vida com outros e ensinam as outras a fazer o mesmo. Tenham cuidado com as vendedoras do peio.”
“ Quanto a nós”- terminou a velhinha. “Peçamos ao Eterno Deus e que sejam perdoados os nossos pecados!”
 Ouvindo isso, o Menino levantou-se da cama e foi para sala. Pegou Teresa pela mão e levantou-a do chão, onde estava deitada. A velha hesitou e disse ela: “Ó Pai! Eu não consigo me levantar! Os meus pecados me pesam!”
 Talita kumi (Levanta-te) disse o Menino o Sangue do Menino Jesus purifica o pecador de todos os seus pecados! “Aleluia!” Exclamou ela. “Já não sou mais Teté! Sou a Bela! (a casada) não sou velha, afinal sou nova mulher.”
“Eu então que prometi ser uma boa mulher?” disse Cecília.
Serás uma princesa! Respondeu o Menino mas Samba? “Samba será a feliz como Ruth e valente como Debora e Jael!” Samba ouvindo o nome dela e as bênçãos que lhe foram atribuídas saiu da cozinha onde estava a preparar o mata-bicho e veio a sala. Mas ela recordando o que a velha e a sua filha fizeram antes, irou-se e disse: “Tal mãe, tal filha! Ó inocente vamos embora! Não dê as bênçãos nessas inimigas do Yahweh! Elas gostam de despedaçar as coisas santas e depois virar contra nós!” Mateus: 7-4.
“Ó Samba querida!” gritou Cecília ainda Saulo que era grande perseguidor de Cristo, foi perdoado e agora é um general de renome em Cristo. Filipenses: 3-3.
Quanto mais nós as pobres Tetés e Cecílias, que por loucura e falta de juízo, Fizemos mal ao Menino, não seremos mais perdoadas? O Tetra Isaías vai nos perdoar; sem duvida! Samba respondeu: “O Rei David ao ouvir os conselhos dados a uma mulher, por Joabe acerca do seu filho Absalão, ele sentiu pena e o perdoou sem primeiro a justiça; mas foi o Menino perdoado que causou a desgraça ao Pai.” II: Samuel: 14-15-16-17.
Mas o Menino disse a Samba: “Deixa-a, Samba! A justiça já se fez; elas já confessaram. Absalão não confessou e foi derrotado, elas arrependeram-se e são perdoadas.” II: Samuel: 18-1.
João: 8-11. E depois disse a elas: “Mulheres! Os vossos pecados já estão totalmente perdoados!” Elas puseram-se de joelhos e levantando as mãos para o Céu, agradeceram a Deus por Ele ter as tirado da prisão onde estiveram quase dois meses.
Naquele mesmo momento, Suzi e Amélia entraram e encontraram Cecilia e sua mãe Teresa, ainda de joelho e louvando a Deus em altos brados perante o Menino.
Suzi exclamou: “Ah!... Que maravilha! Hum!.. Até! Hoje Salomé e sua mãe Jesabel vieram em casa dos rejeitados e orar a quem elas perseguiram? Hum! Vikomohiso.” (milagre). Velha Teresa exclamou: “Ó mana! Não diga isso! Nós éramos Tetés e deserto, agora somos um lar escolhido! Éramos coxas, mudos e sequinhos; mas agora andamos, vemos e ouvimos, como é que vocês se sentiam durante aquele tempo?” perguntou Amélia. “Ó Melita!” disse Cecília. “Dois meses na prisão satânica é muito! Até eu que me dizia ser boa mulher falhei! Eu então que sou Teté a praga de todas as Tetés do mundo, como eu me sentia? Tudo mal! Mas agora sou Bela; a protegida pelo Eterno.” Isaías: 64-2-7.
E o Menino lhes disse: “Eram teki! Agora são hã e tchovallo isto é eram piores malditas; Agora são melhores abençoadas.”
Naquele dia, houve em casa de Suzi e Samba uma grande festa por causa da família antes separada, agora unida de novo e pelas novas criaturas que se tornaram as que eram inimiga de Deus e da família. Na mesma festa, foram convidados os tios e tias, sobrinhos, e sobrinhas, irmãos e irmãs, primos e cunhados etc. Também Verónica a inimiga da Samba estava presente. Miguel, Chilombo e a tia Julieta não faltaram, e até mesmo os que antes zombavam Suzi e o Menino, estavam lá. Ali havia musica e dança, comida e bebida. E naquela mesma noite a Pequena Samba foi escolhida por Miguel para ser namorada dele.
PORQUE É QUE O MENINO FUGIU?                    
 Certo dia, Cecília foi sozinha em casa de Suzi. O sol já ia ao seu ocaso e era já tarde, quando ela saiu de casa. Samba e o Menino estavam lá fora, enquanto a mãe e Amélia estavam na cozinha á preparem o jantar. O Menino segredou a Samba. A Cecília vem ai, Samba! Mas shalom (Paz) Samba, ainda desconfiava de Cecília e Teté, mãe dela. Embora elas tinham feito as pazes com a família! Segundo a Samba, os planos ainda estavam sendo traçados por elas, em coligação com o povo do bairro contra o Menino. “Agora, essa Cecília vem nessa hora da noite e sozinha? Será que foi mesmo mandado pelos do número dez (os pagãos) do bairro? Ela é uma espiã “pensou a Pequena; mas” custa o que custar, venha donde vier e doa quem doer! Hoje vou lutar, se ela vem contra nós! Se é assim, eu lutarei até ao fim para defender o Menino. Embora não consiga tudo, por eu ser uma criança; vencerei porque o Menino me defenderá!” Samba levantou-se e apressadamente, entrou na sala. Ao vir à cozinha, Suzi perguntou assustada, se o que havia com ela.
“É a mana Cecília que veio sozinha!” Disse ela. “Sozinha:” “E é já nessa noite?” “O que é que veio fazer?” “Não sei!” Disse a Pequena, saindo. “Atenção, ó mãe!”
“Manda-a entrar!”  “Eu não quero entrar” disse a moça lá  de fora. Samba gritou bem alto: “Não te disse, ó mãe que tivesse bom cuidado? Atençã ó mãe! as vezes… hum!... Atenção!”
Suzi: “Mas ó minha Pequena! Para que tanto medo?”
Cecília: “Eu até não vim fazer mal à ninguém, aquilo já passou! Só vim mesmo é ter com a Pequena. Mas se ela está agindo desta maneira, ó mãe é na razão dela porque é melhor desconfiar, embora que confiando é bom.
Mas isso já era! Não tem problema! Vim só ter mesmo com Samba.” A Pequena saiu e foi encontrar-se com a moça. Foram a trás de casa.
Samba lembrou-se daquele dia da murmuração que Cecília e Teresa fizeram contra o Menino, contra ela e sua mãe. O plano delas falhou pensou a pequena. Quem faz mal, recolhe o maligno. Elas aceitaram a mensagem de Satanás e obedeceram. Lutaram, mas foram vencidas, não com flecha ou espada;
Mas sim com armas de Eliseu. II: Reis: 6-8-24.
 Samba disse: “Cecília, eu te chamei, não há mal nisso! Eu vim com umas duvidais como Nicodemos. João: 3-1.
1º Como é que tu sabias que aquilo que me contaste no caminho da lavra, isto é o Menino; iria de acontecer?”
Samba: “Eu sabia e ainda sei, porque nasci de novo. A mana não pode saber dos segredos profundos, sem que primeiro nasça de novo. Quem nasce de cima vê tudo!” João: 3-3-7.
Cecília: “Mas eu já sou crente, mesmo antes de vir aqui fazer paz com vocês, eu já era Católica!...” Samba: “Ser da Católica ou crente de outras igrejas não é suficiente; o que importa é reconhecer que somos pecadores, é ter Cristo na vida e nas obras. Crer na pessoa do Espírito Santo e tê-lo também. Aceitar que o Tetra Isaías é a Arca da Paz e felicidade crer nos Profetas e na sua mensagem. Por ultimo: Reconheça que você pecou ao tratar o Bom Menino, de sereia e animal!
Cecília:”
2º Tu, ó Samba, sempre dizes: “De verde, Yahweh e Tetra Isaías. Eu conheço já o Inocente! Agora, quais são estes três pessoas; de verde, Tetra Isaías e Yahweh.”
Samba: “Ó mana! Não me trate de “tu” mas de você porque sou sua Pequena. Começo pelo nome Yahweh; quando Moisés disse: se os Israelitas me perguntarem qual é o nome do Deus que te enviou?” Deus respondeu: “Eu sou Yahweh:” (aquele que É) Êxodo: 3-6-2-4. Yah, é um dos nomes do nosso Criador. Tetra Isaías ou o de verde é o mesmo homem. Tetra porque é a quarta Caixa. No antigo testamento em Israel apareceu três vezes (veja os capítulos, de Isaías. 39, 40, 53, 54,66) na nova e eterna aliança, e nesses últimos séculos. Ele apareceu também á nós. Assim Deus falou-nos através de seu filho. Hebreus: 1-1-1.
Ele também foi achado como Menino, à nós que não perguntávamos por Ele. Isaías: 65-2. Romanos: 10-20. De verde porque Ele só veste tudo verde tem bata verde, fita verde, e calção verde, a esperança dos povos para a salvação. Como você ouviu naquele dia, quando lutou com Ele; como ele estava vestido? Não é de verde; ele tem roupa de outras cores; mais o verde é dele.
Cecília:
a terceira e a última já que ó pequena nasceste de novo sabes alguma coisa sobre o Menino? Samba: “eu sei! E sei também que ele não viverá mais aqui convosco. Ele fugirá para outras localidades quem o verá é só aquele que chegar ate 10 ou 15 anos e não me perguntes o porque desta fuga; este é o nosso segredo, eu e o Menino.” Cecília despediu-se de Samba e foi para casa satisfeita, porque todas as suas dúvidas foram-lhe tiradas, Samba também entrou em sua casa. E o menino já não estava mas ao cuidado de sua mãe Suze; andava com Amélia com Miguel e visitava Teresa, Cecília e Verónica. Toda gente do bairro conheciam e gostavam dele, ele dormia no Xis (seio) da sua mãe só de vez enquanto, de dia e de noite. O menino está no cuidado de Samba, que só o chamava de seu cassula; o menino também o chamava de minha Sê (amada, sem mácula de coração a coração).
Desde aquele dia ao dia de hoje as mães de Sé-Bom são chamadas de yeyé (querida) e Sê (ligada sem mácula).
O menino não tinha nome que o indicava que é filho deste ou daquele homem ou mulher. Nem tinha xará, embora nos chamavam
Inocente e Enviado… Suzi e Teresa, preocupavam entre irmãos sobrinhos tios e cunhados se quem seria xará do Menino. Ninguém queria, pois tinham medo. Não queriam dar nome ao um filho de maravilhas só o chamavam de: Seis pontes, Seis pontes. E mais ninguém. Mas a pequena não deixava o cassule dele. Sempre metia-o no seu peito nas noites frias. Era Samba uma menina de 12 anos quando estava cuidando do seu menino. Certa noite de sexta-feira estando eles na cama sentados o menino segredou algumas palavras de despedida a sua mãe pequena. Samba disse: “oh cassula meu. Vás mesmo? E nós, com quem vamos ficar ou à quem vamos descansar?” Ele respondeu “lembra-te ó pequena, destas palavras; o mundo não me verá mas tu me verás.” (João: 14-18.
Samba pediu: “Não me deixes ó cassule, sem me abençoares!” Tudo está tchovallo (tudo está bendito segundo a tua petição.
“Diz-me, como fugirás e qual é o teu nome?” Então o Menino abaixou-se e depois falou-lhe aos ouvidos como Ele deixaria o bairro. Mas, sobre o nome, tudo era um segredo! Ninguém sabia! Nem Suzi, nem Amélia: Somente a Pequena o sabia. As 23horas e 30 minutos quando o bairro todo estava calado, e que nem já uma pessoa se movimentava, a não ser os Cabritos e porcos que perturbavam o silencio, o Menino saiu da cama e foi até o lugar onde Suzi e Amélia estavam, e achou-as dormindo saiu da sala e foi ao quarto, encontrou também Samba num sono profundo. Tapou-a muito bem com a manta e foi-se.
Chegou até a porta mexeu, mexeu, para que a porta abrisse; mas nada! Estava encerrada! Era mesmo Samba que tinha trancado a porta, porque elas todas pensavam que o de verde havia de roubar o Menino deles. E como a porta estava custando, Ele bateu três vezes com o cotovelo direito, mexeu e abriu a porta e saiu fora.
Desceu até no caminho onde o de verde passou. Naquele caminho à direita estava a casa do tio da Suzi e a esquerda a casa do marido da mãe da Cecília. O Menino passou atrás de casa deste enfiou-se pela floresta fora. Enquanto o Menino ia correndo, o marido da Teresa sonhou que o homem vestido de verde vinha de casa de Suzi, em direcção ele parou ao lado da cama e disse ao velho: “levanta-te ó velha! Já vou me embora porque esse bairro vai dar dessa! Já avisei a tua cunhada. Muda de lugar! Esse bairro rejeitou a mensagem do Atalaia: Por isso cairá ao fio de espada!” O homem levantou-se depressa e saiu muito agitado, foi até a floresta. Encontrou o Menino no limite entre o caminho que desce ao rio e o da lavra da Suzi e Teresa.
O homem ao perguntar, se onde ia, ele disse: “O que disse quem te apareceu, é o mesmo que faço agora.” E desviou-se dele. Enquanto o homem voltava para casa, o Menino enfiou-se no capim já queimado e desapareceu! Velho ao chegar em casa, abriu a porta e entrou esquecendo-se de fechar a porta, ele jogou-se na cama. Como se fosse um saco e tapou-se até a cabeça. Com o medo daquilo que viu.
Quando a mulher dele perguntou: “Ó Jaime! de onde é que você saiu com essa corrida?” Ele só lhe respondeu: “cale a boca ó mulher! Você fique só calma!” E dormiram com a porta aberta. As 5horas da manhã, sendo ainda escuro, Amélia levantou-se do Luando e preparou-se para sair, pois Verónica tinha-a convidado na noite anterior, para que fossem juntas à pedra e pisar o milho para fazer fuba. Mas como ela não vinha, Amélia foi ao quarto, ver se o Menino estava na cama com a Samba, ao que o Menino não aparecia, Amélia ficou preocupada e com medo de que o Menino tinha sido roubado! Mas ela acalmou-se pensando na coisa que sempre o Menino apresentava aos olhos delas; porque Suzi e Amélia e Samba, notavam coisas diferentes ao Menino.
Por ex. Quando na hora do descanso, o Menino entrava no Xis (peito) da sua mãe, ou da Samba, quem vinha de fora não-o via.
Ele fazia como quem tem desaparecido! Outra vez, Amélia reparou na cama: Desta vez não era mais maravilha do xis.
O Menino, na verdade, tinha ido! Será que foi roubado? Mas como, se a porta estava bem fechada? “Ó Samba!” Gritou Amélia: “Acorda! Você não vê que o Menino foi? Acorda de pressa!” Samba ainda dormia parecia uma filha de uma leoa que tinha já a presa na sua mão e não liga mais nada! Ou como uma criança que não sabe do que se passa no mundo!
Então, Amélia cheia de ira mexeu e bateu com força nas costas de Samba: “Tola da Pequena!” Exclamou ela muito irada.
Você é chata! Deixou perder o nosso Inocente! Acorda!
Samba levantou-se da cama muito assustada; mas não disse nada, porque sabia da fuga do Menino e tinha todos os segredos dele quando lhe diziam que era culpada.
Ela só dizia sim quando ralhavam-na ela não respondia. Sabia de tudo Verónica ao vir chamar Amélia, ela disse não vou à pedra! Temos uma maca! (problema). O Menino foi-se embora! Suzi ao ouvir isto, chorava, Amélia também mas Samba não; ela tinha todo segredo, Verónica saiu e deu noticias ao bairro. Num instante a casa de Suzi estava cheia de gente como aquele dia da festa. Mas desta vez não era festa mas tristeza; porque naquela hora ate o soba estava lá. Quando os chefes do bairro perguntaram a família o que aconteceu com o menino, Suzi disse: “Ele estava sendo controlado por Samba desde que fizemos as pazes com a Teté e a Cecília nós ontem encerramos bem a porta para que não nos fugisse como ele tem feito muitas vezes, Mas mesmo assim ele conseguiu passar pela porta fechada. Hoje as 5horas, Amélia avisa-me que o Menino desapareceu.” Fomos ver na porta, tudo estava conforme fizemos ontem mas agora… não sei mais… culpada é a Pequena! Tudo isto é: Velhos, jovens, e moças, até os da mesma idade com Samba, estavam contra a Pequena.
E como feras da floresta eles rangiam os dentes contra ela querendo entrar à força, batiam a porta com violência, gritando: “Onde está a Pequena?” Cecília foi a primeira pessoa a entrar e procurar Samba. Ela porém meteu-se debaixo da cama, e não foi achada. O barulho era muito forte que a Suzi pensava que aquele tumulto seria pior do que o primeiro e queria fugir de casa. Se não fosse o Soba que sendo chefe, mandou acalmar a turba haveria socos, pontapés e pedras. Ali uns falavam de uma maneira e outro de outra. Algumas pessoas, querendo tirar a Pequena da culpa, diziam que, o de verde é que vinha roubar sereia do bairro, sendo Ele o chefe das sereias; porque os do bairro não queriam dela. Mas o soba disse: “Este animal era o nosso guarda, e defesa. Mas vocês não quiseram receber o leão guardador e assim vocês serão levados pelos caçadores e serão comidos.” O soba tinha razão: Aquele animal é o leão de Judá, que vence o maligno. Quem o recebe tem segurança, quem o rejeita, será levado cativo. Tiago. 4-7. Apocalipse. 5-3-9.
As mulheres perguntavam: “Não é a Pequena que disse que o Menino havia de ser o nosso rei ou Soba? Porque é que Ele se foi?” O soba disse: “Ele É; mas Ele foi porque vocês o rejeitaram.”
O marido da Teresa contou ao povo, que viu o Menino descendo ao caminho que vai à lavra da Suzi. Então o soba mandou alguns homens colossos (fortes) que fossem a procura dele. Suzi, Teté e Amélia, também foram. Ao chegarem nos três caminhos, dividiram-se; uns foram ao rio junto com Suzi, outros foram a lavra e ainda outros, juntos com Teresa e seu marido foram a floresta. Procuraram-no até as 3horas da tarde; mas não o achara! Onde estaria Ele? Nas seis pontes? Na água? Ou na lavra da Suzi? Mas Suzi foi outra vez no keve. Agora ela não mais ouve estas palavras de coragem: Procure-o na terceira ponte! Senão o encontrar, vá procura-lo na sexta ponte! Mas desta vez não acharam o Menino. O Menino foi mesmo!
Deixou o bairro em choros e lamentações. Ele foi, deixando amigos e conhecidos em tristezas. Mas deixou Suzi Samba e Amélia em alegria e esperança naquela promessa: Mas tu me verás. Repórter do Yahweh / Maio de 1986.